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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Pipódromo no Vale da Lua, risco de morte para todas as partes envolvidas

Ideia de vereador pode causar acidentes fatais com ciclistas, motociclistas e até com os pipeiros, visto que área é cerca por rede de alta tensão

Marcello Medeiros

Em uma das últimas sessões da Câmara, o vereador Milton Cesar “Da Ponte” anunciou um projeto que pode colocar em risco a vida de muitos teresopolitanos: A regulamentação de um pipódromo no Vale da Lua, topo de morro localizado entre Quinta da Barra, Golf e Vale da Prata conhecido pelas muitas possibilidades para as práticas esportivas. E são justamente elas as principais prejudicadas caso a ideia do edil seja levada em frente. Como é amplamente sabido, as chamadas linhas chilenas ou com outros tipos de cerol, que mesmo proibidas são comuns entre os pipeiros, podem cortar profundamente os pescoços de ciclistas, motociclistas e corredores, além de outros visitantes da área onde se tem bonita vista para as principais montanhas da região. E não são somente os atletas, profissionais ou amadores, que correm risco de morte se descabido projeto for realmente apresentado, aprovado pela Câmara e sancionado pelo prefeito Vinicius Claussen. Os próprios pipeiros, incluindo muitos menores de idade, estarão se arriscando ao soltar pipas e raias em área tomada por torres e redes de alta tensão em quase toda a extensão.
Apesar de ter residência em bairro vizinho, o Loteamento Féo, e consequentemente base eleitoral naquela região, o vereador parece nunca ter visitado aquele topo de morro. Segundo o parlamentar, o local é ideal para os adeptos desse esporte por ser amplo, e a lei vem em boa hora porque não existe risco da aglomeração, "porque o povo que solta pipa e brinca de cortar a outra pipa fica distante uns dos outros e que os devotos da pipa terão enfim um espaço dedicado". Dedicado, porém, extremamente arriscado e sujeito a mortes a cada fim de semana de céu colorido pelas pipas.
O assunto teve bastante repercussão nas redes sociais, mas de maneira bastante negativa para o vereador. Um dos muitos que atentaram para o absurdo de se regulamentar tal pipódromo e incentivar a prática naquela região foi o atleta teresopolitano Marcos Juliano. “Pagamos muito caro através de impostos para manter um sujeito que cria um projeto de lei municipal totalmente populista e inconsequente. Enquanto à Polícia Militar de Teresópolis trabalha na fiscalização do material ilegal dos pipeiros, o edil quer incentivar a prática de tal atividade. Sem mesmo saber que há esportistas, diga-se de passagem, verdadeiros, que praticam suas atividades no Vale da Lua. São trilheiros de moto e bicicleta, corredores e caminhantes. Mas o que prevalece é atividade ilegal na qual mata inúmeras pessoas todos os anos. Incluindo os próprios pipeiros que morrem soltando pipas perto da rede elétrica. É o caso do Vale da Lua que é conhecido também como Torre, devido as torres de alta-tensão. O vereador está disposto a se responsabilizar quando tiver a primeira morte no local? Óbvio que não. Certamente o prefeito irá vetar se é que chegará ao executivo do município”, enfatizou Juliano, em sua página na rede social Facebook.

Bike Park
Em dezembro de 2017, o grupo “Turma do Pedal” concretizou o sonho de muitos os ciclistas de Teresópolis e criou o “Bike Park MTB Vale da Lua”. Aproveitando as condições naturais da região, e outras estradas abertas justamente para o acesso às torres, foram criados vários percursos, com muitas subidas e descidas técnicas, e um circuito específico de mountain bike na modalidade XCO, trajeto que foi ampliado recentemente pela própria “Turma do Pedal”. O grupo, aliás, já realizou vários encontros e eventos no local.

Motocross e corrida
Além dos ciclistas, a grande área do Vale Lua é democraticamente utilizada pelos praticantes do motocross e outros esportes off-road, como os jipeiros. Os adeptos das corridas de rua ou de aventura também aproveitam as íngremes subidas e descidas para melhorar o condicionamento físico aproveitando o visual espetacular para as montanhas protegidas pelos três parques que cercam o nosso município.

Risco para o meio ambiente
Fora o risco de morte para aqueles que praticam esportes e para os próprios pipeiros, como já foi bem enfatizado até aqui, é importante destacar a possibilidade da realização de diversos crimes ambientais, colocando em risco o fragmento florestal e residências no entorno. Lixo espalhado, formado por restos de linha e pipas, entre outros, e as queimadas podem se tornar mais frequentes. Nesse período do ano, por exemplo, um cigarro jogado em um trecho de vegetação seca pode causar um incêndio de grandes proporções.

 

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Edição 28/03/2024
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