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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Morreu Vera Lúcia

"Professora que vivia nas ruas" foi pintada em arte grafite na rua Monte Líbano

Wanderley Peres

Há cinco anos interna da Associação Beneficente Abrigo Sopão Oásis, morreu Vera Lúcia de Lima Souza, sepultada nesta quinta-feira, 11, no cemitério Carlinda Berlin, sem idade informada.

“Nossa única interna feminina Vera, há mais de 5 anos residindo no Abrigo Sopão, foi recolhida pelo Deus da vida, e a partir de hoje ela viverá em um lugar onde nunca haverá falta de teto, de alimento de amor e de carinho. Nossa Verinha deixa saudade e sua alegria e sorriso vão nos fazer muita falta. Estamos de luto”, postou a Associação Beneficente Abrigo Sopão Oásis, que refletiu sobre o capítulo 21, versículo 4, do Apocalipse. “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou”.

Vera, ou Verinha, quem não se lembra dela?, é aquela mulher que vivia sentada nos meios fios ou sob as marquises no centro da cidade com caderno e caneta nas mãos, sempre a escrever alguma coisa. Recuperada das ruas, voltou para o seio da família, depois passando a viver no abrigo, onde se sentia bem entre os humildes e desvalidos com ela.

Era tão cativante a “professora que vivia nas ruas” que seu retrato chegou a ser pintado em painel na rua Monte Líbano, encantando quem passasse pelo local, eixo do principal comércio da cidade. O autor da obra de arte é o grafiteiro Rafael Barão, ou ‘Set’ como assina seus trabalhos reconhecidos pelo inconfundível traço de realismo, onde enfeita muros da cidade com olhares e expressões. “Eu sempre tive uma curiosidade muito grande de saber a história da vida dessa mulher. Há muitos anos tentava me aproximar e não conseguia. Quando soube que ela estava ressocializada, procurei contato com a família através da equipe do CREAS e comecei um processo de aproximação, de captação de imagens e de fotografias”, revelou ao repórter do DIÁRIO André Luiz o artista Rafael. Avesso à popularidade e aos créditos pela pintura, o grafiteiro comemorou a obra como uma inspiração para os moradores da cidade, para que o teresopolitano conhecesse um pouco mais da história do popular personagem urbano que marcou uma época na cidade.

 

O DIÁRIO PUBLICOU, EM 2015

O retorno de Vera Lucia à convivência familiar aconteceu graças aos esforços da equipe técnica da Secretaria de Desenvolvimento Social. Desde 2008, técnicos do CREAS trabalhavam no caso, com abordagens diurnas e noturnas, mas só recentemente o serviço social da Prefeitura conseguiu promover o reencontro dela com a família. “Minha mãe está se recuperando gradativamente, mas só o fato dela estar em casa, perto de nós, sem correr tantos riscos de se machucar, é um alívio muito grande. Estou feliz agora”, declarou Aline de Lima Souza, filha de Vera. 
Para solucionar casos assim, a unidade envolve um conjunto de profissionais capacitados tais como, psicólogo, advogado, pedagogo e assistente social, todos sempre visando ofertar apoio e acompanhamento diferenciado às famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos. O Creas atende todo tipo de pessoa que sofreu ou sofre violação, sejam crianças, adolescentes, idosos, homens e mulheres. Os serviços oferecidos são vários, dentre eles o serviço de proteção social aos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa, de liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade, previamente determinados pela justiça.

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Edição 28/03/2024
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