As reclamações quanto a problemas no atendimento no Ginásio Pedrão para pessoas com suspeita de infecção por Covid-19 ganham cada vez mais exemplos de teresopolitanos que saem do local sem serem testados, mesmo apresentando os sintomas característicos. Nossa reportagem acompanhou o caso de duas pessoas que foram ao local nesta terça-feira, dia 28, e que após passarem duas horas aguardando, foram comunicadas que deveriam voltar no dia seguinte. Nas redes sociais, os relatos também se multiplicam, inclusive de casos considerados graves. Todos questionam como o atendimento destinado a uma situação urgente pode ocorrer de maneira tão questionável.
Propositalmente ou não, o que pode se constatar é uma limitação na quantidade de testes, o que prejudica até mesmo aferir a real situação da pandemia em Teresópolis e principalmente amplia o risco à saúde de toda a população. O governo municipal já alardeou a aquisição de um grande número de testes, mas o que de fato se percebe pelos relatos é que existe uma restrição grande para a utilização desta importante ferramenta.
Casos se repetem com frequência
Dias antes recebemos um relato de um senhor que estava passando mal e com dificuldades de locomoção por estar debilitado foi levado até o Pedrão, apresentando febre, mas apenas foi mandado de volta para casa, mas a situação se agravou e após nova tentativa, desta vez na UPA, foi constatada a gravidade do caso e o homem precisou ser internado já com grande comprometimento da saúde.
Pelas redes sociais, depoimentos com o mesmo tipo de problemas são cada vez mais comuns: “É muita falta de amor ao próximo. Eu fiquei das onze horas de ontem até às seis da tarde pra ser atendida e nem o exame consegui fazer, só me mandaram ficar em isolamento e passaram remédios. Nem sabem o que realmente eu tenho, mas mesmo assim me deram… Muita desumanidade”, afirmou Regina Célia.
“E o pior e que essas pessoas mandadas pra casa já contaminadas e sabendo que estão apenas com gripe, não se isolam e contaminam toda a família, vizinhos e quem mais tiver contato com eles”, alertou Sônia Ramos.
“O atendimento no Pedrão é uma vergonha! Eu passei mal e já sabendo que estava com Covid. Só que eu tinha piorado com falta de ar em casa, fui ao Pedrão e fiquei de 11h da manhã até sair as 17hs. Me passaram outros medicamentos, mais fortes e caríssimos. Perguntei se não iam fazer uma tomografia, o médico me disse que não havia nenhum agravante para mandar tirar uma tomografia. Estou ainda em casa com pouca falta de ar e com pequenas dores no corpo e principalmente nas costas. Falta GESTÃO desse PREFEITO de TERESÓPOLIS! Falta RESPEITO às PESSOAS!”, reclamou Marcelo Vialle.
Guapimirim reforça testagem
Em Guapimirim a situação é diferente: a prefeitura realizou um mutirão de testes para facilitar o acesso à população, enquanto em Teresópolis, muitos relatam que recebem a orientação de que devem procurar testes pagos.
Resposta da prefeitura
Em relação aos problemas apontados, enviamos um pedido de posicionamento do governo municipal e recebemos a seguinte nota da assessoria de comunicação: “O centro de atendimento e testagem do Ginásio Pedrão conta com médicos tanto na triagem quanto na testagem de pacientes. Cabe a esse profissional o diagnóstico clínico do paciente”.
“A testagem nos 4 centros de atendimento em funcionamento no município é feita por agendamento através do aplicativo Minha Saúde ou por solicitação médica, por meio de análise clínica”.
“Cada centro tem capacidade para fazer entre 100 e 120 testes diários. Além dos 5 mil testes retirados do lote de até 50 mil adquiridos pela Prefeitura por licitação, outros 10 mil testes deverão ser entregues nos próximos dias, para continuidade do programa de testagem da população”.
Sobre a possibilidade de fazer um mutirão de testagem, a nota finaliza: “A Secretaria de Saúde de Teresópolis não conhece o programa oficial de testagem de Guapimirim”.
