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Especialista tira dúvidas sobre a Meningite em Teresópolis

Médico dá dicas sobre a prevenção e esclarece principais dúvidas sobre o diagnóstico. Cidade já registrou oito casos positivos em 2018

Anderson Duarte

Desde o mês passado, um velho fantasma na vida do cidadão tem assombrado o teresopolitano novamente. A informação que um paciente com Meningite estava internado na Unidade de Pronto Atendimento gerou preocupação e acabou iniciando pelas redes sociais, infelizmente, muito “ouvi dizer”, “dizem que”, e uma onda de desinformação e preocupação se propagou. A situação complicou-se ainda mais quando em resposta a uma publicação no Facebook, a assessoria de comunicação da prefeitura, de forma irresponsável, emitiu nota exclusiva pela rede social “tranquilizando” a população, mas não identificando o profissional médico responsável por essa informação. Nesta semana, através da parceria com o Hospital São José, o médico infectologista Marco Antonio Liserre, esteve nos estúdios da Diário TV para tirar dúvidas sobre a doença e também dar dicas sobre prevenção e tratamentos, também com relação a sequência de casos da doença registrados no município.
Considerado um dos maiores especialistas da nossa região no assunto, Dr. Liserre lembra que é preciso estar atento aos sintomas e principalmente à prevenção, que as vezes as pessoas deixam de lado. “A meningite é uma doença grave e é caracterizada em uma inflamação das meninges, que são membranas de tecido conjuntivo que envolvem e protegem o sistema nervoso central, as mais frequentes são as virais e as bacterianas. A meningite viral é a mais comum e costuma ocorrer mais no verão e principalmente em jovens com mais de 15 anos. Já as bacterianas são mais graves e a prevalência do agente varia muito com a idade do paciente. Por exemplo, a meningite meningocócica, causada pela bactéria neisseria meningitidis, se não diagnosticada e tratada a tempo pode levar a morte ou causar sequelas importantes. Essa ocorre mais no inverno e primavera e é mais comum em crianças”, explica.
Segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, informa que em 2018, até o presente momento, Teresópolis apresentou 20 casos notificados de suspeita de meningite, dentre estes, oito foram positivos. “Por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito de meningite é comunicado à DVE, que faz o processo de triagem e envio do material coletado nos hospitais de referência para o laboratório do Estado”, informou a secretaria de Saúde. Ainda de acordo com a comunicação oficial, conforme orientação do Ministério da Saúde, e sob supervisão do Programa de Meningites da Secretaria Estadual de Saúde, a DVE realiza o acolhimento, fornece orientações aos familiares próximos que tiveram contato com o indivíduo suspeito e efetua a quimioprofilaxia nos casos necessários. A Secretaria de Saúde ressalta que aplica a vacina Meningocócica C para crianças de 03 meses a 14 anos, conforme calendário nacional de imunização.
Outra dúvida muito comum é com relação a transmissão e o consequente contágio, que segundo o especialista, ocorre por meio das vias aéreas do paciente infectado. “O risco é menor nas meningites virais, nas meningites bacterianas podem considerar diversos fatores, desde a idade, o estado geral e a resistência ou sensibilidade do paciente, até a bactéria envolvida. Na sintomatologia das virais predominam cefaleia intensa, náuseas, vômitos, febre, fotofobia, irritabilidade e recusa alimentar. Nas bacterianas podemos acrescentar manchas na pele, rigidez de nuca mais precoce e acentuada, confusão mental e maior comprometimento do estado geral. Nos lactentes, o abaulamento da fontanela é um dado muito importante”, explica o médico, acrescentando que com relação ao tratamento, as inovações tecnológicas propiciaram mais eficácia no mesmo. “Nas meningites virais é sintomático, com pouquíssimas exceções. Já nas bacterianas, além do uso de antibióticos e eventuais outros medicamentos, é fundamental o diagnóstico precoce. Dependendo da causa, meningite pode levar a complicações mais grave e pode, inclusive, levar o paciente à morte. Por isso, é muito importante que, ao primeiro sinal da doença, você procure um especialista para que ele possa fazer o diagnóstico. Se confirmada a doença, o tratamento deve começar imediatamente. Na consulta, descreva todos os seus sintomas e tire todas as suas dúvidas. Esteja preparado, também, para responder às perguntas do médico, como por exemplos, quando os sintomas começaram? Se você teve contato com alguém que estivesse com meningite? O diagnóstico de meningite pode ser feito pelo especialista tendo como base o histórico do paciente, um exame físico e alguns exames específicos”, diz.
Com relação a prevenção, o médico explica: “A prevenção começa com os cuidados habituais, ou seja, a boa e velha limpeza das mãos, uma boa alimentação, um habitat saudável com o domicílio bem ventilado, limpo e ensolarado, horas de sono adequadas, evitar ambientes fechados com muitas pessoas, vida ao ar livre e assim por diante. No mais, temos as vacinas que não devem ser tomadas somente pelas crianças. Adultos devem consultar seu médico assistente. Além disso, as vacinas contra algumas doenças virais como o sarampo, a caxumba, a poliomielite, também protegem contra as meningites causadas por esses vírus. A mortalidade por meningite nas crianças depende de uma série de fatores como idade e estado geral da mesma além da bactéria causadora e da sensibilidade aos antibióticos utilizados. Os cuidados sempre devem existir, mas sem pânico. Até o presente momento não existe risco de surto, de acordo com a secretaria de Saúde do Estado. Para finalizar, a prevenção é a chave do sucesso”, explica o médico.

 

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Edição 28/03/2024
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