A morte de um senhor de 58 anos no final de semana acabou expondo a precariedade da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teresópolis e o descaso do governo municipal com a porta de entrada da Saúde do município. Orionette Pfister Filho, conhecido como Ted, tinha uma doença grave, estava muito debilitado, sem conseguir se alimentar e na sexta-feira à noite deu entrada na unidade que não tinha leitos vagos e por conta disso, a equipe precisou improvisar. Ted ficou na sala de medicação em uma cadeira quebrada que precisou ser apoiada por uma lata de lixo e depois para uma maca no corredor enquanto esperava a transferência para um hospital, algo que acabou não ocorrendo.
O quadro do paciente acabou se agravando no sábado pela manhã, quando ele foi levado para a sala vermelha, onde teve uma piora e posteriormente sofreu uma parada cardíaca. Desde as primeiras horas na UPA, o caso de Ted foi divulgado nas redes sociais em busca de apoio e sensibilizou muita gente. A jornalista Lisemara Guedes teve uma postagem que alcançou cerca de 300 compartilhamentos.
Assim como ele, outras pessoas passam pelo mesmo martírio em busca de recuperação, sendo “internadas” em um local que não é hospital e, mesmo com esforço da equipe da UPA, a falta de condições de atendimento só expões a população a um risco maior. O relato de quem acompanhou seu Ted destaca que outras pessoas só tem a opção de aguardar em cadeiras quebradas, sofrendo também com o desconforto enquanto esperam uma transferência que demora dias para chegar, quando ocorre a tempo.
Repercussão
Nas postagens e compartilhamentos do caso no Facebook, a revolta contra a situação foi amplamente demonstrada e não faltaram críticas ao governo municipal por deixar a UPA em estado tão precário. “O que se quer é dignidade. Cadeira quebrada, não. O que o caso exige é internação. Morrer na Upa, sem chance de tratamento, não. Sensibilidade e solidariedade”, afirmou Lisemara Guedes.
“No momento ele está preocupado em tapar buracos, para poder se reeleger. O povo que se lasque, não é a família dele que está dependendo da saúde. Os vereadores não querem nem saber”, criticou Marly Pontes.
“Lamentável e vergonhoso o que estamos presenciando, ainda tem a cara de pau de dizer que a saúde vai bem”, comentou Maycon Ramos.
“Essa cena, já nem se pode falar que é uma vergonha, isso é desumano, cruel, repudiante, e mostra o quanto esse sujeito, que infelizmente é o prefeito dessa cidade, é mentiroso e incompetente. Cadê os milhões enviados para saúde?!”, ”, escreveu Ivana Nunes.
Resposta da prefeitura
Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, pedindo um posicionamento sobre essa questão e as condições precárias na UPA que foram apontadas pelos relatos e fotos nas redes sociais, porém a resposta que nos foi enviada limitou-se a dizer que “o paciente encontrava-se internado na Sala Vermelha da UPA, com estado de saúde agravado, e, infelizmente, veio a óbito. Informações detalhadas sobre o prontuário só podem ser divulgadas com autorização da família”.
