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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis também é a cidade das árvores

Conheça um pouco mais sobre as diversas espécies que garantem cor e vida em ruas e praças durante o ano inteiro

Marcello Medeiros

A polêmica envolvendo o corte de duas árvores na Praça Nilo Peçanha no início da semana – segundo a prefeitura elas estavam mortas e precisavam ser removidas por conta do risco de queda de galhos – reforçou a importância dessas espécies vegetais para a continuidade de diversas formas de vida, inclusive a nossa, além de mostrar que grande número de teresopolitanos ainda se preocupa com a manutenção delas nos espaços públicos. Há muito tempo O DIÁRIO tem produzido reportagens mostrando enfocando  importância ecológica e beleza das árvores e, nesta edição, vamos recuperar imagens das espécies e dos espécimes mais “famosos” do município no seu auge da floração, justamente quando eles fazem mais sucesso. São Ipês, Cerejeiras, Espatódeas, Paineiras, Manacás da Serra, entre tantos outros, que deixam os cenários mais coloridos e ricos em diversos locais. “Além de fornecer oxigênio para a nossa sobrevivência, elas retém o CO2, trazem sombreamento, servem de abrigo para os animais, trazem alimentos para os animais, são base de medicamentos e também alimentos para os seres humanos, ou seja, têm uma importância muito grande na nossa saúde. Além disso, podemos dizer têm o poder de acalmar, de tranquilizar… Ambientes com árvores trazem um grande bem estar para a população”, enfatiza a Bióloga Hayssa Dumard.
O canteiro central, que divide as principais avenidas do município, Lúcio Meira e Feliciano Sodré, é um grande destaque em variedade de árvores. Atualmente estão em floração as Quaresmeiras, entre elas um exemplar localizado próximo ao cruzamento com a Duque de Caxias. “Essas árvores que duas vezes no ano ficam floridas em praticamente toda a cidade tem nome científico Tibouchina granulosa. São muito utilizadas em arborização urbana por serem de pequeno porte e com uma floração exuberante. Tem variedades de cores entre rosa e roxo, passando, por exemplo, de roxo ao lilás e rosa do rosa pink ao rosa claro”, explica Hayssa.
Não muito longe dali fica outra espécie com três representantes, o Ipê-Amarelo (Handroanthus albus). Ele também pode ser visto na Praça Olímpica Luís de Camões, ao lado da quadra. Como atualmente não estão com suas douradas flores, recorremos ao nosso acervo para lembrar uma das florações mais bonitas, antes inclusive da modificação feita no canteiro central para tentar evitar a travessia de pedestres. Falando em amarelo, também se destacam nos fragmentos florestais do entorno da região central, como a região de mata atrás do Colégio Estadual Edmundo Bittencourt, os Fedegosos (Senna macranthera). Sua floração acontece no Outono.
Outra que sempre chama atenção em vários pontos do município é a Paineira, de nome científico Ceiba speciosa. Nesse caso, por conta do diferente porte e comportamento de raízes, ela não tem tanto volume na utilização na arborização urbana. “A Paineira já é uma árvore mais robusta, passa dos 20 metros de altura. Por isso não é comum encontrar em locais como o Canteiro Central ou calçadas, por ser muito alta. Mas podemos observa-la em vário pontos, se mostrando com sua copa frondosa e rosa pink, com flores maiores. Ela é uma espécie caducifólia, que perde todas as flores e folhas em determinada época do ano. A floração de alguns exemplares pode variar por conta das condições climáticas diferentes como temos enfrentado, com um calor acima da média dos menos anos e períodos maiores sem chuva”, destaca Hayssa. O exemplar mais “famoso” fica na entrada do bairro de mesmo nome, tendo sido plantada por uma moradora de localidade próxima no final dos anos 90. 

Africanas e japonesas
Entre as da Praça da Matriz, sempre estão floridas as grandes Espatódeas (Spathodea campanulata), em tons de vermelho alaranjado. Mas, para falar delas, andamos um pouco mais. Na Rua Waldir Barbosa Moreira, antiga Primeiro de Maio, próximo ao terminal rodoviário, estão três delas. E o que chama mais atenção é que a do meio é amarela, uma situação raríssima de se encontrar não só em Teresópolis. A bióloga lembra que “A Espatódea é uma árvore de origem africana, ou seja, é exótica, mas se adaptou muito bem nas regiões tropicais. Aqui podemos observar duas colorações diferentes, a abóbora e a amarela, sendo que a segunda é bem mais difícil. Um ponto negativo é que essa árvore tem flores que têm néctar tóxico para nossas abelhas, podendo assim prejudicar essa fauna. Daí, o perigo de cultivar plantas exóticas, mesmo que belas”.
Outra espécie “gringa” que se adaptou bem por aqui e faz sucesso em Teresópolis é a Cerejeira (Prunus serrulata), que tem origem no Japão. As que se destacam mais quando suas flores em tons de rosa estão evidentes ficam nas proximidades do terminal rodoviário José de Carvalho Janotti. As mais próximas ao cruzamento foram plantadas em 21 de setembro de 2005 pelo cidadão teresopolitano Sebastião Corrêa, popularmente conhecido como Tião, então à frente do setor de Parques e Jardins, da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. O quarto exemplar, ao lado da ponte, foi colocado por um Cônsul Japonês no início dos anos 90.
“Isso aqui não tinha nada, nós que fizemos a mureta, a passarela, construímos tudo, fizemos tudo com muito amor para depois realizar o plantio das sakuras. Quando se planta uma mudinha pequenina, se espera uma árvore no futuro, mas eu não esperava tanta beleza quanto aqui”, conta Tião, que, lá atrás, em 2005, já projetava um futuro mais bonito para o local onde diariamente chegam dezenas de turistas. “As árvores que plantamos hoje poderão, com certeza, ser admiradas pelos nossos filhos e netos. Quando estiverem floridas, talvez nossos netos se lembrem de quem as plantou", relatou o emocionado servidor público ao repórter Reginaldo Castro, em reportagem publicada pelo jornal O DIÁRIO na ocasião.
Importante destacar ainda que, mesmo cercada por três unidades de conservação ambiental – Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Estadual dos Três Picos e Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, a cidade precisa desses pequenos espaços naturais para favorecer o desenvolvimento da fauna e da própria flora. Aves, por exemplo, vão de galho em galho, literalmente, buscando alimento e abrigo. Para que situações como a registrada no início da semana não voltem a se repetir, é preciso ter olhar mais apurado para tamanha beleza e importância ecológica. Colocar pregos, encaixotar raízes ou concretar o entorno das árvores, por exemplo, podem reduzir consideravelmente seu tempo de vida.

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Edição 29/03/2024
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