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Estudo avalia efetividade da CoronaVac na população idosa

Submetido à revista científica The British Medical Journal (BMJ), o estudo Efetividade da vacina CoronaVac em idosos durante epidemia associada à variante Gamma de Covid-19 no Brasil analisa a efetividade da vacinação utilizando CoronaVac (Sinovac Biotech), vacina de vírus inativado, na população maior de 70 anos do estado de São Paulo durante a circulação extensiva da variante em questão.

Javier Abi-Saab (Agência Fiocruz de Notícias)
Submetido à revista científica The British Medical Journal (BMJ), o estudo Efetividade da vacina CoronaVac em idosos durante epidemia associada à variante Gamma de Covid-19 no Brasil analisa a efetividade da vacinação utilizando CoronaVac (Sinovac Biotech), vacina de vírus inativado, na população maior de 70 anos do estado de São Paulo durante a circulação extensiva da variante em questão. Coordenada pelo pesquisador Julio Croda, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o grupo de pesquisa Vebra Covid-19 avaliou mais de 55 mil pessoas acima de 70 anos que realizaram um teste de RT-PCR para Covid-19 entre 17 de janeiro e 29 de abril de 2021.

O estudo fortalece pesquisas do mundo real que analisam a efetividade das vacinas de vírus inativado, para a qual há poucos estudos, principalmente, em populações de idosos. Dentre as conclusões, a pesquisa aponta que a vacinação com CoronaVac esteve associada a uma proteção contra a doença sintomática da Covid-19, as admissões hospitalares e as mortes em adultos maiores de 70 anos, num contexto de ampla transmissão da variante Gama. A proteção da vacina, porém, foi baixa até completar o regime de duas doses, e a sua efetividade diminuiu entre a população de idosos em função do aumento da idade dos participantes. 

“Um dos principais achados do estudo é que é necessário um esquema vacinal completo, com duas doses de CoronaVac. Uma dose apenas tem baixa efetividade, baixa proteção contra doença sintomática, hospitalização e óbito”, disse Julio Croda.

Em relação aos casos sintomáticos, os resultados apontam que, entre os dias zero e 13, a efetividade da vacina é de 24,7%; já a partir do dia 14 após a segunda dose, a efetividade aumenta a 46,8%. Para as admissões hospitalares, a efetividade é de 55,5%. Já para os óbitos, a proteção após 14 dias da segunda dose é de 61,2%. O estudo também aponta que a efetividade da vacina após a segunda dose foi maior nos grupos mais jovens (de 70 a 74 anos) com 59,0% contra a doença sintomática, 77,6% contra admissões hospitalares e 83% contra mortes A proteção foi diminuída em função do aumento da idade. 

“A gente observou que acima dos 80 anos, existe uma diminuição da proteção para doença sintomática. A proteção contra hospitalização fica abaixo do 40% e contra óbito abaixo do 50%. Isso fez com que o Ministério da Saúde recomendasse uma dose de reforço especificamente nessa população de idosos”, explicou Croda.

Prioridade global

Em editorial de apresentação da pesquisa, a revista BMJ apontou que estudos rigorosos sobre as vacinas em ação, como o coordenado por Croda, são uma prioridade global urgente, pois fornecem aos profissionais e formuladores de políticas o tipo de evidência que os ensaios clínicos não podem. Para a revista, o desempenho da vacina é altamente dependente do contexto, influenciado pelo risco populacional de infecção, portanto, a avaliação é necessária entre vários subgrupos diferentes. Dessa forma, a necessidade de avaliar diferentes vacinas Covid-19 contra múltiplos resultados finais e variantes em uma diversidade de subgrupos significa que os estudos de efetividade será fundamental para auxiliar na implementação de políticas políticas futuras.

Além do estudo relacionado à CoronaVac, o grupo de pesquisa Vebra Covid-19 vem trabalhando em estudos sobre a efetividade de outras vacinas aplicadas no país, assim como da duração da proteção oferecida pelas vacinas no contexto de novas variantes. O estudo contou com a participação de pesquisadores de instituições nacionais e internacionais, como Organização Pan-Americana da Saúde; Instituto de Saúde Global de Barcelona; Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde; Universidade de São Paulo; Universidade de Brasília; Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul; Universidade Federal do Mato Grosso do Sul; Universidade de Yale; Universidade Stanford; Departamento de Saúde do Estado de São Paulo; Secretaria Municipal de Saúde de Manaus; e  Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

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Edição 16/04/2024
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