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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Estado discute plano contra impactos de chuvas e catástrofes

Previsão é de situação preocupante em relação às tempestades nos próximos dias

O governador em exercício do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, realizou, na manhã desta quarta-feira, 04, no Palácio Guanabara, um encontro com secretários de diversas pastas para discutir a elaboração de uma Política Estadual contra Chuvas e Catástrofes para o Verão. A iniciativa vai definir estratégias de atendimento a municípios atingidos por esses fenômenos e em situações emergenciais, com a atuação integrada das secretarias de Defesa Civil, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Ambiente, Infraestrutura e Obras e Agricultura. O objetivo é estabelecer um protocolo prévio de atuação para atender a população. O documento será enviado a cada prefeitura do estado. – Não temos o poder de evitar chuvas, mas estaremos preparados. Determinei que cada secretaria elabore medidas ouvindo as demandas das cidades e planejem as necessidades de maneira antecipada. Isso fará a diferença na vida do cidadão em um momento crítico e evitará gastos de maneira emergencial – afirmou o governador. 
Durante a reunião, ficou definida a competência de cada secretaria para que insumos e maquinários que atendam de forma imediata já estejam preparados para a utilização em casos de emergência. – Em situações como essas, responder de forma planejada pode salvar vidas. Quero que o cidadão saiba de forma antecipada qual abrigo buscar, que os helicópteros estejam aptos a voar e que colchonetes e insumos como água estejam separados para uso – disse Claudio Castro. A reunião contou com a participação dos secretários Leandro Monteiro (Defesa Civil), Thiago Pampolha (Ambiente), Cristiane Lamarão (Desenvolvimento Social e Direitos Humanos) e Marcelo Queiroz (Agricultura).

Situação de Teresópolis
Em Teresópolis, sempre que começa o período de chuvas mais intensas os moradores de diversos bairros fiquem sem dormir. O histórico dos últimos anos, com muitos deslizamentos de terra e alagamentos de grandes proporções, é motivo para que pessoas residentes em locais como Rosário, Perpétuo, Pimentel, Fonte Santa e Vale da Revolta, entre tantos outros, esperem o pior nas tempestades. Para tentar evitar a perda de vidas, a secretaria municipal de Defesa Civil mantém sistema de monitoramento e de alerta e alarme, quando sirenes são acionadas em caso de um volume de chuva perigoso.

Preocupação nos próximos meses
O período de chuvas na região Sudeste já chegou e com ele surgem as preocupações com riscos de deslizamentos de encostas, o que causa acidentes graves e com mortes. O professor da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisador, Francisco Dourado, disse que as chuvas começam a ficar mais frequentes a partir de setembro, mas vão se intensificando e a interferência no solo é maior próximo ao fim do verão, época em que há acúmulo de água de todo o período. Aí, a possibilidade de deslizamentos aumenta. O único período em que os riscos são quase inexistentes é entre maio e agosto, considerado mais seco.
Para o professor, a redução de desastres e de risco, de uma maneira geral, é um ciclo. Começa com uma preparação e prevenção, depois uma atuação durante um desastre que possa ocorrer, seguida da fase de recuperação. Acabada a recuperação deve voltar para a fase de prevenção. O problema é que, segundo ele, historicamente, no Brasil, a preocupação costuma ocorrer durante o desastre e nas obras depois dos desastres. “A parte de prevenção é pouco trabalhada. A gente investe muito dinheiro no pós, no depois do que aconteceu e pouco na prevenção”, disse acrescentando, no entanto, que depois da tragédia que ocorreu Região Serrana do Rio em 2011, “os governos federal, estadual e municipal se viraram para a temática de prevenção, mas não no nível desejável.”

Pouco investimento
Apesar da adoção de medidas para evitar os desastres ter melhorado, isso ainda não chegou ao nível adequado. “Na comparação com anos atrás, a gente está um pouco melhor, mas ainda muito aquém do que deveria. Se investe muito pouco no mapeamento das áreas de risco e das áreas de susceptibilidades. Esses mapas têm funções diferentes. O mapa de risco mostra onde tem a maior chance de perdas, então, é mais de atuação direta. O de suscetibilidades indica as áreas mais propensas aos movimentos de massa, inundação, ou seja qual for o processo, que a gente esteja trabalhando, então, serve mais como planejamento. Vejo que falta fazer muito para se chegar a uma situação mínima aceitável”, assegurou. “Às vezes, a gente acorda com um grande evento. As pessoas ficam emocionadas com as mortes, mas passou o momento inicial, é vida que segue e aí não há preocupação em se preparar para os anos seguintes”, afirmou.
Na visão do professor, falta ao Brasil a cultura de preparação de risco, que existe em outros países como o Japão e alguns países da Europa. “Planta no verão para ter comida no inverno. Aqui, a gente tem um lugar abundante, tem comida o tempo todo, tem água o tempo todo, mas não se trabalha com a questão da preparação. Isso é um exemplo que reverbera para outras áreas e termina caindo na redução de riscos de desastres”, garantiu.

Ocupação desordenada
Francisco Dourado afirmou, também, que a construção irregular é parte do problema. Na visão do pesquisador, o movimento de massa, termo usado para deslizamentos e inundações de solo, e a ocupação desordenada sempre vão andar juntos, porque a primeira alteração que se verifica no local é a canalização precária de água, e isso acaba provocando a concentração, resultando na retenção da água. O professor que trabalha com modelagem matemática, além da elaboração de mapas para identificar as áreas mais ou menos suscetíveis, disse que a entrada do fator humano sai do controle de qualquer modelo. 

 

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Edição 25/04/2024
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