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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Jacarandá x Canoas, um bonito e rico caminho

Em duas rodas, tudo fica mais perto. As subidas podem parecer mais difíceis de serem vencidas, mas as descidas são recompensadoras e fazem esquecer a força e persistência trabalhadas no sentido contrário. Pedalar permite percorrer distâncias maiores do que caminhando e em menos tempo, faz bem para a saúde e, para aqueles que praticam esse esporte mais pelo lazer do que pela quebra de recordes de tempo, permite observar e realmente absorver o que está à sua volta. E, assim, na minha ?magrela?, tenho voltado no tempo, mais ou menos uns 20 anos, e refeito percursos que conheci na adolescência. Um deles foi o circuito Centro x Jacarandá x Canoas x Centro, atravessando diversas localidades e uma área que passou a ser protegida por uma unidade de conservação ambiental a partir dos anos 2000, o Parque Estadual dos Três Picos.

Mochileiro – Marcello Medeiros

 

Em duas rodas, tudo fica mais perto. As subidas podem parecer mais difíceis de serem vencidas, mas as descidas são recompensadoras e fazem esquecer a força e persistência trabalhadas no sentido contrário. Pedalar permite percorrer distâncias maiores do que caminhando e em menos tempo, faz bem para a saúde e, para aqueles que praticam esse esporte mais pelo lazer do que pela quebra de recordes de tempo, permite observar e realmente absorver o que está à sua volta. E, assim, na minha “magrela”, tenho voltado no tempo, mais ou menos uns 20 anos, e refeito percursos que conheci na adolescência. Um deles foi o circuito Centro x Jacarandá x Canoas x Centro, atravessando diversas localidades e uma área que passou a ser protegida por uma unidade de conservação ambiental a partir dos anos 2000, o Parque Estadual dos Três Picos.
A última vez que tinha feito o trajeto foi lá no final dos anos 90, com os colegas de turma do Colégio Estadual Edmundo Bittencourt, a “Galera do Fundão” do CEEB. Nos anos seguintes, passei pela floresta do Jacarandá apenas caminhando, em atividades de educação ambiental ou lazer pelo Centro Excursionista Teresopolitano, o CET. Agora, resolvi refazer o passeio que tanto marcou minha juventude em duas rodas novamente.
Sábado último, lá fui eu. Capacete, pequena mochila com água e umas barrinhas de cereal, um mini tripé para ajudar a registrar o passeio… E bora pedalar! Moro a cerca de um quilômetro do Centro e, de casa até o início da estrada do Jacarandá, são 7,5 quilômetros. Nesse trecho final, após cruzar o bairro do Meudon, uma subida forte na Rua Tupi, até onde ficava uma antiga caixa d´água da comunidade e referência para a floresta que muitos anos depois viria a ser protegida pelo PETP.

Entrando na floresta
Na primeira etapa, cruzando a zona urbana, extremamente ocupada e maltratada – por conta desse crescimento desordenado e pela péssima administração do município, a puxada é direta. Não há muito que ver ou perceber além do que já se encontra diariamente. Mas, lá no finalzinho da Rua Tupi, chegando a Estrada do Jacarandá, já é hora de “ligar as anteninhas”. Desse ponto, já se avista a Serra dos Órgãos. E, mais que isso, um ângulo extremamente incomum, do Garrafão à Agulha do Diabo, com destaque para a sua “unha”.
Mas bora pedalar. Na agora portaria do PETP, uma paradinha para se hidratar e começar a registrar a aventura. Um pequeno arranjo com bromélias e bancos feitos com troncos convida a ficar, mas o caminho a ser percorrido ainda é longo. Mas já é estrada de terra batida. Já estou no meio da floresta de Mata Atlântica… O chão é diferente, o cheiro é atraente, o som é envolvente… Vida! Nesse trecho, caso algum funcionário do parque esteja por lá, a dica é pedir para guardar a bicicleta na guarita e fazer uma caminhada de aproximadamente dez minutos até o mirante Dominguinhos… Fica a diiiica!

