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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Mudanças no trânsito podem ser canceladas nos próximos dias

Câmara entra com Ação pedindo que alterações, feitas para atender questionado sistema de Integração, sejam revistas

Marcello Medeiros e Paola Oliveira

As mudanças no trânsito de Teresópolis acabaram de completar um mês e, em sua grande maioria, não agradaram aos motoristas. Pensadas inicialmente para atender ao sistema de integração de ônibus idealizado pelo governo Vinicius Claussen – e que acabou cancelado via Justiça após uma semana de caos em praticamente todos os bairros – as alterações podem cair por terra em breve, também graças a intervenção judicial. Após solicitar o suposto estudo realizado pela prefeitura para alterar sentidos de vias, proibir o estacionamento de veículos ou instalar novos semáforos, e não ser atendida, a Câmara Municipal de Teresópolis entrou com “Ação de Nulidade de Ato Administrativo c/c pedido de tutela de urgência visando desconstituir ato do Executivo Municipal concernente na mudança de sentido de diversas vias da cidade visando a implementação do programa Integra Terê”.
Também no documento assinado pelo presidente do Legislativo, Leonardo Vasconcellos, que o jornal O Diário teve acesso na tarde desta sexta-feira (06), “não faz o menor sentido que permaneçam as mudanças no trânsito se as linhas de ônibus voltaram ao status quo ante. É notório que as mudanças ocorridas no trânsito de nossa cidade, perceptíveis como equivocadas até mesmo pelo mais desavisado dos que transitam pela cidade, desagradam a população, desestimulam o comércio local em várias localidades, criando insegurança em determinadas vias dado o aumento do fluxo de veículos que acabam por causar inúmeras crateras decorrentes do rompimento de galerias pela sobrecarga de tráfego em vias não concebidas para tal fim”.
A Câmara destaca também que apenas os problemas apontados acima já seriam suficientes para delimitar a urgência do presente caso e “o perigo na demora de um provimento jurisdicional, sendo que mais do que tudo isso as mudanças ocorridas põem em risco a segurança pública de nossa cidade bem como a necessidade de realizações de salvamentos rápidos, onde minutos e até mesmo segundos podem importar na perda ou no
resgate de uma vida. Prova disso é que o próprio Corpo de Bombeiros não aprova tais mudanças, visto que hoje os caminhões de combate a incêndio e resgate não podem mais descer o panorama pela Rua Djalma Monteiro, tendo de trafegar por ruas sem qualquer suporte para tal deslocamento e somente podendo descer na Rua Paru, rua que se localiza no fim da Avenida Feliciano Sodré”.

Prefeitura ignora pedidos
Desde o início das muito questionadas mudanças, O Diário vem tentando conversar com representantes da Secretaria Municipal de Segurança Pública para divulgar também o posicionamento da “gestão” e esclarecer dúvidas dos teresopolitanos. Porém, apesar de dezenas de contatos via e-mail, telefone e whatsapp com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, não recebemos nenhuma resposta. Esta semana, inclusive, foi solicitada nova entrevista. Novamente, nenhum retorno. Porém, representantes do governo estiveram em rádio local para falar sobre a demanda, enquanto nem uma nota sequer foi encaminhada para o jornal O Diário.

Mudanças desagradam a maioria
A promessa é que haveria uma “onda verde”, com todos os semáforos sincronizados e o trânsito fluindo em qualquer sentido. Porém, não é isso que vem ocorrendo. Basta sair às ruas para encontrar engarrafamentos na grande maioria dos locais onde houve alterações. No início da sexta-feira, por exemplo, registramos um gigante engarrafamento nas Avenidas Lúcio Meira e Feliciano Sodré, na Várzea. 
Nossa equipe foi às ruas para ouvir pedestres e motoristas sobre as alterações. “Estou achando horrível essas mudanças, de tarde então é insuportável. Você leva mais de meia hora da Calçada da Fama a Casa de Saúde”, relata a aposentada Alair de Barros.”Tem que tirar isso, mudar para outro jeito, porque está muito complicado o trânsito. No horário de pico é insuportável. Está muito ruim”, completa. A Técnica de Segurança do Trabalho Joseli fez questão de dividir sua opinião com a nossa equipe. “Não ajudou. Eu acho que o trânsito está mais congestionado, principalmente no horário da tarde e antigamente não era assim. Eu venho do trabalho e chego à Várzea próximo de 16h30 para resolver algum problema e só consigo voltar para casa quase 20h da noite, mesmo quando é coisa rápida para fazer, porque o trânsito fica congestionado. As vezes eu desço no começo da avenida e prefiro vir andando para o centro para não ficar tanto tempo aguardando dentro do ônibus. Eu acho que tem que tirar isso, não só por mim que sou pedestre, mas pelas pessoas que dirigem, que complica e os transportes públicos ficam atrasados. Horário de pico é insuportável”, pontua. Já para o aposentado Eloi Alonso, Teresópolis não tem estrutura para tal. “Isso tem acontecido porque a cidade é pequena e tem muitos carros”, simples assim.
Fizemos a mesma pergunta aos nossos leitores e telespectadores através da rede social Facebook, publicação que teve centenas de participações e milhares de visualização. Dessas, 99% contra ao sistema praticado no trânsito. “Está muito ruim, trânsito infernal desde a manhã até a noite. Uma falta de respeito com pessoas que usam coletivos, que estão atrasando os horários e assim o trabalhador chega atrasado também. E outra coisa, os buracos estão causando uma enorme confusão na vidas pessoas do entorno. Alguns estão dando um volta enorme pelos bairros próximos como Santa Cecília e Beira Linha, causando um trânsito infernal nessas áreas também”, reclamou Verônica Carvalho. “O trânsito piorou muito na Reta sentido Alto. Os sinais de trânsito em excesso e alguma mudança que fizeram no tempo de abertura e fechamento deles, fizeram com que o trânsito fique um nó até a região do antigo fórum. O que era ruim ficou ainda pior”, relatou a internauta Gabriela Issa. Para o seguidor do Diário Rodrigo Lessa os benefícios não foram para os motoristas e pedestres. “A única melhora que teve foi para o posto de gasolina e para os estacionamentos. Até o Corpo de Bombeiros está prejudicado pela mudança de sentido da rua do Panorama”, julgou. 

 

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Edição 24/04/2024
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