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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Jararaca em residência no Jardim Meudon

Ocorrências de animais peçonhentos aumentam no período de verão. Bombeiros devem ser acionados

Marcello Medeiros

No último fim de semana uma família residente na Rua Íris, bairro do Jardim Meudon, levou um grande susto: Uma cobra da espécie Jararaca (Bothrops jararaca) “apareceu” no quintal do imóvel, localizado próximo a uma área de mata de uma das encostas da Serra dos Cavalos. A visita inesperada deixou apreensivos os moradores por se tratar de um animal peçonhento e responsável pela grande maioria dos acidentes com serpentes no país. Nessa situação, felizmente, ninguém sem feriu e o Corpo de Bombeiros foi acionado para retirar a cobra. Aliás, importante lembrar que esse deve ser o procedimento a ser adotado e que matar animal silvestre pode render até cadeia.  Ocorrências do tipo já foram registradas em diversos bairros de Teresópolis, mas geralmente são mais comuns naqueles cercados por fragmentos florestais e onde, consequentemente, viviam essa e outras espécies. Acidentes com os animais peçonhentos são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução.
Grupo que causa maioria dos acidentes com cobras no Brasil, com 29 espécies em todo o território nacional, as jararacas são encontradas em ambientes diversos, desde beiras de rios e igarapés, áreas litorâneas e úmidas, agrícolas e periurbanas, cerrados, e áreas abertas. A região da picada apresenta dor e inchaço, às vezes com manchas arroxeadas (edemas e equimose) e sangramento pelos pontos da picada, em gengivas, pele e urina. Pode haver complicações, como grave hemorragia em regiões vitais, infecção e necrose na região da picada, além de insuficiência renal.
O envenenamento ocorre quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas, mas nem toda picada leva ao envenenamento. Isso porque há muitas espécies de serpentes que não possuem presas ou, quando presentes, estão localizadas na parte de trás da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou toxina. Em caso de picada é importante não usar torniquete, não fazer corte no local e procurar atendimento médico. 
O tratamento é feito com o soro específico para cada tipo de envenenamento. Os soros antiofídicos específicos são o único tratamento eficaz e, quando indicados, devem ser administrados em ambiente hospitalar e sob supervisão médica. Em Teresópolis, a única unidade hospitalar referência para esse tipo de atendimento é o Hospital das Clínicas Costantino Ottaviano (HCTCO).

Peçonhentos x venenosos
Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é dada naturalmente por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes, nematocistos entre outros. Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de: serpentes, escorpiões, aranhas, lepidópteros (mariposas e suas larvas), himenópteros (abelhas, formigas e vespas), coleópteros (besouros), quilópodes (lacraias), peixes, cnidários (águas-vivas e caravelas). Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos entre outros, capazes de envenenar as vítimas.

Muitos acidentes
Os acidentes por animais peçonhentos, especialmente os acidentes ofídicos, foram incluídos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem, na maioria das vezes, populações pobres que vivem em áreas rurais. Além disso, devido ao alto número de notificações, esse agravo (acidentes por animais peçonhentos) foi incluído na Lista de Notificação Compulsória do Brasil, ou seja, todos os casos devem ser notificados ao Governo Federal imediatamente após a confirmação. A medida ajuda a traçar estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.

O que fazer em caso de acidente com serpentes
– Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão
– Manter o paciente deitado
– Manter o paciente hidratado
– Procurar o serviço médico mais próximo
– Se possível, levar o animal para identificação ou fotografa-lo.

O que NÃO fazer em caso de acidente com serpentes
– Não fazer torniquete ou garrote
– Não cortar o local da picada
– Não perfurar ao redor do local da picada
– Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes
– Não beber bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos

 

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Edição 28/03/2024
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