Marcello Medeiros
Em todo o processo eleitoral para a escolha de prefeito e vereadores existe a expectativa de renovação na Câmara Municipal, mas, desta vez, havia ainda maior previsão que aqueles eleitos pelo povo em 2016 não repetiriam o sucesso nas urnas, isso devido as denúncias de corrupção e até prisão de alguns edis, a ampliação do número de cadeiras e a mudança no sistema eleitoral que impediu coligações e consequentemente modificou o teto para que partidos tivessem representantes. Chegou o tão esperado dia 15 e tal ideia se confirmou com apenas um terço do Legislativo ganhando nova oportunidade na Casa. Maurício Lopes (DEM), Leonardo Vasconcellos (Democratas), Pastor Luciano Santos (Republicanos) e Dudu do Resgate (Solidariedade) se reelegeram, enquanto Dedê, Ronny, Rock, Daponte, Leleco e Tenente Jaime não conseguiram o número suficiente de votos. Dra. Cláudia Lahuand não participou da disputa e Pedro Gil optou em tentar a vaga de prefeito, recebendo pouco mais de três mil votos contra 23 mil de Luiz Ribeiro e 45 mil de Vinicius Claussen. Analisando os números do pleito que elegeu os 12 vereadores e os dados do último domingo, constatamos que todos eles perderam grande volume de votos – mesmo aqueles que tiveram sucesso na reeleição. Dudu do Resgate, por exemplo, fez 2.464 votos quatro anos atrás, sendo o candidato mais votado de Teresópolis, chegando agora ao teto de 1.380.
Entre os derrotados nas urnas, o que viu maior número de eleitores “voar como passarinho” ou “pipa batida” foi Daponte, do PSDB. Tentando um terceiro mandato, passou de 1.442 para apenas 407 votos. A brincadeira com a redução do número tem a ver com duas ideias propostas pelo edil nos últimos meses: Criar um pipódromo no Vale da Lua, local com grande número de redes de alta tensão e utilizado para a prática de esportes como ciclismo e MotoCross, portanto atividades que são conflitantes com a atividade que utiliza linhas cortantes, sem esquecer logicamente o prejuízo ambiental para o fragmento florestal, e um vídeo divulgado pelo prefeitável Luiz Ribeiro onde dizia que “iria ajudar os tão perseguidos passarinheiros, junto com Daponte”.
Ronny Carreiro (PROS), eleito em 2016 com grande apoio das vítimas da maior catástrofe natural do país, a de 12 de janeiro de 2011, passou de 1.330 votos para apenas 373, portanto uma redução de 957 eleitores. Edilberto “Dedê” Reis (Republicanos) perdeu força no seu curral eleitoral, a Barra do Imbuí, com 942 votos a menos do que quatro anos atrás. Passou de 1.470 para 528. Outros números que chamam a atenção são de Rock (De 1.140 para 262 votos) e Leleco, representante da Quinta-Lebrão, que caiu de 1.634 para 781 votos e não conseguiu um segundo mandato.
Possível retorno
Mais um que não conseguiu a reeleição foi o Tenente Jaime Medeiros (PSC), que teve 453 votos a menos do que em 2016. Porém, o edil não deve ficar afastado da vida pública. Líder do governo Vinicius Claussen nos últimos dois anos e meio, o militar pode ocupar uma cadeira como secretário na próxima gestão do candidato do PSC como prefeito, talvez a Defesa Civil, aproveitando a sua experiência na área, ou, ainda, voltar para a Câmara caso José Carlos da Estufa, eleito com 1.100 votos, receba novo convite para ocupar o “time Claussen” como secretário de Agricultura.
Reeleitos
Além de Dudu do Resgate, os outros três que conseguiram a reeleição também viram o número de eleitores reduzir consideravelmente em relação ao pleito passado. Em 2016, Maurício Lopes fez 1.544 votos e, agora, 786. O candidato do DEM inicia seu terceiro mandado como vereador. Leonardo Vasconcellos caiu de 1.763 para 1.101 eleitores, enquanto o Pastor Luciano Santos teve perda menor. Passou de 1.160 para 972 eleitores.
