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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Projeto leva a história do Rock e oficinas para escolas estaduais

A figura do ator Jack Black segurando sua guitarra em plena sala de aula e lecionando a história norte-americana para seus curiosos alunos não sai da cabeça da maioria das pessoas que são convidadas a fazer a associação do Rock and Roll com a escola, mas um projeto desenvolvido aqui em Teresópolis quer mostrar que essa dobradinha pode render excelentes frutos para o futuro da sociedade teresopolitana com a inspiração e a motivação que somente a arte pode proporcionar.

Anderson Duarte

A figura do ator Jack Black segurando sua guitarra em plena sala de aula e lecionando a história norte-americana para seus curiosos alunos não sai da cabeça da maioria das pessoas que são convidadas a fazer a associação do Rock and Roll com a escola, mas um projeto desenvolvido aqui em Teresópolis quer mostrar que essa dobradinha pode render excelentes frutos para o futuro da sociedade teresopolitana com a inspiração e a motivação que somente a arte pode proporcionar. O Projeto Rock na Escola, criado e desenvolvido pela professora Margareth Lopes chega esta semana ao Colégio Estadual Edmundo Bittencourt e também ao Higino da Silveira com a proposta de levar a história do ritmo mais questionador e popular da história moderna, aliado a workshops de instrumentos e um show da Banda Falange. 
Nesta segunda-feira, 11, o programa Jornal Diário na TV recebeu a Diretora do Edmundo Bittencourt, Márcia Paranhos, a professora Margareth Lopes, que idealizou o projeto e também o músico Guinho Tavares, da Banda Falange, sucesso nacional que levou o nome de Teresópolis ao mundo com o programa Superstar. Os três falaram da expectativa de realizar uma ação deste porte no colégio e também como é importante inserir elementos do dia-a-dia dos estudantes no ambiente escolar. “Estamos com uma nova equipe de direção, com muitas ideias e projetos prontos para serem colocados em prática e é importante vir a público dizer que esse é um pontapé inicial para uma série de novidades no Edmundo Bittencourt e que vão ser muito importantes para a cidade. Temos a missão de transformar o colégio em um ambiente facilitador das escolhas de nossos estudantes, e vamos contar com a comunidade e a sociedade para alcançarmos essa meta”, enalteceu Márcia Paranhos.
“Além de ter o rock em minha vida, dentro da minha casa, e de ser esse o nosso ritmo favorito, sempre entendi que levar a música e tudo aquilo que ela representa para os nossos alunos pode ser uma forma de motivarmos mais esses jovens. Eles tem muitas dúvidas, eles tem muitas perguntas a serem respondidas e muitas vezes esse tipo de atividade ajuda a acalmar a ansiedade natural da idade e também a levar informações importantes para essa juventude. Estamos levando o projeto para as escolas estaduais e ele será feito em três etapas, uma primeira contando um pouco da História do Rock and Roll, como ele se colocou em nossa sociedade como um instrumento transformador, na segunda parte será feito um workshop que mostra a importância dos instrumentos e da música, para a formação cultural de nossos jovens. E por fim, como eles são merecedores, um show da banda Falange para coroar o evento”, explica Margareth.
Já o líder da banda Falange, o músico Guinho Tavares, que é marido da professora Margareth, fez questão de enaltecer a relação que ele teve com o rock ainda na escola, uma das justificativas do próprio projeto, ou seja, o contato direto do aluno com a Arte. “Desde bem cedo na escola nós já nos reuníamos com os colegas para montar pequenos grupos, bandas de rock de garagem que nasciam ali no ambiente do colégio. E olhando para trás eu me recordo de que era através dos amigos que tínhamos contato com os instrumentos, com a música de uma forma geral, e me pergunto hoje: como seria demais ter esse contato inicial com a música através da própria escola? Seria perfeito. E acho que é esse o grande barato do projeto, que a gente faz com muito orgulho e empenho. Levar a história do rock, a importância dos instrumentos e um pouco da minha profissão para esses jovens é um grande privilégio que tenho hoje”, disse Guinho.
