Marcus Wagner
Pais de alunos do 1º ano da Escola Municipal Marília de Oliveira e Silva Porto no bairro de Santa Cecília estão revoltados com a falta de professores para as crianças de 7 e 8 anos que ficam em sala de aula sem ter o que fazer, justamente quando deveriam aprender a ler e escrever. Nesta quinta-feira, 5, conversamos com um grupo de representantes dos responsáveis pelos estudantes que criticaram a situação.
Constatamos no local que esta situação não deveria ocorrer, pois há pessoas que foram aprovadas no último concurso para contratação de professores temporários, inclusive algumas que moram bem próximo da escola e cobram há muito tempo da Secretaria de Educação que sejam convocadas, mas não foram atendidas e os alunos acabaram penalizados. De acordo com o grupo de pais e responsáveis, ao questionarem a Secretaria de Educação, receberam como resposta que a situação só seria resolvida em agosto.
“São 22 crianças saindo do pré e indo para a alfabetização e até agora não mandaram professor. O diretor e a secretária fazem rodízio com essas crianças, sendo que isso atrapalha muito o desenvolvimento delas. Estou sempre aqui na escola, buscando o melhor e essa questão é urgente, é para ontem a necessidade de um professor para essas crianças. Queremos que a prefeitura e a Secretaria de Educação tomem providências o mais rápido possível porque não dá para ficar sem professor”, reclamou Cleuza Lopes Ferreira que é avó de aluno da escola.
“Nós estamos nessa luta para ver se de repente o prefeito se conscientiza e providencia professores para lecionar para alunos do primeiro ano aqui porque as crianças estão sem estudar. Sou contra essa situação do diretor ter que se revezar com a secretária para tomar conta das crianças porque ele já tem outras responsabilidades, como olhar todo o prédio e os problemas burocráticos. Ele deixa todos os compromissos dele e depois tem que prestar contas com a Secretária de Educação, isso não é justo. Se a prefeitura tem condições de contratar professor, por que não faz? Existem pessoas que fazem parte do POT, por que não chama pessoas desse programa?”, questionou Valdecir do Nascimento, presidente da associação do bairro e avô de aluno.
Insatisfeitos com o problema e preocupados com o aprendizado das crianças, alguns pais tentam até conseguir uma transferência: “Já tem mães dizendo que vão até a Secretaria de Educação para pedir outra vaga e se esforçar porque é difícil. A escola mais próxima é no Bairro de Fátima, é longe e complicado com criança e chuva, então a gente precisa desta escola que é do bairro”, contou Fabiana da Silva.
Érika Estorque, irmã de um estudante da escola Marília Porto, onde ela também estudou, criticou a Secretaria Municipal de Educação por ter deixado acontecer a falta de professor: “É muito triste, muito complicado essa situação, porque inclusive eu já estudei aqui e a gente sabe que é um direito das crianças ter a educação pública gratuita de qualidade. Quando a Educação deixa de ser de qualidade, a gente tem que resolver esse problema. Me assusta a Secretaria de Educação não estar tendo esta noção disso. Eles não tem acesso ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)? Se não tiverem, a gente pode fazer um tutorial aqui e ensinar. É uma situação triste”.
Nota da Secretaria de Educação
Enviamos à assessoria de comunicação da prefeitura os questionamentos dos pais de alunos e recebemos a seguinte resposta: “A Secretaria Municipal de Educação informa que os professores foram convocados por publicação em Diário Oficial. De acordo com o cronograma, tais professores apresentam-se na sede da Secretaria na próxima segunda-feira (9) para formalização da contratação e na quinta-feira (12) apresentam-se na Escola Municipal Marília de Oliveira e Silva Porto, em Santa Cecília”.
