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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Lixo despejado no Caingá preocupa comunidade do entorno

Proximidade com creche e quantidade de detritos depositados em via pública alerta para mau hábito da população e ausência de fiscalização

Anderson Duarte e Tião Corrêa 

Esse é um problema mundial, mas aqui em nosso país ganha dimensões catastróficas já que mais de setenta milhões de quilos de detritos são despejados diariamente a céu aberto e, mesmo com a crise econômica atingindo em cheio o poder de compra e consumo das pessoas, esses índices de descarte de lixo em vias públicas continuam aumentando no país. Trata-se de um mau hábito que algumas pessoas têm de descartar desde bitucas de cigarro a entulhos em lugares inapropriados, e a falta de gestão pública para o controle dessa problemática, tem gerado diversos problemas ambientais. Na Estrada do Caingá, por exemplo, importante via de acesso ao principal cemitério do município, o acúmulo destes detritos preocupa a comunidade vizinha bem como demostra a ausência da atuação firme da administração e a falta de consciência dos moradores que utilizam o espaço como depósito clandestino.
Toda essa quantidade de lixo disposto clandestinamente em locais como o flagrado por nossa reportagem no Caingá contribui diretamente com a destruição do nosso Ambiente e no caso deste despejo registrado por nossas lentes, ainda coloca em risco toda uma comunidade, já que bem próximo ao depósito mostrado por nossa reportagem funciona uma creche municipal. Isso sem falar que é contrário a Lei e configura ilícito: “Artigo 54 da Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998 é claro: “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”, diz a Lei.
A cidade de Teresópolis gera diariamente cerca de duas toneladas de lixo, entre resíduos domiciliares, resíduos de saúde, restos de feiras livres, podas de árvores, entulho, entre outros. Só de resíduos domiciliares é coletada cerca de uma tonelada por dia. Apesar de muitas celeumas na Justiça e de irregularidades em contratos diagnosticadas pelo Ministério Público em gestões anteriores, os trabalhos de coleta de resíduos domiciliares e hospitalares são executados por uma empresa, a Inova Ambiental, que assumiu a incumbência mediante contrato milionário desde o dia 15 de junho de 2017. Segundo o contratante, que foi cassado pela Justiça, seriam treze caminhões compactadores e funcionários, e a empresa teria a missão de regularizar o recolhimento de detritos em todo o município. Nunca se atingiu esse objetivo e no começo deste ano, centenas de comunidades sofreram com o acumulo de lixo em suas portas, com a “justificativa” da falta de pagamento do referido contrato.
Os problemas gerados pelo descarte inadequado de lixo são muitos e, geralmente, visíveis. Na maioria dos casos, eles se configuram como agressões ambientais e até como uma questão sanitária que coloca em risco à saúde pública, como no caso do Caingá que vemos nesta reportagem. O fato mais surpreendente é que, justamente quem mais sofre e reclama com a sujeira, também é responsável por provocá-la. Situações provocadas por esse descarte inadequado e pela disposição incorreta de resíduos, ilustram como esses problemas gerados por nós mesmos podem ser evitados. Se o cidadão pensasse duas vezes antes de jogar papel em vias públicas, em não dispor os sacos de lixo fora do horário da coleta e até mesmo de lançá-los em terrenos, praças, esquinas e áreas verdes como a do Caingá, o assunto limpeza urbana seria efetivamente responsabilidade de todos e não apenas do poder público como vemos hoje.
O papel do picolé, a latinha do refrigerante e o embrulho do presente quando descartados em vias públicas, praças e terrenos afetam a higiene do ambiente e tornam tudo mais sujo. A natureza é uma das principais vítimas do descarte inadequado de resíduos. Rios, riachos, córregos, canais e lagoas e todos os seus ecossistemas sofrem com a poluição causada pelo acúmulo e descarte inadequado de lixo. E não precisa dizer que em uma cidade cercada por Parques Naturais como Teresópolis, esse prejuízo é ainda maior. Sacos de lixo dispostos fora da lixeira, resíduos de construção civil depositados inadequadamente e o material descartado em vias públicas acumulam sujeira e formam um cenário que ninguém gosta de ver e conviver, muito menos um visitante em uma cidade turística como a nossa. Uma cidade com o aspecto sujo não atrai turistas. Quem visita a nossa cidade quer encontrar um lugar limpo e digno das belezas naturais que temos a oferecer.

 

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Edição 24/04/2024
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