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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Hanseníase preocupa autoridades da Saúde

Dermatologista destaca importância de campanha sobre a doença

Marcus Wagner

Os casos de hanseníase atingem níveis alarmantes no país com cerca de 30 mil novos casos por ano na última década. Assim, o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de registros, perdendo apenas para a Índia. As estatísticas apontam para a necessidade de estratégias de combate e prevenção mais eficazes e por isso, desde 2016 a campanha Janeiro Roxo é oficialmente promovida pelo Ministério da Saúde para a difusão de ações educativas sobre a doença.
De acordo com a doutora Lívia Ribeiro Célem, dermatologista do Hospital São José, a hanseníase é uma preocupação que deve ser lembrada durante todo o ano por conta do alto contágio registrado, principalmente em populações de regiões de periferia, mas que pode acometer a qualquer pessoa que esteja exposta à contaminação.

Contaminação
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae) e por conta do alto índice de casos no país, todo brasileiro poderá ter contato com ela ao longo da vida. Ela é passada de uma pessoa que tenha uma forma transmissível da doença e não esteja em tratamento, para outra pessoa. 
“Para se contaminar é preciso um contato íntimo e prolongado, como: acordar junto, dormir junto, morar na mesma casa ou morar em locais onde há várias casas em um mesmo terreno. As pessoas tem que ficar atentas quando tiverem algum parente que teve o diagnóstico de hanseníase. Todo mundo que mora no mesmo quintal ou próximo de alguém infectado precisa ser avaliado pelo médico dermatologista. Outro ponto importante é que a hanseníase se apresenta de diversas formas e cada apresentação estará relacionada a um tipo de imunidade. Pessoas com uma imunidade melhor vão fazer formas de hanseníase mais leves, enquanto aqueles com imunidade mais fraca vão ter formas mais espalhadas das lesões da doença”, explicou a dermatologista.

Sintomas
“A hanseníase pode começar apresentando manchas no corpo mais claras que a pele, manchas avermelhadas, alguns pequenos caroços, algumas lesões um pouco mais elevadas. As lesões ao longo do tempo vão apresentando algumas alterações de sensibilidade, como perda de sensibilidade ao calor, ao frio e até mesmo ao toque. Além disso, também tem perda de força nas mãos e nos pés. Algumas vezes é comum fazer o diagnóstico de um paciente que reclama de não cicatrizar, mas na verdade ele cicatriza e pela perda de sensibilidade, ele se machuca com uma frequência que não dá tempo de chegar a cicatrizar”, alertou Lívia .

Tratamento
É importante não ignorar os sintomas para que a eficácia do tratamento possa ser maior: “Todas as vezes que você identificar estes tipos de manchas com associação à perda de sensibilidade, o ideal é procurar o dermatologista bem no começo, porque a doença começa na pele e vai avançando para os nervos e acabam ocorrendo algumas complicações. Pegando a doença no estágio inicial, só temos o acometimento da pele e isso a gente consegue tratar com uma taxa de cura excelente”, disse a médica.
Para o controle da doença é importante também que as pessoas que tiveram contato mais próximo com o paciente sejam examinadas para ver se apresentam alguma lesão que não foi ainda percebida.
“A primeira coisa que se faz sempre é exame de pele, alterações e ficar atento à perda de sensibilidade, se tiver parente que teve a doença procure um dermatologista. Tanto o atendimento quanto o tratamento, podem ser feitos pelo SUS não tem custo nenhum para o paciente. Às vezes fazemos até uma vacina de BCG, aquela que se faz na infância e deixa uma marquinha no braço, a gente repete como forma de tentar reforçar a imunidade desses pacientes que tiveram contato com infectados”, destacou Lívia Célem. 

 

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Edição 18/04/2024
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