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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Maria Bertoche e Valdir Ribeiro querem uma Prefeitura popular

Candidatura do PSOL fala sobre as áreas de Serviços Públicos, Trabalho e Renda e também Educação em série de entrevistas

Anderson Duarte

A segunda semana de entrevistas com os candidatos ao cargo de Prefeito de Teresópolis no próximo dia três de junho começa com as propostas de governo da dupla de pleiteantes do PSOL ao cargo máximo do Poder Executivo em nosso município. Maria Bertoche e Valdir Ribeiro, o casal de professores apresentado pelo partido para concorrer nesta eleição suplementar, estiveram nos estúdios da Diário TV ontem, 21, e apresentaram parte de suas propostas para as áreas de Serviços Públicos, Trabalho e Renda e também Educação. Guardado o compromisso com a qualidade da informação e o alcance dos fatos e acontecimentos envolvendo a vida do teresopolitano, O DIÁRIO leva até a população as propostas e pensamentos dos pleiteantes para a condução do mandato tampão do cargo, provocado pela cassação da chapa de Mario Tricano e Sandro Dias. Além de conhecerem cada um dos postulantes ao cargo, e os seus respectivos vices, os leitores, bem como os telespectadores da Diário TV, vão ter também a oportunidade de conhecer as propostas destas candidaturas para a cidade de Teresópolis. Todas as nove candidaturas foram convidadas e devem participam em sua totalidade da série utilizando o espaço cedido pelo Grupo Diário para expor suas proposições para a gestão da cidade. Além da veiculação ao vivo também serão feitas outras duas reprises e a veiculação aqui em nossa edição impressa, no dia seguinte a participação do candidato.

– Quem são Maria Bertoche e Valdir Ribeiro

A dupla de professores da rede pública apresentada pelo PSOL para concorrer ao cargo de Prefeito e vice no pleito suplementar do próximo mês guarda muitas semelhanças em suas trajetórias, mais do que apenas a formação e atuação na área da Filosofia. Filhos da terra que buscaram formação e emprego fora da cidade em determinado momento de suas formações profissionais, ambos regressaram para atuar em Teresópolis como impulsionadores de novas realidades. Valdir Ribeiro considera que não deixou a cidade para estudar simplesmente, mas sim foi expulso pela ausência de opções de ensino superior gratuitos e de qualidade dentro da sua escolha de carreira, pela completa falta de oportunidades de emprego e renda para um jovem estudante ainda sem experiência, e por esses motivos espera, munido de um cargo público executivo, mudar realidades parecidas, que diariamente repetem esse êxodo contraproducente gerado pelas oportunidades inexistentes.
Já a jovem Maria Bertoche, além de ter que buscar sua formação pública fora da cidade, também é um destes exemplos de como as oportunidades dadas aos jovens estudantes podem mudar realidades e capacitar um município. De posse de uma bolsa de estudos resultado de sua participação exitosa na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, a OBMEP, cursou Filosofia em São Paulo, e capacitou-se a voltar para o município e hoje lecionar para adolescentes que carecem das mesmas oportunidades que um dia mudaram sua vida. Bertoche quer trabalhar de forma cooperada com a sociedade para levantar bandeiras como a Educação e a geração de emprego e renda integradas. Além de atuarem na rede pública de ensino, Bertoche e Valdir também dão aulas em um importante curso pré-vestibular social da cidade, funcionando hoje no prédio do CEAC, na Várzea e com atuação entre os jovens que não podem pagar esse tipo de curso.

– Políticas públicas de Serviços Públicos exigem participação popular real

Logo após as breves apresentações pessoais, o primeiro tema escolhido pela dupla do PSOL foi “Serviços Públicos”. De muita abrangência e capilaridade, o tema também já foi escolhido em entrevistas passadas e engloba grande parte das dificuldades gerenciais vividas pela gestão municipal hoje em Teresópolis. “A participação popular é fundamento da Democracia, e nós teresopolitanos estamos vindo de seguidas administrações autoritárias, pouco transparentes, do tipo que aponta o dedo na cara das pessoas, invade repartições públicas autoritariamente, isso em nada condiz com a condição de administração que nós defendemos e queremos implantar. Além do benefício mais óbvio de estar na própria população a resposta para muitos anseios e problemas, fiscalização cidadã também é parte fundamental nesse processo de gestão. Uma Prefeitura popular, como diz nosso lema de campanha, passa necessariamente por ouvir o nosso cidadão”, explica Valdir, que é complementado por Maria Bertoche sobre os modelos de gestão instituídos hoje nos serviços públicos municipais.
“A responsabilidade transferida quando a Prefeitura terceiriza um serviço não corresponde com a realidade de nossa Democracia. É como se o gestor estivesse abrindo mão de administrar, mas isso tem um custo milionário e que nós não precisamos pagar. Empregar milhões e milhões de reais em contratos com empresas para coletar o lixo, e essa empresa não realizar o trabalho para o qual está recebendo esse dinheiro é situação corriqueira na nossa cidade. Mas não deveria. E o pior é que a população não sabe nem a quem cobrar. Outro exemplo é o serviço da CEDAE em nossa cidade, que por inúmeras vezes ofereceu o serviço de tratamento de água e encontrou as portas fechadas na gestão municipal. Nós sabemos que ela é uma empresa pública e que trabalha de forma séria, será que é isso que afastava os gestores anteriores, esse compromisso com aquilo que é prestado e contratado? Isso não é administrar”, enaltece Bertoche, que ainda lembra da importância da realização de audiências públicas em casos como esses do lixo e do tratamento da água.

