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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Hospital São José realiza mutirão de cirurgias de endometriose

O alerta contra o avanço de número de casos de endometriose foi a grande motivação para especialistas da área da saúde realizarem o 1º Mutirão Serrano de Endometriose nesta sexta e sábado, 28 e 29 de julho, no Hospital São José. O evento, sem fins lucrativos, é uma realização conjunta entre o Hospital São José, o Instituto Crispi, a Clínica Gama e o Endocentro , com o objetivo multiplicar o conhecimento entre a classe médica sobre a doença, padronizando a conduta no seu diagnóstico e tratamento.

Marcus Wagner

O alerta contra o avanço de número de casos de endometriose foi a grande motivação para especialistas da área da saúde realizarem o 1º Mutirão Serrano de Endometriose nesta sexta e sábado, 28 e 29 de julho, no Hospital São José. O evento, sem fins lucrativos, é uma realização conjunta entre o Hospital São José, o Instituto Crispi, a Clínica Gama e o Endocentro , com o objetivo multiplicar o conhecimento entre a classe médica sobre a doença, padronizando a conduta no seu diagnóstico e tratamento.
Os responsáveis pela realização das cirurgias fazem parte de uma equipe multidisciplinar, conduzida pelo professor Claudio Crispi, atendendo a quatro pacientes com Endometriose Profunda, sem qualquer custo para as elas. “A grande filosofia desse mutirão é atender pacientes do SUS que tem a doença, com dificuldade em fazer o tratamento porque há um grande problema com equipamentos que não são disponibilizados pelo sistema público, então no evento temos empresas patrocinadoras que fornecem todo o material. O segundo motivo é fazer isso como uma forma de divulgar mais a endometriose junto à classe médica, aumentando a condição de fazer diagnóstico, tratamento e o entendimento sobre a doença para melhorar o suporte às pacientes portadoras e consequentemente melhorar a qualidade de vida delas. A endometriose faz com que haja uma grande perda de qualidade de vida”, explicou o Dr. Romualdo Gama, coordenador do evento.
O número de casos da doença vem crescendo, principalmente entre as mulheres mais jovens e a falta de informação para pacientes e profissionais de saúde tem sido um grave problema.  A endometriose é uma doença silenciosa e por ainda ser pouco conhecida, destrói vários órgãos das pacientes até ser descoberta, causando uma devastação no organismo feminino e diante dessa situação está se tornando caso de saúde pública no país. 
Para conseguir enfrentar o problema da falta de informação é preciso que as mulheres conheçam os principais sintomas e procurem orientação médica qualificada para fazer a avaliação. De acordo com o médico Romualdo Gama, 87% das mulheres com endometriose tem a cólica menstrual como principal sintoma e a queixa de dor frequente precisa ser investigada porque pode ser reflexo da doença: “O grande sintoma da presença de endometriose é cólica menstrual. É importante que tanto a população leiga quanto a ligada à saúde entendam que a cólica menstrual nem sempre é uma coisa normal, se for discreta tudo bem, mas se for algo que não permita que a mulher faça suas atividades habituais, isso é anormal. Os três grandes sintomas são ligados à dor: além da cólica, a dor na relação sexual e também na evacuação, principalmente durante a menstruação”, enfatizou o Dr. Romualdo.
Entre as atividades, o evento foi escolhido para a inauguração do Ambulatório de Endometriose no Hospital São José, o primeiro da Região Serrana.

Mais sobre a endometriose
Pelo grau de destruição da doença, os países mais avançados da Europa e os Estados Unidas já mantêm campanhas permanentes de esclarecimento e reciclagem para médicos, para possibilitar um diagnóstico precoce e deter o avanço da doença. No Brasil, grande parte dos ginecologistas ainda não sabe como lidar com a doença, que tem sido detectada cerca de 10 anos depois de seu aparecimento, o que pode mutilar a mulher. Uma das principais consequências da Endometriose é a infertilidade. Cerca de 50% dos casos de infertilidade nas mulheres do mundo inteiro são causados pela doença, que atinge 15% da população feminina entre 15 e 45 anos. Os principais sintomas da endometriose são cólica menstrual intensa, sangramentos na urina ou nas fezes e dor forte durante o ato sexual.
Segundo o professor Cláudio Crispi, especialista no tema, e que estará à frente deste mutirão, a endometriose é uma doença conhecida há muitos anos, mas a grande dificuldade sempre foi obter o seu diagnóstico correto. Uma grande porcentagem de pacientes que sofrem de dor pélvica (em baixo ventre) que se intensificam progressivamente, como cólicas menstruais intensas, dor em cólica fora do período menstrual, dor profunda na relação sexual e esterilidade, são portadoras da endometriose. Para exemplificar, nas pacientes com queixas de dor pélvica, alguns estudos científicos já observam a presença da doença em 60 a 70% dos casos. 
Ainda de acordo com Crispi, “o endométrio é um tecido que reveste internamente o útero e quando estimulado pelos hormônios femininos, cresce mensalmente, preparando o útero para uma gravidez. Quando esta não ocorre é eliminado como menstruação. Por alguns motivos, como o refluxo da menstruação pelas trompas, diferenciação de tecidos embrionários adormecidos e propagação pela corrente sanguínea, este endométrio pode se localizar em outros órgãos como as trompas, ovário, peritônio (membrana que reveste o abdome internamente), bexiga, intestinos, no fundo da vagina, etc. Estes locais, são também estimulados pelos hormônios femininos, sofrendo pequenos sangramentos e causando intensa reação inflamatória local, o que explica a dor de grande intensidade experimentada por essas mulheres. Quando não diagnosticada, a doença progride, intensificando a reação inflamatória e a dor. E pode invadir a bexiga causando sintomas urinários como cistites e sangue na urina, podendo ainda invadir o intestino e o reto, causando sintomas intestinais no período menstrual. Toda essa reação inflamatória acarreta também, deformação dos órgãos do aparelho reprodutor, diminuindo a capacidade da mulher engravidar”. 
Portanto, prossegue o professor Crispi, “estamos diante de uma doença que traz grande sofrimento à mulher, incapacitando-a para suas atividades sociais e profissionais por vários dias mensalmente, ou impedindo-a de engravidar. A necessidade de um diagnóstico precoce é essencial não só para o sucesso do alívio da dor, como para preservar a capacidade reprodutiva da mulher”.
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Evento contou com orientações sobre a doença para profissionais da saúde que assistiram cirurgias em tempo real

Foto: O Dr. Romualdo Gama explicou que as mulheres e os profissionais da saúde precisam se preocupar mais com os sintomas ligados à endometriose

 

 

 

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Edição 29/03/2024
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