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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Ruas escuras aumentam sensação de insegurança das mulheres

Pesquisa mostra que maioria das teresopolitanas tem medo de sair de casa quando anoitece

Falta iluminação, sobra medo nas vias públicas. Há tempos O DIÁRIO vem atentando para a questão dos problemas gerados pela precariedade da iluminação pública do município, situação que continua sendo motivo de muita reclamação apesar de anunciados investimentos no setor pelo governo municipal – que por sua vez reajustou a tarifa em até 300% em alguns casos. Esta semana, tivemos acesso a pesquisa acadêmica realizada por alunas do curso de Direito do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) que mostra que as teresopolitanas têm medo de sair na rua quando anoitece com medo da violência. A sensação de insegurança chega a 93,6% das entrevistadas, sendo apontado como principal motivo justamente a falta de iluminação pública. O trabalho, que seguiu as normas de regulamentação previstas para pesquisas de campo, ouviu 171 mulheres, com idade entre 15 e 55 anos. Os principais quesitos apontados para a sensação de insegurança foram a escuridão nas ruas, o que facilita a práticas criminosas, e policiamento. A preocupação quanto a necessidade de mais viaturas nas ruas, porém, chega a um terço da reclamação sobre a falta de iluminação pública. 
“Somos incentivados diariamente a sair do teórico para o prático, e, como nosso grupo é formado só por mulheres, nesse trabalho de campo da disciplina Direito Constitucional 2, do professor Raphael Vieira da Fonseca, sobre direitos fundamentais, optamos pelo tema segurança. Esse questionário serviu para ajudar a pensar como está a questão da segurança está afetando o dia a dia das mulheres. Caminhar na rua com medo de acontecer alguma coisa não pode ser considerado normal. Esses números mostram que precisamos de mais políticas públicas para melhorar isso. A questão da iluminação pública é motivo de reclamação e é importante trazer esses assuntos para pauta. A maioria das mulheres está se sentido insegura em uma cidade onde isso não deveria acontecer”, relata a universitária Thamires Guedes.


Júlia Lima e Thamires Guedes, duas das sete estudantes que realizaram a pesquisa
Além dela, realizaram a pesquisa as jovens Giovanna Maggioni, Julia Westermann Lima, Jessica Ramos Lages, Emilly Soares Gonçalves, Jeniffer Vianna Ferreira e Isabella Nascimento da Silva. Outro tópico levantado no questionário feito por elas é sobre relatos de ataques a mulheres em vias públicas, com quase 80% das entrevistadas informando já ter ouvido alguma história preocupante. “No acesso da faculdade para a praça, para o ponto de ônibus, não há iluminação suficiente. Pouco tempo atrás teve caso de uma aluna perseguida na faculdade. Esse é apenas um dos exemplos que temos conhecimento”, relata Júlia Lima.
Thamires lembra ainda que, além de atentar para a necessidade de melhoria no sistema de iluminação pública e mais investimentos em políticas públicas para atender mulheres vítimas de algum tipo de violência, é preciso mudar a cultura do assédio. “Acabou virando situação comum infelizmente. A gente anda rua escutando brincadeira o que não era para ser brincadeira, temos percebido muito isso. Assim evitamos sair sozinhas da faculdade, buscando sempre um grupo, uma amiga. Estamos sempre ouvindo alguma coisa. Ninguém tem direito a invadir privacidade de outra pessoa. O assédio sé um situação preocupante e não podemos banalizar essa situação”, atenta a futura Advogada. “A gente espera que essa pesquisa ajude a ampliar essa discussão. Há muitos casos de violência, de estupro, e muitas mulheres ainda sem saber como lidar”, completa Júlia.

Muitos estupros
Dados do Instituto de Segurança Pública, órgão da Secretaria de Estado de Segurança, mostram que é preocupante o número de casos de estupro em Teresópolis. Segundo o ISP, entre janeiro e setembro deste ano foram 58 comunicações no setor de plantão da 110ª Delegacia de Polícia, sendo o primeiro mês de 2019 com o maior número de comunicações, 10. Tal estatística pode ser ainda maior, visto que, devido a complexidade da ocorrência, muitas mulheres ainda têm vergonha de procurar auxílio em unidades policiais, onde a grande maioria dos atendentes é do sexo masculino.

 

 

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Edição 19/04/2024
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