E o caminho fecha
Continuando a descida pela antiga estrada do Jacarandá, a próxima parada é ao lado de um pequeno campo de futebol, que, “desde os tempos que me entendo por gente”, é utilizado pelo pessoal do Meudon e Coréia no lazer de fim de semana. E é ali, à esquerda, em um gramadinho, a entrada do caminho que levará até Prata dos Aredes.
Quando passei por lá duas décadas atrás, era uma pequena estrada. Hoje, por conta da intervenção da unidade de conservação ambiental e limitação de algumas atividades, virou uma trilha. Caminho fechado, esburacado, com várias canaletas formadas pela passagem da água e vegetação muito mais densa do que quando conheci… A não ser que a pessoa seja grande praticante de MTB, a dica é descer bem devagar, para evitar acidentes e também danos no ambiente. Ou, se quiser realmente melhor admirar o lugar, empurrar a bike. Pela falta de sinalização na entrada da trilha no lado do Jacarandá, onde começa a descida, e ausência de pessoal do parque, não sei como está a regulamentação de uso nesse trecho. Pelo que percebi, o acesso de bicicletas continua sendo comum.

Tudo muda
A parte mais fechada, entre Jacarandá e Prata dos Aredes, tem cerca de um quilômetro. Montanhista, biólogo, apaixonado pela natureza… Impossível “passar batido” por esse trecho. Hora de escutar, enxergar e sentir melhor os aromas à minha volta. O barulho da queda d´água, o canto de pássaros, o ranger dos troncos com a força do vento… Vida na essência! Com trechos mais planos do que outras regiões com o mesmo bioma, a vegetação é diferente. E, por isso, o Jacarandá passou a ser protegido através de uma APA em meados dos anos 80 e posteriormente com o PETP. A água é abundante em quase todo o caminho, com um rio descendo na esquerda da trilha. De repente, mais um pequeno curso vem da direita e cruza a passagem. Em alguns momentos, a água toma conta de toda a trilha.

Interior diferente
Depois que a trilha desemboca em outra estrada de terra batida, mais lembranças de quando passei por lá com a turma do colégio. Parece que pouca coisa mudou nesse trecho, onde ainda funciona um hotel fazenda. Ainda em Prata dos Aredes, de repente uma grande mangueira serve como referência para cruzamento. O caminho é para a esquerda, seguindo até o ponto final do ônibus da localidade e, depois, para a direita.
Da última parada do coletivo até Canoas, a rua já é asfaltada. Essa foi uma grande diferença, enorme mudança de característica que percebi. Perdeu-se o jeito de interior, ruim para quem procura esse diferencial nessas regiões. Porém, olhando por outro lado, o calçamento é importante para os que não são veranistas e precisam passar por tais caminhos diariamente, facilitando inclusive o acesso do ônibus.

Trinta quilômetros
Do Centro ao ponto final do Meudon, atravessando o Jacarandá, passando por Prata dos Aredes e Canoas, saindo em Albuquerque, pegando a RJ-130 e chegando ao Centro novamente, são 30,8 quilômetros. Pode parecer muito, mas, como citei no começo, em duas rodas nem é muito. Também como já pontuei, a não ser que tenha horário a cumprir ou queira treinar para longas competições, por exemplo, o melhor é “passear”. Pedalar prestando atenção no caminho e realmente enxergando tudo que há à sua volta. As belezas de áreas protegidas, o jeitinho de interior e as mudanças constantes na nossa comunidade. Bora pedalar?

CRÉDITO E LEGENDAS

Marcello Medeiros – Mochileiro

1
Início da estrada do Jacarandá é convidativo. Além da pracinha, fica perto dali o acesso ao Mirante Dominguinhos

2
A descida em estrada de terra batida… Para mim, uma das melhores partes dos passeios nessas regiões

3
Antigo campinho na região do Jacarandá. O acesso para Prata dos Aredes fica nesse ponto

4
No trecho entre Jacarandá e Prata dos Aredes, muita água. Nesse ponto, o curso d´água corta a trilha

5
À sombra da grande mangueira, já na localidade de Prata dos Aredes, uma das divisões de Canoas

6 ou 7
Antiga estrada entre primeiro e terceiro distritos acabou virando uma trilha, lembrando as partes altas do Parnaso

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Edição 18/04/2024
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