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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Paciente aguarda há mais de uma semana para conseguir uma transferência

Casos graves não conseguem internação nem mesmo com determinação judicial

A sucessão de absurdos na UPA de Teresópolis parece não ter fim. Cada vez mais são frequentes os casos de famílias desesperadas para conseguirem transferências para alguém que necessita urgente de cuidados que a unidade não pode oferecer. Uma senhora aguarda há mais de uma semana para conseguir sua transferência e mesmo após uma decisão judicial determinando a internação imediata, seja em leito público ou particular, nada foi feito e a família continua cobrando uma solução. Enquanto o prefeito Vinicius Claussen exalta nas redes sociais ter conseguido vários leitos para Covid-19, a situação dos pacientes com outros problemas graves continua sendo de angústia e medo por conta da demora em conseguir o tratamento de que necessitam.
A situação desta paciente, assim como outros que enfrentam esta situação, demonstra que o governo municipal está falhando na gestão da Saúde ao não acompanhar a evolução da necessidade de leitos em Teresópolis, como afirma a sentença proferida pelo Juiz Carlo Artur Basílico em favor da transferência imediata.
Nossa reportagem recebeu o pedido de ajuda da filha da paciente Sileia de Souza Pitasse que denunciou o caso, relatando a situação de angústia sem resposta do governo municipal.


“Minha mãe deu entrada no UPA dia 14, segunda-feira passada. Nós avisamos que ela tem diabetes, só que não estava fazendo uso da medicação, então da noite de segunda para terça o açúcar tinha subido muito, chegando a 1000. Ela foi levada pra sala vermelha da UPA, em estado grave e assim nós entramos na Defensoria Pública para conseguir obrigar a UPA a fazer a transferência da minha mãe. Então graças a Deus, com muitas orações, minha mãe ontem foi para a sala amarela, mas necessita de cuidados específicos para tratar o caso da diabete. Precisamos que a UPA cumpra a transferência da minha mãe, pois já passou o prazo determinado pela lei”, afirmou a filha Gisele.
No dia 17, a Justiça concedeu a liminar para que a transferência fosse feita: “Defiro liminarmente a tutela de urgência para impor ao(s) réu(s) solidariamente a obrigação de promover a internação da parte autora em unidade hospitalar a fim de que ali possa receber os cuidados médicos recomendados no laudo. A internação deverá ser feita preferencialmente na rede pública. Caso não exista vaga, deverá ser custeada pelo(s) réu(s) solidariamente na rede hospitalar particular. Concedo prazo de até 24 horas para cumprimento da liminar, sob pena de responsabilidade pessoal dos agentes públicos ou delegatários omissos e multa de R$1.000,00 (mil reais) por dia/hora de descumprimento até a efetivação do sequestro de valores para custeio da internação em rede privada, se for o caso”, determinou o Juiz Carlo Arthur Basílico.

Promessa de gestão não funcionou
Depois de dois anos a frente da prefeitura, um vice-prefeito que é médico e uma verba gigantesca para a Saúde, esperava-se que a UPA pudesse melhorar, porém o que o discurso exalta uma unidade problemática afronta o sofrimento que muitas famílias são obrigadas a passar.

Prefeito ignora óbitos e precariedade
No final de agosto, em um vídeo feito na UPA mostrando um leito preparado para a filmagem com equipamento ainda não utilizado, o prefeito comemorou uma UPA que muita gente desconhece, gravação feita menos de uma semana depois que um paciente morreu aguardando transferência sentado em uma cadeira escorada por uma lata de lixo. Dois dias depois outra paciente perdeu a vida após esperar por uma internação em hospital que nunca veio. Depois desses fatos, o prefeito limitou-se a mostrar um novo aparelho e afirmar junto com seu vice que “toda vida importa”, sem citar o problema das transferências, nem sequer um pedido de desculpas ou de condolências com as famílias.

Indignação com vídeo de prefeito e vice na UPA
A divulgação do vídeo foi o estopim para quem acabou de sofrer a perda de um ente querido se manifestar: “Onde fica essa UPA aí? Porque não é essa que nós conhecemos. Meu pai deu entrada em estado grave na UPA e não tinha lugar para ele sentar, só uma cadeira de madeira usada pra fazer medicação! Pelo amor de Deus, vocês não tem coração no peito, mas sim uma pedra! Podem ter certeza, senhor prefeito e senhor vice, que a justiça do homem é falha, mas a de Deus não. Meu pai é aquele que ficou na maca quebrada escorada pela lata de lixo!”, disse a filha do paciente.
Para se dar conta da precariedade no atendimento da Saúde pública, não é preciso nem sequer ir até a UPA, basta acompanhar os pedidos desesperados de parentes por ajuda para conseguir transferências para casos graves.

Casos graves se acumulam sem solução
Parentes do paciente Levi Paula Thomas, conhecido como Pato Rouco está internado há um mês, esperando vaga no CTI do Hospital das Clínicas de Teresópolis, enquanto o irmão Omar de Paula também aguarda vaga no Hospital São José para amputar a perna. Os problemas de internação também afetam a Beneficência Portuguesa que tem um paciente de 88 anos aguardando transferência urgente desde a semana passada.

Resposta da prefeitura
Nossa reportagem entrou em contato com a prefeitura, pedindo um posicionamento sobre a situação da senhora Sileia e assessoria de comunicação limitou a responder em nota que “Informações sobre o estado de saúde dos pacientes não pode ser divulgadas sem autorização da família. Pontuando que trata-se de um caso de paciente que aguarda vaga para internação em Enfermaria nos hospitais credenciados”.

 

 

 

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Edição 23/04/2024
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