– Facilitar a vida da grande empresa não vai mudar nossa realidade de desemprego

O assunto escolhido pelos candidatos do PSOL para o segundo bloco foi a geração de Trabalho e Renda, tema ainda inédito entre as entrevistas e que demanda muito cuidado em meio ao contexto de gestão praticamente falida que encontrarão os novos representantes. Para Valdir, a resposta também está no pequeno e não nas facilidades para as grandes empresas como se adota hoje. “A chamada economia criativa tem sido a saída para geração de trabalho e renda em tempos de crise. Eu me lembro bem que minha família sempre apelou para esse fim as muitas alternativas que se tinha em mãos como as famosas revistas do tipo Avon e outras mais. Esse tipo de prática demostra que independente dos índices oficiais e as estatísticas frias, sempre tem gente trabalhando e movendo a economia, mas essas pessoas que precisam ser valorizadas, e não as grandes empresas. Um exemplo disso é o fato das grande empresas possuírem uma série de isenções, enquanto claramente poderiam ser as que melhor podem pagar esses tributos. O pequeno e criativo gerador de renda e trabalho é quem precisa de ajuda”, explica o professor.
Para a candidata a prefeita Maria Bertoche, que pode ser a primeira mulher a comandar a cidade, neste segmento, a Prefeitura tem papel fundamental. “O que vimos nos últimos anos é que a Prefeitura ao invés de ajudar, acabou foi atrapalhando muito. As tão aclamadas práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, comércio justo e consumo solidário não são apenas soluções teóricas para o problema da desigualdade econômica, elas são a saída ideal, e não encontraram por parte do Poder Público o amparo necessário. Nossa média salarial em Teresópolis, excluindo dessa amostra os trabalhadores que atuam no Rio de Janeiro e moram em nossa cidade e que possuem altíssimos salários em comandos e gerencias de grandes empresas, é muitíssimo baixa. Não chega perto dos dois salários mínimos. Isso é muito pouco para uma cidade como a nossa. A Ciência e Tecnologia foi a pasta que menos recebeu recurso no último ano disponível no portal da transparência, isso é renegar uma área que pode mudar essa realidade, precisamos incentivar a produção tecnológica própria na cidade e investir nas políticas públicas formadoras. Eu só tive a oportunidade de estudar em São Paulo pois estive inserida em um programa de iniciação científica sério, e essa é nossa vocação, tem muito gente boa produzindo e mudando realidades econômicas”. Explica Maria Bertoche.

– Educação pública de qualidade se faz com a integração das instituições de ensino 

No último bloco de entrevista, os candidatos do PSOL escolheram o tema mais próximo da chapa, a Educação. E como é recorrente no meio dos educadores, um dos pontos de maior destaque entre as fragilidades está o excesso de alunos por sala de aula, o que denota a ausência de estrutura organizacional em uma área que ainda goza de certo prestígio entre a sociedade. “Ao questionar um professor sobre os principais problemas que ele vivencia, muito provavelmente está no topo desta lista de fragilidades o excesso de alunos em sala de aula. Isso tem reflexo na saúde dos professores, na qualidade do ensino, e até naquilo que a maioria dos governantes entende erroneamente estarem ganhando, porque também sai mais caro”, explica Valdir. Segundo o professor, organizar o ambiente escolar é possibilitar uma educação que forma cidadãos, e não apenas ensina coisas, ou matérias. “Um cidadão consciente na escola sabe o que quer no mercado de trabalho e produz intelectualmente de forma diferenciada em seu dia-a-dia”, finaliza o professor e candidato a vice.
Já a professora Maria Bertoche frisou que a responsabilidade da gestão pública com o fomento a pesquisa e uma educação em processo continuado devem ser propostas prioritárias em um município que quer se recuperar de uma crise tão severa. “Hoje nós temos um descompasso muito grande entre os alunos que deixam o ensino fundamental e aqueles que chegam ao ensino médio efetivamente. Isso é fruto de uma gestão municipal que não conversa com o estado, de uma educação pensada de forma fragmentada. Isso é o que não queremos. Se entendemos que está na pesquisa e na produção de conhecimento autônomo uma grande saída para nosso município, é preciso que esse sistema seja integrado, único e com as mesmas preocupações. A nossa UERJ precisa ser uma parceira na criação de novos cursos, na ampliação de sua atuação na cidade, ela precisa estar junto com o governo”, finaliza Bertoche.

– Cronograma de entrevistas segue até o dia 29 deste mês

Para garantir que todas as reportagens em O DIÁRIO sejam veiculadas em dia de semana, nenhuma delas será realizada na sexta-feira, cabendo a edição de fim de semana do dia 01 de junho contendo uma compilação de todas as entrevistas realizadas anteriormente. Quanto aos assuntos que poderão ser abordados será dada liberdade aos entrevistados para que decorram sobre uma lista de temas previamente estipulados, obedecendo o limite de três escolhas, uma para cada bloco. Ao final os candidatos terão três minutos para explanações de livre escolha. Todos os vídeos estarão disponíveis no canal do YouTube do Jornal O Diário de Teresópolis em até 24h após a participação. A primeira e mais importante regra determinada pela organização das entrevistas é que determina que cada um dos participantes farão suas interpelações com o intuito, único e exclusivo de expor suas plataformas e projetos políticos para a cidade de Teresópolis, enquanto possíveis candidatos eleitos. As entrevistas serão realizadas obedecendo a ordem de apresentação alfabética ilustrada no sistema de divulgação de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral e obedecendo ao seguinte cronograma:

22/05, terça-feira: Nelson Durão e Gilson Paim – PRP
23/05, quarta-feira: Roberto Petto e Raquel Monroe – SD
24/05, quinta-feira: Odenir Quincas e Marcão – PP
28/05, segunda-feira: Roberto Mello e Sabiá – PT
29/05, terça-feira: Vinícius Claussen e Dr. Ari – PPS

 

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Edição 26/04/2024
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