Marcello Medeiros
Quem passou pela Professora Carmem Gomes ou outras ruas mais altas do Panorama nos últimos dias se deparou com um cenário bastante diferente: O antigo clube que levava o nome do bairro, e que fez muito sucesso entre os anos 60 e 80, havendo ainda certo brilho até o final dos 90, foi totalmente demolido. Tal situação já era para ter ocorrido há muitos anos, mas processos judiciais relacionados a causas trabalhistas e envolvendo antigos sócios da instituição atrasaram o encerramento oficial dessa história. Hoje, com a situação resolvida, o grande terreno em área nobre do município, que permite vista excelente para a região central, começa a fazer parte de um novo capítulo não só para o bairro, mas para Teresópolis. O aumento da procura por moradia na Região Serrana, devido ao clima e segurança, principalmente, sendo essas apenas duas das muitas situações que proporcionam qualidade de vida diferenciada ao cidadão local, fez com que as construtoras passassem a investir mais em municípios como o nosso. Depois do “boom” das habitações populares, estilo “Minha Casa, Minha Vida”, empreendimentos maiores e diferenciados viraram o foco dessas empresas. Segundo apurado pela reportagem do jornal O Diário e Diário TV, esse deve ser o padrão do condomínio de prédios previsto para a grande área no Panorama.
Projetar um empreendimento imobiliário em área inicialmente ocupada por um clube social ou de serviços não é novidade em Teresópolis. No quilômetro 05 da Estrada Teresópolis-Friburgo, em Albuquerque, a construtora Riooito, especializada em projetos econômicos financiados pela Caixa Econômica, trabalha o condomínio “Cenário dos Pássaros”. Para o local estão previstas 200 unidades, entre apartamentos de dois quartos com varanda, e gardens (com quintal exclusivo), vaga de garagem para cada unidade, portaria 24 horas, e área de lazer com piscina, churrasqueira, academia ao ar livre, quadra de futebol, salão de festas, ciclovia, playground, redário, espaço terceira idade, jogos para terceira idade, espaço pet e bicicletário. "É um projeto que trará modernidade para a região e também ajudará a fomentar a economia local, pois o empreendimento vai gerar mais de 300 vagas de empregos diretas e indiretas durante a construção", divulgou a empresa no lançamento do projeto.
Outra região que deve mudar totalmente suas características e necessidades, em relação a trânsito e estabelecimentos comerciais, por exemplo, é o bairro do Alto. Para um grande terreno localizado entre a Igreja de Santo Antônio e a Rua Sloper, com trecho em frente à Feirinha, estão previstos um novo shopping, que deve contribuir com a veia turística desse já bastante procurado bairro, e alguns prédios.
Para um grande terreno localizado entre a Igreja de Santo Antônio e a Rua Sloper, com trecho em frente à Feirinha, estão previstos um novo shopping, que deve contribuir com a veia turística desse já bastante procurado bairro, e alguns prédios
Projetos menores
Além de empreendimentos maiores, como os citados acima e os diversos projetados na modalidade popular, em vários bairros, desde as proximidades com a região central até localidades mais distantes, como a Cascata do Imbuí, estão em curso obras de prédios menores, geralmente utilizados para fins comerciais. Na Rua Fernando Martins, próximo ao acesso da Vila Muqui, recentemente foi construído uma habitação comercial de três andares e, na esquina em frente, uma antiga residência foi demolida recentemente e o destino final seria o mesmo. Recentemente, o assunto foi discutido em redes sociais. Em uma postagem no grupo “Fotos & Fatos de Teresópolis”, internautas comentaram a demolição de um imóvel na Rua Olegário Bernardes, na Várzea. “Mais uma casa que entrou para a história da cidade, derrubada recentemente para dar lugar a um prédio. Ficava na Rua Olegário Bernardes numero 53, era a casa da avó da minha amiga Ana Beatriz Duarte nos anos 70, o nosso ponto de encontro para bater papo ou para se reunir para festas ou discotecas, que naquela época bombavam na cidade. Vale a pena ressaltar que no porão da casa funcionava e eletrônica Papus, os das antigas vão se recordar”, comentou Ricardo Lourenço.
Esta semana, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV registrou outro antigo imóvel sendo derrubado para abrir espaço para a construção de um prédio de três andares na Rua Rui Barbosa, em frente ao Hotel Intercity e bem perto do novo Fórum e Prefeitura. A informação extraoficial é que tal empreendimento vai abrigar uma instituição pública ligada ao judiciário. Não muito longe dali, na Carmela Dutra, outra área residencial deu lugar a pequeno prédio onde a partir da próxima segunda-feira entra em funcionamento o Centro Médico do Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO).
Geração de empregos
Logicamente quando se fala em grandes empreendimentos é preciso pensar em como eles vão impactar a vida dos teresopolitanos, positiva ou negativamente. Por isso, existe a Lei de Zoneamento, que pode permitir ou reprimir a liberação de alguns tipos de estabelecimentos em determinados lugares, sendo necessária também a participação popular para se discutir de forma mais ampla essas mudanças nas características de cada bairro.
Um dos pontos positivos a ser destacado nesse momento que vive Teresópolis é a geração de empregos. A Genesis Empreendimentos, por exemplo, que tem 488 unidades de apartamentos em andamento e pretende lançar mais 280 até dezembro, foi responsável por 500 empregos diretos e 1.500 indiretos em 2020 – números fundamentais em um ano onde a pandemia ceifou diversas fontes de renda. E, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil em Teresópolis, em 2021 esse número deve ser ainda melhor. “Posso estimar uma perspectiva de crescimento de pelo menos 20% na geração de empregos na construção civil em relação a 2020. A expectativa é essa, em empreendimentos de modo geral, indo além dos projetos relacionados à habitação social”, enfatiza o Presidente da SINDUSCON Teresópolis, Luciano Savattone.
