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Hospital das Clínicas ameaça suspender atendimentos SUS

A Fundação Educacional Serra dos Órgãos ? Feso ? Administradora do Hospital das Clínicas Constantino Otaviano ? emitiu uma nota oficial onde anuncia a suspensão de atendimento ambulatorial, cirurgias eletivas e a retaguarda à Unidade de Pronto Atendimento UPA a partir da próxima quarta-feira, 7 de fevereiro. A instituição alega problemas como descumprimento de contratos de prestação de serviços do SUS por parte da Prefeitura; falta de repasse dos valores relativos ao ano de 2017; e ausência de contratualização do Plano Operativo Anual (POA) referente ao ano de 2018. A medida pode representar também o envio de alunos das faculdades ligadas à área de saúde para os trabalhos práticos em outros municípios da região.

André Oliveira

A Fundação Educacional Serra dos Órgãos – Feso – Administradora do Hospital das Clínicas Constantino Otaviano – emitiu uma nota oficial onde anuncia a suspensão de atendimento ambulatorial, cirurgias eletivas e a retaguarda à Unidade de Pronto Atendimento UPA a partir da próxima quarta-feira, 7 de fevereiro. A instituição alega problemas como descumprimento de contratos de prestação de serviços do SUS por parte da Prefeitura; falta de repasse dos valores relativos ao ano de 2017; e ausência de contratualização do Plano Operativo Anual (POA) referente ao ano de 2018. A medida pode representar também o envio de alunos das faculdades ligadas à área de saúde para os trabalhos práticos em outros municípios da região.
“Infelizmente tivemos de tomar essa medida de adotar algumas restrições no hospital por conta exatamente de não estar recebendo o contrato. Existem dívidas relativas ao ano de 2017 e estamos sem o POA para 2018. A justificativa é a perda de sustentabilidade. Não existe viabilidade econômica para o hospital continuar funcionando plenamente diante do quadro que estamos vivendo”, justifica Luiz Eduardo Possidente Tostes, diretor geral da Feso. De acordo com ele, a decisão foi comunicada ao Ministério Público, Defensoria Pública e à própria Secretaria Municipal de Saúde. “Nosso desejo é estar presente no SUS. Somos uma instituição formadora de recursos humanos de saúde. Nosso desejo é encontrar um ponto de entendimento, de equilíbrio entre aquilo que é nossa necessidade de fazer o hospital funcionar e aquilo que é possível para o município”, garante. Segundo Luiz Eduardo, toda a equipe diretiva da instituição acompanha o desenrolar da questão com apreensão, principalmente por conta da repercussão que terá sobre a população, que já é tão carente desses serviços.

Universitários prejudicados
A reitora do Unifeso, professora Verônica Albuquerque, admite que a medida pode prejudicar a própria instituição, visto que o HCT é um campo de ensino para os acadêmicos das áreas de saúde. Por outro lado, medidas já estão sendo tomadas para que novos convênios sejam estabelecidos e com isso haja oferta de outros locais para formação e conhecimento dos estudantes. “Nós temos um hospital de ensino, fundamental para a formação do nosso estudante. Ser um local de ensino traz uma qualificação para o atendimento. Então perde a população, perdem nossos estudantes”, reconhece. “Não é o primeiro momento que vivemos isso. Sabemos que o hospital tem um contrato que é subfinanciado. Independente da dívida, a Feso já faz um aporte importante de  recursos para que o hospital tenha o tamanho que tem e oferte os serviços necessários. Parte desse recurso expressivo vem da mensalidade dos alunos da área da saúde. Como não é a primeira vez, vivemos isso ano após ano, governo após governo, a área acadêmica vem se organizando. Então, embora seja o nosso principal cenário hospitalar, ele hoje não é mais o único como já foi a um tempo atrás. Temos convênios com o Hospital de Bonsucesso, estamos na Prefeitura do Rio e temos trabalhado a ampliação desses acordos no sentido para garantir que, embora percamos nosso hospital como principal formador das competências hospitalares, nosso aluno não seja prejudicado nesse processo”, garante.
Verônica faz coro com o diretor geral ao garantir que não existe o real desejo de suspender o atendimento, porém, pelo histórico vivido nos anos anteriores e principalmente pela falta de cumprimento dos acordos, a decisão deverá ser mantida. A reitora revela que a instituição sempre chega a um ponto limite durante todas as negociações que faz com o município e que os aportes da própria Feso garantem a maior parte do funcionamento do hospital. “A proposta que a gente recebeu da Secretaria de Saúde, que é basicamente trabalhar com os incentivos federais e não contar com nenhum aporte municipal, isso inviabiliza completamente a estrutura do hospital com a quantidade de serviços ofertados”, revela. 

Serviços suspensos
De acordo com Simone Rodrigues, diretora de Ensino do HCTCO, a partir de quarta-feira, dia 7 de fevereiro, haverá restrição nas consultas, exames e tudo que se refere ao atendimento ambulatorial. Também serão suspensos atendimentos na fisioterapia, clínica de insuficiência cardíaca e cirurgias eletivas. No que se refere à retaguarda da UPA, serão suspensas as internações da clínica médica e avaliações de cirurgias. “Atendimentos de urgências, aos quais somos retaguarda, como politraumas, atendimentos obstétricos, internações pediátricas serão resguardados. Também casos suspeitos de AVE [Acidentes Vasculares Encefálicos], com tomografia e avaliação de neurocirurgião, além de acidentes com animais peçonhentos serão atendidos normalmente”, detalha. 
A reportagem do DIÁRIO buscou a versão da Prefeitura para a situação exposta pela Feso. Porém, até o fechamento desta edição, a Secretaria de Saúde não emitiu qualquer nota ou comentário sobre o caso. 

 

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Edição 29/03/2024
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