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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Vereador fala em “resgatar vidas do homossexualismo” e causa indignação

Declaração de Amós Laurindo (DEM) durante sessão da Câmara gera protestos da comunidade LGBTQIA+ em Teresópolis

Luiz Bandeira

Na última terça-feira, 31, ao dar andamento a um requerimento de voto de congratulações aos Pastores Osnir Maia da Silva e Jean Carlos Delgado Braga, dois eminentes membros da comunidade cristã de Teresópolis, o vereador Amós Laurindo (DEM), acabou provocando indignação da comunidade LGBTQIA+ no município. No discurso em homenagem aos religiosos, o edil destacou que ambos exercem um papel fundamental na sociedade “que vai muito além das quatro paredes de uma igreja, muito além de um púlpito, mas também o papel no dia-a-dia da sociedade em resgatar vidas, do homossexualismo, resgatar vidas das drogas, resgatar vida dos vícios, resgatar vidas das dificuldades que de fato são diárias”. Ainda no discurso, disse seu futuro era incerto “até que um dia se apresentou um pastor que me ensinou o caminho, me direcionou e entendemos que somente Deus é o caminho, a verdade e a vida”.
A declaração gerou repercussão extremamente negativa e, nesta quarta-feira pela manhã, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV tentou um posicionamento do vereador. Ele agradeceu o convite, mas disse que já havia se pronunciado sobre o assunto na mesma sessão da Câmara e que por hora não iria mais se pronunciar sobre o assunto. “Em relação ao tema proposto, me pronunciei ontem mesmo na sessão. Fiz questão de desconstruir qualquer ideia que ficou solta no ar”, disse.
Buscamos então a declaração de Amós ao final da reunião do Legislativo, quando disse ter sido alertado pela sua assessoria e se justificou dizendo que em seu discurso se equivocou e cometeu “um erro gravíssimo, então a gente precisa corrigir esse erro. Eu usei o termo ‘homossexualismo’, um termo que foi já retirado por que fala-se a respeito de sufixo que pode conotar uma doença, distúrbio ou anormalidade, um termo pesado e não foi isso que eu quis dizer”. Amós disse ainda, na tentativa de retratação, que sua fala de forma alguma foi preconceituosa, homofóbica, e também que tem grandes amigos e respeita a forma sexual de todos.

Ato público
Essa história, porém, não terminou por aí. Na tarde desta quarta-feira, 01, foi realizado um ato de protesto em frente ao prédio da Câmara. Participando do movimento, Marcus Habib, ativista dos direitos humanos, disse a nossa reportagem que “não existe homossexualismo e sim homossexualidade e que o vereador precisava fazer um curso para entender mais sobre a política de gênero”. A professora Carol Quintana, do coletivo LGBTerê, informou ainda que a Organização Mundial de Saúde, em 17 de maio de 1990, retirou a homossexualidade da lista de doenças.
Quintana destacou ainda que foi inadmissível a fala ‘LGBTfóbica’ e preconceituosa do vereador na sessão da Câmara. Segundo Carol, “na retratação o vereador foi pior que na declaração original por que ele também reproduziu um preconceito”. A representante do grupo manifestante disse que vidas LGBTs não precisam ser resgatadas, que precisam de direitos e que o vereador Amós precisa curar o seu preconceito. “Nós LGBTs não precisamos ser curados”, pontuou Carol.
Outra manifestante entrevistada pela nossa reportagem, Ágatha Giselle que é uma das fundadoras do coletivo LGBTerê, foi bem enfática em afirmar que o quê os LGBTs precisam de trabalho para salvar suas vidas, de dignidade e políticas públicas que os protejam. “O estado é laico, alí não é um púlpito de igreja, ali é para o povo, eles são representantes do povo não religiosos”.
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Edição 25/04/2024
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