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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Água da Fonte Judith está imprópria para consumo

Principal fonte do município também apresenta estado de abandono

Marcello Medeiros

Localizada no bairro com maior visitação turística do município, tendo sido cenário de algumas produções televisas e de cinema, como o clássico filme “Os Trapalhões e o Mágico de Oróz”, a principal fonte do município deve ser evitada. A água da Fonte Judith, no Alto, que refresca e hidrata tantos visitantes ou teresopolitanos adeptos de esportes como caminhada, corrida ou ciclismo, está imprópria para consumo. Quem procura o local atualmente encontra uma placa com o fundo vermelho e a indicação que não se deve utilizar o precioso líquido. Análise divulgada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente nesta terça-feira indica a presença de Coliformes totais na Judith e em outra nascente próximo dali, a Taumaturgo, em bairro de mesmo. Em relação ao atrativo próximo a Feirinha do Alto, o que também chama a atenção é o aspecto de abandono, principalmente em relação a sujeira nos azulejos.
Pelas amostras coletadas e analisadas pelo Laboratório Bacteriológico de Análise de Água para Consumo Humano, da Secretaria Municipal de Saúde, as que estão liberadas para utilização são: Fonte Saúde, Fonte Tijuca, Fonte Perpétuo, Fonte Sete Tanques, Fonte Brahma, Fonte Amélia, Fonte Granja Guarani, Fonte Santa Ângela, Fonte Alexandre Fleming, Fonte Santa e Fonte São Sebastião.  Mesmo assim, como a água pode sofrer variações de potabilidade, devido a alterações climáticas e do ambiente do entorno onde as fontes se localizam, os usuários são orientados a sempre ferver ou filtrar e clorar a água antes de ser consumida. Sendo assim, após filtração, devem ser adicionadas duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) para cada litro de água. Depois, espera-se 30 minutos antes de utilizar. O procedimento atende a Portaria 2.914/2011, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o controle e a vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 
“O monitoramento microbiológico da água das fontes da cidade é feito por equipe do Programa Vigiágua, setor ligado à Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde. Atendendo determinação do Ministério da Saúde, o acompanhamento é periódico, a fim de garantir que a água consumida pela população atenda ao padrão e normas estabelecidas na legislação vigente”, informou a prefeitura nesta quarta-feira.

A história da Judith
Propriedade do negociante Luiz de Oliveira, nos anos 1920, a fonte já era cantada em versos no tempo em que Teresópolis era freguesia, dependente de Magé. E, vendida ao empreendedor Arnaldo Guinlle, quem ampliou o apelo turístico da fonte, foi ainda bem particular de Joaquim Rolla, até ser doada à municipalidade pelo jurista João de Oliveira Filho, seu último dono. Com apresentação rústica, ou em azulejos, ou simples mina num canto de mata no tempo da freguesia de Santo Antônio do Paquequer, a fonte Judith é uma referência da nossa cidade. Mas, quem foi Judith?
Segundo o poeta Renato Paula, em texto publicado na imprensa local, a milagrosa cura de uma jovem, filha de um abastado negociante da rua São Pedro, no Rio de Janeiro, teria dado origem ao lugar. As revelações foram feitas pelo coronel Angel Cuquejo, antigo morador de Teresópolis, vereador à época do ocorrido. "A pitoresca e encantadora Fonte Judith, que nasce no sopé da montanha, no Alto, e que se constitui num dos mais belos e aprazíveis recantos turísticos da cidade, tem dado origem a uma infinidade de lendas, as mais diversas e desencontradas, que há mais de trinta anos correm pela boca do povo, com foros de veracidade. Mas, a verdade é que quase todas essas lendas que têm sido formuladas em torno daquela fonte de água pura e cristalina, que brota do seio virgem da montanha ciclópica não passam de meras fantasias, de histórias apócrifas, que a tradição popular vem difundindo através dos anos. A verdadeira história, que liga o nome de Judith àquela procurada fonte, soubemo-la através da palavra autorizada do coronel Angelo Lopes Cuquejo, testemunha ocular do fato. Revelou-nos Angelo que, em 1919, conhecera um abastado negociante, um atacadista de armarinho, que possuia o seu estabelecimento comercial na rua de São Pedro, no Rio. Chamava-se Luís de Oliveira e possuía em Teresópolis, na rua Melo Franco, no Alto, uma bela e confortável residência de veraneio, onde costumava vilegiaturar com a sua família, inclusive uma filha, ainda muito jovem, de nome Judith. Foi nessa época que Judith, tendo contraído uma insidiosa moléstia de estômago e depois de percorrer vários médicos especialistas da Capital, sem obter melhoras em seu estado, foi trazida para Teresópolis, como última tentativa de seu pai, que nutria esperanças de que o nosso saudável clima viesse a proporcionar melhoras à sua extremada filha. Foi então que Judith começou a beber a água fresca e pura daquela nascente, perdida entre as urzes, na encosta da montanha. E aí operou-se o milagre: a jovem sentia, a cada dia que passava, visíveis melhoras em seu estado, até o completo restabelecimento da saúde. Percebeu, então, Judith, que a sua milagrosa cura provinha daquela linfa transparente que jorrava despercebida ao pé da serra".  O pai de Judith, então, entusiasmado com o fato, teria procurado imediatamente adquirir aquela fonte milagrosa, à qual deu o nome de sua filha restabelecida. (Com informações de Wanderley Peres, Pró-Memória)

 

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Edição 20/04/2024
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