Paola Oliveira
Existe um trabalho pouco conhecido, mas muito importante no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o dos voluntários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As pessoas cadastradas pela gerência da unidade de conservação ambiental contribuem para que o espaço continue de portas abertas, atendendo da melhor forma possível os visitantes e contribuindo com a continuidade de fauna e flora. Terceiro mais antigo e um dos mais importantes do país, o PARNASO é referência em pesquisas e responsável pela conservação da vida em diversas frentes, com muitas espécies em extinção ou endêmicas – aquelas que só ocorrem nesse local. Mas, devido ao seu tamanho e complexidade, além de inúmeras opções de ecoturismo, a participação do voluntariado é mais do que fundamental.
“O programa tem o propósito de promover o engajamento da sociedade na conservação da biodiversidade por meio da ação voluntária e do reconhecimento público dessa contribuição”, explica a Coordenadora do Voluntariado do ICMBio no Parnaso, Janine Maffei. “Desde de 2009 o ICMBio contabiliza mais de cento e setenta unidades organizacionais com programa de voluntariado formalizado, mas o Programa está em permanente processo de expansão em todo país, ampliando a rede de proteção deste patrimônio que é de todos os brasileiros”, completa Janine, que viu no projeto uma oportunidade de contribuir mais do que com a unidade de conservação ambiental, mas com a sociedade de modo geral.
O voluntário pode desenvolver diversas funções no campo ou no escritório, contribuindo para projeto de pesquisa, ordenamento de visitação, manutenção de trilhas, monitoramento de espécies, podendo também atuar na administração do parque, além de auxiliar na educação ambiental dos visitantes e gerar conteúdo de comunicação. Para ser um voluntário não é necessário ter uma profissão na área, experiência ou ensino superior, nem mesmo uma idade específica.
Amor pela causa
Em atuação no programa há quase um ano, Pedro Zeno, um jovem curioso e apaixonado pela natureza, fala do valor do programa para a sociedade e o meio ambiente. “É importante integrar pesquisadores, voluntários e não voluntários. O programa é bem democrático, o que traz a sociedade para dentro do parque. Aqui tem uma série de benefícios, tanto individuais quanto no coletivo. Nós temos contribuído para uma profissionalização cada vez mais conectada aos nossos ambientes naturais, aos nossos ecossistemas”, declarou. “Agora eu me tornei mais um coletinho verde para defender e proteger o verde brasileiro. E tenho muito para fazer que esse país seja um pouco melhor”, enfatiza.
A sede Teresópolis também possui um alojamento para receber os voluntários vindos de outros lugares, o que permite que essas pessoas acabem trocando conhecimento. “Nós fazemos uma família, porque são pessoas das mais distintas áreas, com várias experiências de vida. Então é bem enriquecedor. Isso contribui muito para o nosso desenvolvimento pessoal, vale muito a pena”, conta o voluntário Pedro.
Muitos projetos
Dentro do programa de voluntariado do ICMBio existe um projeto que tem como base o auxílio dos colaboradores, como conta Cecília Cronemberger, Analista Ambiental lotada no PARNASO. “O Parque Nacional da Serra dos Órgãos participa do Programa Nacional de Monitoramento de Biodiversidade do ICMBio chamado programa Monitora e nós temos trabalhado nos últimos anos com a ajuda de voluntários. Eles nos dão suporte ao coletar dados sobre mamíferos, aves, borboletas que são indicadores da qualidade ambiental, entre outros”, pontua a Bióloga.
Para continuar seguindo em frente, o programa conta com o apoio de algumas empresas com a doação de materiais utilizados nas mais diversas ações. Quem deseja fazer parte dessa equipe de apaixonados pelo meio ambiente pode se cadastrar no site www. icmbio.gov.br/portal/sejaumvoluntario e ter a oportunidade de exercitar a cidadania e contribuir para o equilíbrio e melhoria da qualidade de vida local.
