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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis sedia terceiro mutirão de cirurgias de Endometriose

Instituto Crispi, Clínica Gama, Endocentro e Hospital São José, realizam mais uma edição do Meeting Serrano que reúne especialistas de todo o país na cidade

Anderson Duarte

Já em sua terceira edição e com números de participantes e atividades em franca escalada, o Meeting Serrano de Endometriose, continua com o mesmo objetivo de sua fundação, ou seja, conscientizar os profissionais da área de saúde e a comunidade teresopolitana em geral sobre a dificuldade no diagnóstico e a complexidade do tratamento da endometriose. Neste ano de 2019 o encontro sediado no SESC e também no Hospital São José tem a missão de despertar a sociedade e as autoridades para o crescimento dos casos da doença silenciosa e que vem causando devastação no organismo feminino, a ponto de se transformar em caso de saúde pública no país. Segundo os especialistas, a Endometriose continua crescendo no Brasil, principalmente entre as mulheres mais jovens, e justamente pela falta de informação de pacientes e profissionais de saúde. Pouco conhecida por médicos e pacientes, a doença destrói vários órgãos das pacientes, até que seja descoberta, e tem mexido com famílias inteiras.
O Instituto Crispi, a Clínica Gama, o Endocentro e o Hospital São José, realizam esta terceira etapa do Meeting Serrano de Endometriose, além do mutirão de cirurgias, que fará seis intervenções cirúrgicas ao longo do evento, de hoje, 05 até o sábado, 07, no SESC Teresópolis, que recebe os encontros técnicos e com a comunidade, e no Hospital São José, que terá uma área dedicada no período para as cirurgias. O evento, sem fins lucrativos e destinado a médicos, estudantes de medicina, profissionais de saúde e população em geral, faz parte da Campanha Nacional de Conscientização da Endometriose, doença que afeta cerca 15% das mulheres em idade reprodutiva em todo o Brasil. O evento oferece tratamento adequado para seis pacientes do SUS portadoras de Endometriose Profunda, por meio de cirurgias minimamente invasivas realizadas por uma equipe multidisciplinar, que é referência nacional no assunto, e transmitidas ao vivo para os participantes do Encontro, diretamente do Hospital São José. O médico e professor Romualdo Gama, participou do programa Jornal Diário na TV, do Canal 4, e falou um pouco do encontro e também das dificuldades que circundam a doença.
Pelo grau de destruição da doença, países mais avançados da Europa e os Estados Unidas já mantém campanhas permanentes de esclarecimento e reciclagem para médicos, para possibilitar um diagnóstico precoce e deter o avanço da doença. No Brasil, grande parte dos ginecologistas ainda não sabe como lidar com a doença, que tem sido detectada cerca de dez anos depois de seu aparecimento, o que pode mutilar a mulher. Uma das principais consequências da Endometriose é a infertilidade. Os principais sintomas da Endometriose são cólica menstrual intensa, sangramentos na urina ou nas fezes e dor forte durante o ato sexual. “No encontro, que vai contar com a transmissão ao vivo de cirurgias, vamos poder apresentar para equipes de saúde as técnicas cirúrgicas padronizadas para melhor desempenho no tratamento da Endometriose e os tipos de tratamento clínicos e medicamentosos da doença, além de podermos demonstrar a necessidade de uma equipe multidisciplinar e um hospital de grande porte para o tratamento da Endometriose. É preciso identificar as necessidades de saúde do grupo de mulheres portadoras de Endometriose e encaminhar a solução dos problemas encontrados para entidades competentes, sem essa união e mobilização fica muito difícil oferecer um tratamento digno para essas mulheres”, explica o médico Romualdo Gomes.
Sofrimento, isolamento, incertezas no diagnóstico, e muita dor, esses são apenas alguns dos aspectos enfrentados por milhões de mulheres brasileiras que são acometidas pela Endometriose, e, em grande parte dos casos, sequer elas sabem disso. Segundo o especialista, um dos maiores problemas em relação a Endometriose está no seu diagnóstico tardio, assim como no tratamento multidisciplinar exigido. O médico também explica que a doença é caracterizada pela presença do endométrio, ou seja, o tecido que reveste o interior do útero, localizado fora da cavidade uterina. Esse deslocamento faz com que ele se deposite em outros órgãos da pelve como trompas, ovários, intestinos e bexiga. Assim, todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele.
Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença. “É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos e pode levar cerca de 7 anos para ser confirmado”, explica.
Existem mulheres que sofrem dores incapacitantes e outras que não sentem nenhum tipo de desconforto. Entre os sintomas mais comuns estão as cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação, a dor pré-menstrual e a dor durante as relações sexuais. Para o médico, sentir dor não pode ser considerado normal para as mulheres. “A dor da endometriose pode se manifestar como uma cólica menstrual intensa, ou dor abdominal, ou até uma dor “no intestino” na época das menstruações, ou, ainda, uma mistura desses sintomas”, lembra Dr. Romualdo.
A Endometriose ainda é uma doença difícil de diagnosticar por meio do exame físico, ou seja, realizado durante a consulta ginecológica de rotina. Dessa forma, os exames de imagem são mais adequados para indicar a possível existência do problema, que será confirmada posteriormente por meio de exames laboratoriais específicos. Entre os exames de imagem que podem sinalizar a endometriose, destacam-se a Ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética. Mas segundo o médico, mesmo estes exames mais comuns exigem um profissional com especialização em endometriose. “E ainda é preciso ressaltar que a endometriose é uma doença crônica, e por isso o acompanhamento médico contínuo é fundamental”, explica e acrescenta o professor: “Para exemplificar, nas pacientes com queixas de dor pélvica, alguns estudos científicos já observam a presença da doença em 60 a 70% dos casos”, finaliza.

 

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Edição 25/04/2024
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