Teve grande repercussão nas redes sociais no último fim de semana o caso da comerciante Juliana Custódio, que relatou ter apresentado sintomas que indicavam a possibilidade da infecção por coronavírus e, diante desse quadro, a dificuldade para a confirmação ou o descarte da situação. Ela conta que, mesmo após atendimento em unidade hospitalar do município, voltou para casa sem saber a sua real condição de saúde. “Eu no início da semana comecei com muita coeira olhos, nariz, muita dor de cabeça e coriza, incomodo garganta, não é como infecção, diferente. Também estava espirrando, tossindo, tendo muito calafrio, dor no corpo, como fosse dor nos ossos. Na sexta de manhã comecei a sentir falta de ar, mas não saí porque não queria ir Pedrão e nem hospitais, porque fiquei com medo de ir e piorar. Enquanto aguentei fiquei em casa, mas começou a ficar pior, peguei carro e tentei chegar no Pedrão e não consegui. Dois guardas me ajudaram e chamaram ambulância para me levar para a UPA. Lá fizeram exame sangue, raio-x… Depois da troca de médico ele me chamou no consultório e falou era viral e iria passar um antigripal. Isso comigo ofegante e com falta de ar. Eles me colocaram respirador e me deram um soro com cinco goras rivotril para acalmar e com respirador começou a ajudar, mas tirava e continuava com falta de ar. Quando falou era quadro viral disse que se tivesse teste faria, mas não tinha. Falou para voltar para a maca e ficar lá, me colocaram em quarto isolado. Voltei para o respirador e o médico disse, de novo, que não tinha teste nem UPA, nem Pedrão, que não tem em Teresópolis. Como podemos acreditar nas estatísticas se não tem o teste para poder fazer?”, questionou a comerciante, em vídeo postado em uma rede social.
Através da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, a secretaria municipal de Saúde explicou que a recomendação do Ministério da Saúde para os estados que têm transmissão comunitária, como no Rio de Janeiro, é que os testes sejam realizados em pacientes graves e contatos imediatos de paciente com resultado positivo. “Nos casos leves, o isolamento domiciliar é o que garante a redução da transmissão da doença e o acompanhamento desses casos em isolamento. Ressaltando que os pacientes em isolamento são acompanhados, com monitoramento por meio de telefonemas, de 48h em 48h, em média, ou pelo SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar). A Secretaria de Saúde pontua que ainda não recebeu do Ministério da Saúde os testes rápidos, que serão dirigidos a todos os pacientes com sintomas leves ou graves e aos profissionais de saúde prioritariamente. Com relação à paciente citada na matéria, trata-se de um caso leve e os profissionais da UPA que fizeram o atendimento, levando em consideração o protocolo do Ministério da Saúde, consideraram que não havia necessidade de colher material para exame”, informa o documento.
Doação de testes
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (23) que vai doar ao Sistema Único de Saúde (SUS) 600 mil testes para o diagnóstico do novo coronavírus (covid-19). Dois terços – 400 mil – serão entregues ao Ministério da Saúde, e o restante – 200 mil -, à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, estado onde fica a sede da empresa. Os kits para a testagem da doença vão ser importados esta semana e devem chegar dos Estados Unidos em abril. Segundo a estatal, os testes são do tipo RT-PCR, que é considerado "padrão ouro" pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A Petrobras anunciou ainda que criou um grupo multidisciplinar de profissionais para avaliar e propor soluções que possam ajudar no combate à pandemia. O grupo de pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) atua em parceria com universidades e outras instituições.
