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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Professores e alunos da rede estadual enfrentam dificuldades com implantação de ensino online

Secretaria Estadual de Educação decidiu implantar ensino à distância durante período da quarentena

Marcus Wagner

Por conta do fechamento das escolas para evitar maior circulação do novo coronavírus, a rede estadual de ensino deu início na segunda-feira, 30, à implantação do sistema de aulas online, conforme determinação da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), porém a medida esbarra em problemas que precisam de soluções urgentes para não prejudicar alunos e professores. Os profissionais de ensino questionam que está havendo uma mudança muito profunda sem as condições necessárias, como garantir que todos os estudantes tenham acesso, além da falta de treinamento e de normas. 
Por conta desta situação, representantes da categoria estão se mobilizando para cobrar da Seeduc que resolva as questões que causam grande preocupação. Em audiência pública realizada nesta segunda-feira na Alerj com a participação de membros do sindicato, da Defensoria Pública e do Ministério Público foram apontadas as falhas e uma precariedade da rede. Houve ainda a proposta de suspender o calendário, possibilitando que termine em 2021, diferente do que estipulou a Seeduc, que não enviou representante à reunião.
Além desse encontro, há também um petição online de professores que coleta assinaturas para serem enviadas à Alerj pedindo a rejeição do Projeto de Lei que institui o ensino à distância. Em Teresópolis, a preocupação também é grande por parte dos professores que apontam haver um gargalo na dificuldade de acesso, tanto dos alunos quanto dos próprios profissionais docentes.
A professora Graziela Leite destaca que não é contra o sistema online, mas a forma como está sendo implantado: “O momento é muito difícil para todo mundo. Como profissional da educação, já há bastante tempo vejo que a educação se encaminha para uma educação híbrida, ou seja, que mescle tanto o presencial como o virtual. Claro que não podemos nunca deixar de frisar o quão importante é a educação presencial. Mas hoje, com essa questão da quarentena, todos estão precisando de reinventar na área virtual. São colégios tentando criar plataformas de estudos para que seus alunos não fiquem prejudicados, mas ao mesmo tempo, falta a capacitação tanto do lado dos professores que não estão habituados ao trabalho EAD como os alunos que não tem o bom hábito de estudar em casa”.
Graziela destaca que ainda está havendo uma ambientação à plataforma Google Classroom, mas não há nenhum suporte adequado: “A sensação  é que jogaram o abacaxi no meu colo dizendo que eu deveria usar a plataforma, mas não me deram suporte para isso. Temos muitos professores mais velhos que não estão habituados ao uso da tecnologia e que terão grandes dificuldades com o uso da plataforma. Por outro lado, temos muitos alunos que nem sequer tem acesso a internet, como será? Esse alunos ficarão "para trás"? O secretário diz que providenciará apostilas para alunos que não tem acesso a internet, mas como isso acontecerá? Como essas apostilas chegarão aos alunos? Acho que a utopia é sempre muito bonita, mas a realidade é bem outra”, afirmou.
A professora lembrou ainda que o contrato dos professores da rede estadual é específico para trabalho presencial, algo que ainda não foi abordado pela Seeduc.
Além da questão da plataforma, falta discutir também a questão das férias, pois os profissionais querem que o recesso de julho seja mantido. Após a reunião de segunda-feira, o Ministério Público solicitou à Seeduc esclarecimentos sobre a proposta, pois apesar de haver fundamento legal, ainda existem pontos que precisam de esclarecimento. Também criticou o uso de ferramentas improvisadas, em vez de soluções próprias e permanentes.  

 

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Edição 25/04/2024
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