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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Faltam coveiros e investimentos nos cemitérios do município

Caso de grande atraso em sepultamento revela falta de preocupação da Gestão Municipal com os mortos

Marcello Medeiros

Um ditado popular bastante verdadeiro é o que diz que a única certeza que podemos ter na vida é a morte. Rico ou pobre, um empresário bem sucedido ou um simples faxineiro, todos terão o mesmo destino. E, na despedida desse plano, quem sofre mais são os familiares que, em Teresópolis, têm tido ainda mais motivos de lamento na hora de sepultar amigos e familiares. A falta de investimentos nos cemitérios, mesmo que serviços e cuidados básicos como a preocupação com o número adequado de funcionários, tem gerado situações como a que envolveu uma família residente em Vieira, no Terceiro Distrito, na última terça-feira. O sepultamento estava marcado para as 10h, mas por falta de coveiro, só aconteceu cerca de três horas depois. 
Isso porque não há um funcionário sequer designado para tal função lotado no cemitério daquela localidade. Aliás, em nenhum outro do Terceiro Distrito. Além de Vieira, existem campos-santos em Bonsucesso, Venda Nova e Canoas, regiões cada vez mais populosas e onde, consequentemente, a cada ano o número de sepultamentos é maior. Questionada sobre a situação, a secretaria municipal de Serviços Públicos alegou que “todos os coveiros ficam concentrados no Cemitério Carlinda Berlim” e que “eles são transportados até o local nos horários marcados”. Ainda segundo a nota divulgada pela Assessoria de Comunicação do Governo Vinicius Claussen “isso acontece porque em alguns cemitérios, acontece intervalo de vários meses entre os sepultamentos”. O posicionamento de tal secretaria, porém, mostra o total desconhecimento do importante setor. Só na última semana, por exemplo, aconteceram oito falecimentos de moradores do Terceiro Distrito, sendo dois em Vargem Grande, dois em Santa Rosa, dois em Vieira, um em Sebastiana e um em Mottas. 
Dessa forma, não há cabimento a desculpa de manter um reduzido número de funcionários nos cemitérios, obrigando a administração dos campos-santos a se desdobrar para atender aos teresopolitanos em um momento que naturalmente já é de dor e sofrimento. Segundo informações obtidas extraoficialmente, visto que a prefeitura não informa detalhadamente e nem autoriza entrevistas ou sequer que nossa equipe seja recebida nesses locais, atualmente existe apenas um coveiro na função, sendo que outros trabalhadores do setor de Serviços Públicos precisam ser deslocados para auxiliar nos sepultamentos.

Esquema da gasolina dando problema
Ainda em relação ao caso de Vieira, o posicionamento oficial da Prefeitura é que o veículo que transportava o coveiro apresentou “problema mecânico e de combustível”. Inicialmente, segundo divulgado em redes sociais por “defensores do governo”, seria apenas problema mecânico. Porém, O DIÁRIO obteve informações que tal veículo, em nenhum momento, teve qualquer necessidade de intervenção na parte mecânica ou elétrica, por exemplo. No período que o funcionário deveria estar realizando o sepultamento, era aguardada a liberação para abastecimento em um posto de gasolina no bairro de São Pedro. Atualmente, o governo utiliza um sistema de cartão que pode ser utilizado em vários postos. Porém, o servidor precisa aguardar liberação da secretaria de Administração, o que só aconteceu por volta de meio dia. Ainda dentro da bastante questionável utilização desse esquema de abastecimento da frota, O DIÁRIO apurou que, cerca de três semanas atrás, um carro da Assessoria de Comunicação ficou duas horas em um posto aguardando a mesma liberação…

Vários cemitérios, poucos funcionários
Principal cemitério do município, o Carlinda Berlim, mais conhecido como Caingá, tem 3.465 sepulturas, além de aproximadamente 2.300 covas rasas, duas mil gavetas e mesma quantidade de nichos (locais para o depósito dos restos mortais depois do período nas gavetas mortuárias). Nas últimas quadras (37, 38 e 39) ficam localizadas as covas rasas. Quem visita o local pode achar que estão enterradas ali somente pessoas sem condições financeiras ou indigentes, mas estão também nas covas rasas até famílias ricas que optaram pela simplicidade.
Para quem não possui sepulcro perpétuo na família e não quer realizar o enterro nas covas rasas, a única opção são as gavetas, alugadas pelo período de quatro anos. Depois desse prazo, o corpo é exumado. Caso o familiar queira, os restos mortais são transferidos para os nichos. Para tanto, é cobrada uma taxa única de perpetuação. Após a desocupação, a gaveta é higienizada e liberada para novo sepultamento. 
Cerca de dois anos atrás, O DIÁRIO mostrou o problema da falta de locais para sepultamento. Para liberar as gavetas, começaram a ser construídos mais nichos. Porém, a obra de ampliação parou no governo tampão de Pedro Gil. Sobre a falta de investimentos nessa área, a atual gestão informou que “assumiu a Prefeitura com vários setores sucateados, incluindo os cemitérios, com falta de materiais e de ferramentas/equipamentos”.
Além do Caingá, existem outros oito campos-santos em Teresópolis: Canoas, Venda Nova, Vale Alpino, Vieira, Bonsucesso, Santa Rita, Serra do Capim e Rio Preto, este menos conhecido e utilizado, localizado próximo ao Imbiú. Nesta quinta-feira também solicitamos entrevista com a administração dos cemitérios para tentar mais informações e consequentemente promover melhor esclarecimento sobre os temas, mas não obtivemos sequer resposta nesse sentido.

 

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Edição 29/03/2024
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