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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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SINDPMT alerta servidores para dias difíceis e cobra medidas mais enérgicas

Para sindicato, gestão Claussen peca na inexperiência, mas compensa no excesso de vontade para resolver problema de arrecadação

Anderson Duarte

Duas questões envolvendo a relação entre o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e a gestão Vinícius Claussen ganharam as redes sociais esta semana e expuseram um problema já anunciado, mas difícil de ser contornado. Com a premissa da ausência de recursos para o pagamento em dia dos proventos dos servidores e o já adotado escalonamento deste empenho, surge a preocupação da entidade para com as prioridades e medidas adotadas pela gestão até o momento. Para o sindicato, a gestão Claussen peca na inexperiência, mas compensa no excesso de vontade para resolver problema de arrecadação, entretanto, essa vontade em excesso não basta para a manutenção do dia-a-dia dos funcionários, que desde o ano de 2015 sofrem com atrasos, parcelamentos e cerceamentos de direitos conquistados. “O discurso de campanha de que “não falta dinheiro, mas sim gestão”, não está se sustentando e o governo está percebendo que falta dinheiro e também gestão”, lamenta Para Katia Borges, presidente do órgão.
Segundo a sindicalista, que nesta quarta-feira, 12, participou do programa Jornal Diário na TV, juntamente com o membro da direção do órgão, Robson Abreu, a inexperiência de determinados secretários está contribuindo para esse desiquilíbrio todo. “Nós já nos preparávamos para que esse momento de escalonamento e parcelamento, entretanto não esperávamos que fosse chegar assim tão cedo. Hoje são poucos salários ainda em aberto, algo em torno de uns quatro milhões de reais, ou cerca de 10% da folha, mas já foi adotada a parcela de quitação dos proventos. Entendemos que a inexperiência de algumas secretarias está pesando nesse processo e deixando de lado prioridades que deveriam ser elencadas pela gestão. Em especial na secretaria de Fazenda percebemos essa inexperiência. Isso não seria de todo ruim se tivéssemos tempo e condições de adaptação, afinal quem foi indicado por certo possui condições de estar lá e facilmente aprenderia os tramites da pasta, mas hoje não temos tempo nem espaço para experimentações, caso contrário, prioridades são deixadas de lado e processos são atropelados enquanto se aprende o que fazer”, explica Kátia.
O pedido de informações do SINDPMT quanto aos pagamentos foi o seguindo assunto em destaque na semana, depois da desistência de recurso judicial contra artigos do Plano de Cargos, Carreira e Salários. Na terça-feira, 04, assinaram o documento o prefeito Vinicius Claussen, o presidente da Câmara, Pedro Gil, e Katia Borges. O documento estabelece a criação de uma comissão, formada por membros do sindicato, Executivo e Legislativo, para a revisão de todo o Plano de Cargos e Salários. Segundo a advogada do Sindicato, Ana Paula Costa, a revisão do PCCS não irá retirar direitos já adquiridos pelos servidores e, sim, alinhar propostas mais modernas, dentro da realidade atual. “Queremos aproveitar esse espaço também para dizer que não estamos cedendo aos caprichos do governo como acham, muito menos fazendo um acordo para evitar greves, paralisações e outras medidas mais enérgicas, esse documento na verdade é uma garantia de discussão de nossas necessidades. Sabemos da dificuldade do município, mas também não podemos abrir mão de lutar pelos interesses da classe”, enaltece Kátia.
Já nesta terça-feira, 11, no final da tarde, o SINDPMT emitiu nota explicando o problema da falta de pagamentos verificada este mês. “Em contato com a gestão, pedimos informações sobre o restante pagamento, e nos foi informado que o dinheiro que se esperava essa semana para pagamento, que seria do FPM, foi bloqueado e está indo para os precatórios. Nossa advogada Dra. Ana Paula esteve em reunião com Dr. Lucas e estará indo ao Rio amanhã, com uma petição, solicitando a Justiça o desbloqueio do FPM, para que possamos pagar salário”, diz a nota veiculada pelas redes sociais. Como sabemos, com o completo esvaziamento dos cofres públicos promovido pela gestão temerária do ex-prefeito condenado, não haverá condições de cumprir com as folhas de pagamentos nos próximos meses. O que faz com que o maior público assalariado do município, composto pelos servidores públicos municipais da ativa e aposentados e pensionistas, precise se preparar para meses de muitas dificuldades a partir de agora. “Como já havíamos conversado, serão momentos de muita dificuldade para a classe, que vai precisar se organizar e se planejar para não passar por dificuldades ainda maiores. Esperávamos que as mudanças de governo e mentalidade de gestão, pudessem ser determinantes para que o rombo deixado pela irresponsabilidade de prefeitos anteriores viessem a ser superados, mas até agora nada efetivo foi feito. Estamos cobrando uma postura mais formal com relação aos cortes de pessoal, de salários e cargos, que até agora só esteve presente no campo dos discursos, isso precisa estar publicado, é nossa exigência”, lembra Robson, que é complementado por Kátia, “tudo isso é muito difícil para ser dito aos nossos associados, mas é necessário. A nossa classe vai precisar se preparar para o pior, que no nosso caso é a ausência do salário no final do mês”, completa. 
A Sindicalista, que representa mais de cinco mil e quinhentos servidores municipais, entre ativos e inativos, lembrou dos mais de três mil funcionários que amargaram atrasos em seus proventos por meses e meses seguidos. Aluguéis atrasados, contas de fornecimento de luz em aberto com pedidos de interrupção do serviço, cartões e empréstimos acumulando juros sobre juros, enfim, um cenário de prejuízos sem fim para os servidores que ainda pagam a conta dessa incompetência gerencial toda e que não terão melhores momentos pela frente. Não custa lembrar que essa falta de pagamento de salários e outros benefícios acabou gerando um inquérito civil ainda em tramitação, além de outro inquérito sobre o não repasse das cotas das contribuições previdenciárias. Quanto ao diálogo com a nova gestão, Kátia se disse ainda animada, entretanto, com o pé bem atrás. “Eu não acho que devemos aceitar tudo o que está sendo proposto apenas com a justificativa de que a gestão Claussen encontrou um cenário pior que imaginava, ou que tenha prometido coisas que não pode cumprir. Somos representantes dos sindicalizados e vamos lutar por eles sempre que necessário. Se preciso for fazer greve, faremos”, finaliza Kátia.

 

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Edição 19/04/2024
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