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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Livro marca os 10 anos do Parque Montanhas de Teresópolis

Publicação reúne especialistas de diversas áreas em comemoração à primeira década da unidade de conservação ambiental

Até o dia 06 de julho de 2009, quem visitava a trilha da Pedra da Tartaruga não tinha certeza se iria querer voltar ou se, retornasse, ainda encontraria alguma coisa para ser admirada naquela região. Extração criminosa de pedras, esgoto e lixo eram apenas alguns dos problemas encontrados no acesso da montanha de 1.160 metros de altitude, formação rochosa que poderia ter desaparecido não fosse a publicação do Decreto de Lei Municipal número 3.693. O documento criou o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, unidade de conservação ambiental que tem como símbolo o quelônio de pedra e que, além dessa região, faz divisa ainda com o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, localidades petropolitanas e segue até Ponte Nova, no Segundo Distrito do município. Diante da grande pressão antrópica e crises políticas na gestão municipal, a primeira década do PNMMT foi de muitos desafios. Mas, mesmo diante desse quadro, houve muitas melhorias em relação à proteção de fauna e flora, qualidade de vida do teresopolitano e benefícios para o turismo ecológico. Para marcar essa primeira década do parque, a secretaria municipal de Meio Ambiente e o Centro Universitário Serra dos Órgãos organizaram uma publicação reunindo especialistas de diversas áreas, pessoas que de diversas formas contribuíram para a criação, manutenção e desenvolvimento da unidade. O lançamento do livro foi no último sábado na sede administrativa do Montanhas de Teresópolis, na localidade de Santa Rita, com grande público.
“A história desse parque começa bem antes da minha chegada a Teresópolis. Muita gente atribui que sou responsável direto, mas não sou. Faço parte de um processo que vem desde muito antes. Montanhistas que usavam a Pedra da Tartaruga como atividade esportiva e viram começar a exploração mineral, a ocupação irregular e outros problemas que não conseguiam ser evitados pela prefeitura e Ministério Público. Em 2009 fui convidado para ser secretário de Meio Ambiente, conversei com o amigo André Ilha, que era presidente do IEF à época, e ele me falou sobre a importância desse tema. Quando cheguei à secretaria encontrei uma equipe muito boa e vi que dava para abraçar esse desafio. Em seis meses, cumprindo até mais do que pede o SNUC, conseguimos criar o parque”, relatou Flávio Castro na abertura da solenidade.
Uma das autoras e organizadora do livro foi a Reitora do UNIFESO, Verônica Albuquerque, que destacou a importância da participação do centro universitário no desenvolvimento do parque e as parcerias que renderam a bonita publicação, que tem 276 páginas. “O livro nasceu desse desejo de comemorar os 10 anos do parque, um desejo coletivo de muitas pessoas, em especial funcionários do parque e da secretaria de Meio Ambiente. Como o Centro Universitário Serra dos Órgãos é uma instituição de ensino superior que temos orgulho de dizer que tem o DNA de Teresópolis, uma instituição que está há mais de 50 anos com a missão de contribuir para o desenvolvimento do município, diante dessa proposta, que trouxe alegria imensa nossos corações, não poderíamos ficar de fora. Definida a ideia, passamos a escalar o time que iria a construir o livro. Essa grande contribuição literária rendeu bons frutos, em tempo recorde. Montamos o grupo em nove de fevereiro, começamos a escrever a múltiplas mãos e hoje estamos aqui para entregar esse presente para o parque e para Teresópolis”, frisou.
Passado, presente e futuro se misturam na publicação, cuja versão digital pode ser vista no site do UNIFESO. Através das coloridas páginas do livro, fica fácil compreender o que estava acontecendo e como poderia ser trágico o destino de uma das regiões mais bonitas de Teresópolis. A riqueza de fauna e flora também são evidenciadas, ampliando o conhecimento do público comum em relação à grande variedade encontrada nos 4.397 hectares que compõem o parque. Os autores são Ana Maria Gomes de Almeida, Carlos Alfredo Franco Cardoso, Claudio Palmeiro do Amaral, Fabiane de Aguiar Pereira, Flávio Luiz de Castro Jesus, José Roberto de Castro Andrade, Karina Nunes Serafim, Luiz Cláudio Barbosa Gonçalves, Luiz Paulo Fedullo, Marcelo Motta de Freitas, Marcello Medeiros, Maria Isabel Lopes da Costa, Paulo Sérgio Bandeira, Raimundo Antonio Lopes, Thereza Cristina Costa Lopes, Verônica Santos Albuquerque e Vivian Telles Paim. Colaboradores: Alba Simon, Antônio Carlos Fiorito Júnior, Carlos Alberto Moreira, Gilberto Sardou, Hermínio Lima, José Luiz Santos, Sidney De Oliveira Pacheco, Vanusa da Silva Lima. Projeto gráfico, diagramação e capa de Thierry Dantas. Além dos oito capítulos desenvolvidos por especialistas de diferentes áreas, foi reservado um espaço para que os visitantes encaminhassem suas fotografias nas trilhas e vias de escalada do PNMMT.

Lançamento de selo e nova trilha
O evento também foi marcado pelo lançamento de um selo comemorativo pelos 10 anos da unidade de conservação ambiental, momento que contou com a participação de representantes dos Correios e do prefeito Vinicius Claussen. Na solenidade foi feita a obliteração, procedimento que oficializa a comercialização da marca. No domingo foi inaugurada uma nova trilha na sede do Segundo Distrito, a que leva até o cume da Pedra Alpina. Com 1.260 metros de altitude, a montanha fica nos fundos da sede Santa Rita e permite uma excelente vista para a região protegida pelo parque.

Montanhismo e conservação ambiental
Autor da coluna “Mochileiro”, publicada semanalmente pelo jornal O Diário de Teresópolis, e apresentador de programa homônimo na Diário TV, o jornalista Marcello Medeiros é o autor do capítulo sobre o montanhismo e outros esportes praticados na unidade de conservação ambiental. Presidente do Centro Excursionista Teresopolitano (CET) entre 2007 e 2013, Marcello participou ativamente de dezenas de ações voluntárias no parque, desde muito antes da sua criação, aliando ainda trabalho jornalístico e um olhar mais apurado em relação à conservação ambiental a partir da graduação em Ciências Biológicas pelo UNIFESO. “Comecei no montanhismo na Serra dos Órgãos, mas logo depois descobri e passei a frequentar muito a região da Tartaruga. Além disso, a primeira mensagem sobre a importância de preservar o meio ambiente eu vi naquele local, dez anos antes de se pensar em um parque. Depois que ingressei para o CET, passei a vivenciar tudo isso ainda mais de perto, realizando mutirões de limpeza, conscientização das comunidades do entorno e outras ações voluntárias. Acompanhei ainda a dedicação dos funcionários da secretaria municipal de Meio Ambiente para que esse parque não ficasse no papel quando passaram pela prefeitura gestores conhecidamente alheios à causa ambiental e, quando recebi o convite para escrever o capítulo, fiquei extremamente feliz. Essa primeira década do PNMMT é um marco na história da conservação da natureza em Teresópolis, que não poderia passar em branco”, destaca Marcello. 

 

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Edição 25/04/2024
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