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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Panorama continua sendo um grande problema

Clube, que fez muito sucesso nos anos 70 e 80, hoje é motivo de preocupação para a vizinhança

Marcello Medeiros

Em um momento que os teresopolitanos estão apreensivos por conta do aumento do número de casos de febre amarela no município, voltam à tona locais como o abandonado Clube Panorama e suas antigas e bonitas piscinas, hoje criadouros de mosquitos. Apesar de todos os registros até então serem de febre amarela silvestre, ou seja, transmitidas por espécies que só ocorrem em florestas – no caso o Hemagogus e o Sabethes – o medo que o conhecido Aedes aegypti também passe a propagar a doença é bem grande. E essa possibilidade não é descartada. Além disso, não se pode esquecer que em anos anteriores e bem recentes tivemos muitos problemas com a dengue, zika e chikungunya, doenças comuns ao Aedes. Preocupados com essa situação, esta semana vizinhos do antigo clube recreativo localizado em privilegiado endereço na Rua Professora Carmem Gomes entraram em contato com a redação do jornal O DIÁRIO e DIÁRIO TV para encaminhar imagens e pedir providências ao poder público municipal, a quem compete a fiscalização e notificação através do setor de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde.

“Continua uma vergonha isso aqui. Um perigo cada vez maior. A cada ano que passa o clube está mais deteriorado e a situação das piscinas fica ainda mais complicada e ninguém faz nada. Além do risco de doenças, por causa dos mosquitos, está tudo aberto e estranhos podem invadir e ainda usar esse terreno para tomar residências próximas”, relatou ao jornal uma vizinha ao Panorama. 

Além dela, outro morador do entorno, que também pediu para não ser identificado, acessou o antigo espaço de lazer e fotografou os criadouros de mosquitos, as antigas piscinas, que geralmente nessa época, até cerca de 20 anos atrás, estariam sendo muito utilizadas. As imagens mostram que os espelhos d´água azulados hoje estão bastante esverdeados e lembram pântanos. Em uma delas está boiando um acessório muito utilizado pela criançada, o escorregador.

Nesta sexta-feira, agentes de endemias da Vigilância Ambiental em Saúde/Controle de Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde, estiveram no local e lançaram o larvicida Sumilarv nas três piscinas.  Indicado pelo Ministério da Saúde, o inseticida granulado também combate a mosca doméstica e o pernilongo, e entra em ação em até 12 horas depois da aplicação, impedindo a proliferação dos mosquitos.  

Os agentes de endemias seguem uma programação diária e, no caso de imóveis abandonados, a população pode solicitar o serviço através da Ouvidoria Municipal. Instalada no Centro Administrativo Municipal da Várzea, na Avenida Lúcio Meira, 375, 1º andar, o setor funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h. O telefone de contato é (21) 2742-5074.

Leilão suspenso

Em 2014, o Panorama seria vendido em leilão. Porém, o Juiz Carlo Artur Basílico suspendeu o pregão por conta de uma contestação de uma pessoa que alega ter adquirido parte da propriedade. O imóvel entrou em processo judicial de venda após cobranças de dívidas com o poder público, ex-funcionários e também com prestadores de serviço. O evento que iria ocorrer no andar térreo do Fórum chegou a atrair um grupo de interessados, mas os procedimentos nem chegaram a ter início devido ao pedido feito por um advogado que fez a contestação para que ocorresse nova avaliação. O clube poderá ser vendido por preço mínimo, desde que não seja oferecido um valor muito abaixo do mercado para tamanho imóvel. O montante arrecadado irá atender a uma série de dívidas oriundas de várias fontes, como IPTU e débitos trabalhistas.

Bonita história

Em seu blog, Benedicto Lima Trigo, Presidente de julho de 1969 a 1984, divulga algumas bonitas imagens da época de ouro. Por muito tempo, o Panorama Country Clube foi referência de diversão em suas três piscinas, inclusive uma semiolímpica, duas quadras (uma de taco que posteriormente foi coberto por grama sintética), saunas secas e a vapor, parque de diversões e salão de festas. Hoje, quem procura o número 69 da Rua Professora Carmem Gomes não encontra nada de divertido. Pelo contrário, se assusta com o estado de degradação do clube.  

No ano de 2010, a reportagem do jornal O DIÁRIO e DIÁRIO TV, a pedido de vizinhos e moradores do bairro muito preocupados com a situação do complexo, esteve no Panorama e constatou o estado de conservação já preocupante do local. Na época, já na rampa de acesso, o tamanho do mato indicava que há bastante tempo o local não recebia nenhum tipo de atenção. As piscinas também pareciam brejos com a água completamente verde, cheia de folhas e mosquitos.

O local onde os associados aproveitavam os dias de sol, em volta das piscinas, o parque de diversões e a quadra aberta, que era utilizada para a prática de futsal e tênis, ficaram completamente tomados pelo mato. No ginásio onde aconteceram diversas competições de futsal, vôlei e outros esportes, inclusive artes marciais, a depredação também foi implacável. 

Clube virou abrigo

Além do piso destruído, não existiam mais a grade que separava a arquibancada da quadra e as traves, tendo sido deixados latões utilizados em um paintball que funcionou por um período no local. Além deste paintball, o clube também foi “sede” de uma televisão a cabo local.  E só não ficou pior a situação porque o espaço serviu de abrigo para famílias vitimadas pela tragédia de 2012. Nesse sentido, e para garantir a segurança destas pessoas equipes da Secretaria Municipal de Serviços Públicos trabalharam na capina, varrição, retirada de entulhos e na transformação de algumas salas em áreas para receber os colchonetes e pertences das famílias. Foram pelo menos três grandes locais transformados em dormitórios provisórios: O salão de jogos, onde ainda estavam restos de mesas de jogos, como totó, o salão de festas e a quadra poliesportiva. Nos dois primeiros, o maior trabalho foi por conta das muitas vidraças que precisaram ser fechadas com placas de madeira. Também foram limpas as antigas saunas, seca e a vapor, banheiros e uma cantina, espaços que foram reaproveitados para o melhor conforto das famílias que tiveram que deixar suas casas após alagamentos e deslizamentos de terra.

 

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Edição 08/05/2024
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