O projeto Rock na Escola foi apoiado por algumas empresas da cidade e só foi possível leva-lo a duas unidades por conta desse apoio. O Supermercado Regina, a UNOPAR, o Photo Santa Tereza, a SAF e o curso de idiomas Brasas, além dos apoios da própria Banda Falange, do empresário e músico Fabiano Marques e do Portal do Tatu, do nosso amigo e repórter Claudio Tatu. “Com a ausência do Sesc e de seu fomento a educação e a cultura, ficamos um pouco desorientados quanto a produção cultural na cidade, mas não significa que devemos ficar inertes, pelo contrário, entendemos que é justamente nesse momento que devemos unir forças e tocarmos, nós mesmos, os rumos culturais da cidade”, lembrou a professora Margareth Lopes, que lembrou que para os próximos eventos vai contar com a ajuda de mais empresários ainda.
O Rock and Roll e a escola caminham juntos há décadas e algumas das maiores bandas de todos os tempos surgiram justamente no ambiente escolar e acabaram se transformando na profissão daqueles estudantes. Um dos maiores sucessos do segmento no mundo, a banda irlandesa U2, começou assim e foi quando o baterista Larry Mullen decidiu colocar um anúncio no Mount Temple Comprehensive School, colégio onde estudava, em Dublin, procurando por músicos para formar uma banda, que tudo começou. Hoje, a venda de álbuns acumulada faz do U2 um dos líderes do planeta, sendo o disco The Joshua Tree, de 1987, um dos mais vendidos em todo o mundo. E olha que tudo começou na escola. Já aqui no Brasil a trajetória de relação entre os dois não foi diferente, sendo um dos exemplos mais claros a banda Titãs.
O irreverente e numeroso grupo paulista chegou a ter nove integrantes e se formou, como seu companheiro irlandês, nos corredores e salas de aula do colégio Equipe. Foi na escola que Sérgio Britto, Branco Mello, Tony Belloto e os ex-integrantes Ciro Pessoa, Arnaldo Antunes e Nando Reis deram os primeiros passos, inicialmente com um som que misturava pop à música brega, mas que nunca deixou de ser Rock and Roll. Com o passar dos anos, a banda se aproximou ainda mais do rock e gravou discos clássicos, como o Cabeça Dinossauro, lançado em junho de 1986, tido até hoje como obra essencial na discografia do rock nacional e inspiração para centenas de bandas que surgiram nos anos seguintes ao seu lançamento. 
Outra relação entre música e escola muito famosa é o filme Escola de Rock, protagonizado pelo ator Jack Black, um dos mais versáteis e competentes de sua geração e que levou as telas o músico frustrado e falido que vê na chance de ensinar música para crianças uma excelente oportunidade de continuar fazendo o seu som, mas também pagando suas contas. O personagem de Black pode até não ser o mais correto politicamente, mas enxerga a música como sendo tudo o que interessa na vida e, por isso, seus erros acabam sendo, em grande parte, motivados por sua paixão pela Arte, e no final, as carreiras dos seus alunos acabaram sendo influenciadas positivamente pelos seus devaneios musicais.
Mas a relação vai muito além da ludicidade, já que a interação entre o desenvolvimento tecnológico e a educação tem sido um dos mecanismos de inovação mais perceptíveis no ambiente escolar e a presença da música em sala de aula é um dos elementos que a compõe e que também tem crescido muito nos últimos anos. E não é para menos que o rock esteja sendo tão usado nesta proposta, afinal ele é o ritmo conhecido por seu caráter contestatório. Nascido nas décadas de 50 e 60 através de "modinhas", não demorou nada para que surgissem bandas politizadas, desde as mais famosas até aquelas consideradas undergrounds. Assim, o rock nacional de protesto alcançou seu auge na década de 80, feito por pessoas que cresceram durante uma ditadura brutal, mas que através do engajamento proporcionou o nascimento de artistas como Raul Seixas, Cazuza e Renato Russo.

 

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Edição 16/04/2024
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