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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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“Prefeitura pode pagar abono sim”, diz SindPMT

Enquanto faz consulta ao TCE, governo compra computadores

Wanderley Peres

Diante das desculpas da prefeitura, de que havia incerteza se podia ou não repassar o valor do Fundeb como abono aos profissionais da educação, preferindo gastar o excedente de R$ 10 milhões com computadores, que os professores não querem porque não precisam mais deles e porque já adquiriram com recursos próprios quando precisaram, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais solicitou ao seu corpo jurídico um parecer técnico para contestar suposta impossibilidade jurídica frente ao que dispõe o art. 8º da LC 173/2020. Segundo os advogados “aplicar negativa de vigência à norma constitucional utilizando amarras inaplicáveis da LC 173/2020 como desculpa para descumprimento da destinação do percentual de 70% (setenta por cento) do FUNDEB com o gasto com pessoal é temerário e contrário à lei e à Constituição. É inegável a necessidade de fixar o entendimento e interpretação no sentido de afastar a aplicabilidade do art. 8º da LC 173/2020 quanto ao aumento de despesa com pessoal especificamente para contemplar profissionais da educação básica em efetivo exercício, em cumprimento ao disposto no artigo 212-A da Constituição Federal. Pelo exposto, exclusivamente para contemplar os profissionais da educação básica em efetivo exercício, conforme prevê o artigo 212-A da Constituição Federal, somos do entendimento de que não há qualquer óbice quanto ao aumento de despesas com pessoal, inclusive com possível concessão de vantagem, abono ou congênere, garantindo o Princípio da Supremacia da Norma Constitucional”.

Com o parecer em mãos, a presidente do SindPMT garantiu que o pagamento do abono aos professores é possível e viável, sim, da mesma forma como está sendo feita em outros municípios, como havia informado O DIÁRIO. “Elaboramos um parecer jurídico, que já foi encaminhado ao prefeito com pedido de reunião e agora estamos aguardando a devolutiva e o cumprimento da promessa que o prefeito nos fez de que não usaria o recurso como está sendo feito”, disse Kátia Borges, que já tem assembleia geral do Sind PMT marcada para o dia 24 próximo. “Queremos nosso direito garantido, o Fundeb é nosso”, concluiu.

Apesar de ter dado esperança ao SindPMT de que o recurso poderia ser, ou seria, repassado como abono aos professores, a prefeitura resolveu por aplicar o recurso na aquisição de equipamentos, justificando, enquanto gasta o dinheiro de outra forma, que havia feito consulta ao TCE para a devida segurança jurídica.

“A consulta busca segurança jurídica para fazer o pagamento, visto que o inciso VI, artigo 8º, da Lei Complementar Federal nº 173/2020, proíbe a criação de abonos e benefícios de qualquer natureza até dezembro de 2021 por conta do auxílio financeiro prestado pela União aos Municípios e Estados em decorrência da pandemia de Covid-19. Além do mais, existe cartilha produzida pelo Governo Federal expondo os motivos jurídicos pelos quais não é possível conceder abono salarial com recursos do Novo Fundeb aos profissionais da Educação, com base na Emenda Constitucional nº 108/2020 e na Lei Federal nº 14.133/2020”.

Enquanto a prefeitura de Teresópolis diz aos professores que está consultando o TCE para ver se pode repassar os recursos do Fundeb como bonificação e, mantém a licitação para gastar os cerca de R$ 10 milhões comprando computadores para os profissionais da educação, os 1300 profissionais do magistério da Rede Municipal de Educação de Rio das Ostras receberam na última sexta-feira, 5 de novembro, a primeira parcela do Abono Excepcional do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), referente ao mês de outubro.

“Sessão pública” às escondidas

De forma segredada, sem público e sem informações ao público, apesar de perguntas terem sido feitas à administração municipal, foi realizado nesta quinta-feira, 11, o pregão eletrônico Nº 085/2021, que visa a aquisição de 1.400 Notebooks para distribuição aos professores. Segundo a cotação de preços publicada em, cada computador poderá custar até R$ 6.882,70. Numa simples consulta nos sites de eletrônicos, pode ser encontrada a configuração desejada até pela metade do preço sugerido no edital da prefeitura.

Informado em frio edital, que é postado sem a mínima divulgação, em pastas fechadas de arquivos no endereço eletrônico da prefeitura, publicação que a população não tem acesso à leitura e os buscadores de internet não alcançam, o pregão da compra dos R$ 10 milhões em computadores está envolto em mistério. Marcada a licitação para as 10h desta quinta-feira, 11, não foi transmitida pela internet, como é exigido em lei e, perguntado sobre o resultado, o setor de compras da prefeitura informou à redação do DIÁRIO, simplesmente, que o pregão estava em fase de amostras. “Ainda não há empresa vencedora, nem valor final. A empresa previamente classificada em primeiro lugar tem 5 dias úteis para apresentar amostras à Secretaria Municipal de Educação, que aprovará ou não o equipamento”, respondeu. Justifica a prefeitura que “os pregões eletrônicos acontecem diretamente na plataforma do Governo Federal, não havendo licitação a ser gravada. Não há interação humana, nem a presença de fornecedores. Não é possível dar publicidade aos lances antes do fechamento do pregão, pois estes são fechados, não podendo ser ‘publicizados’ antes do fechamento do certame”.

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Edição 20/04/2024
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