Etapa a etapa, em ritmo lento e mais de seis anos após a maior catástrofe natural do país, o condomínio construído na antiga Fazenda Ermitage pelo governo estadual, com recursos federais, está preste a ser ocupado pelas 1.600 famílias que desde 12 de janeiro de 2011 aguardam um imóvel próprio para reconstruir suas vidas. Nesse longo percurso, muitas promessas não cumpridas e mudanças no grande empreendimento vizinho à BR-116. Uma das alterações mais recentes foi a saída do acesso para pedestres, o túnel abaixo da rodovia federal. A previsão inicial era que após a travessia subterrânea os moradores dos condomínios populares seguissem para a direita, ao lado de um posto de gasolina, acessando posteriormente a Rua Wilhelm Cristian Kleme. Porém, não foi possível a desapropriação da área e a solução encontrada foi o terreno vizinho, atrás do estabelecimento. Assim, o novo caminho é para a esquerda, pegando a Rua Guimarães Rosa e posteriormente a Machado de Assis até chegar à principal via da Ermitage.
Pelo longo período de espera e expectativa para recomeçar a vida em um novo lar, sem a sombra do sempre atrasado Aluguel Social, o trajeto um pouco maior não deve ser problema para os futuros moradores do condomínio. Mas, para aqueles residem no entorno do novo acesso, a notícia não caiu bem. “Assim como eu, já tem muita gente pensando em vender a casa. Eram duas ruas tranquilas, sem movimento. Agora serão milhares de pessoas passando aqui em frente todo dia, deixando carro parado para pegar o túnel a pé e não precisar dar uma volta enorme para acessar o condomínio, isso até construírem o tal viaduto, o que não deve acontecer tão cedo. O pessoal que precisa de casa para morar não tem culpa, mas o governo estadual sim. Vão atropelando tudo, sem consultar ninguém, assim como fizer na tentativa de fechar totalmente a Wilhelm Cristian Kleme”, relatou ao jornal O DIÁRIO um morador próximo à saída do túnel.
Em vídeo divulgado através das redes sociais na semana passada, o deputado estadual André Correa, que também responde pelo Instituto Estadual do Ambiente e Secretaria Estadual do Ambiente, mesmo extraoficialmente nesses dois últimos casos, deu novo prazo para a tão esperada entrega das chaves dos apartamentos. Segundo ele, “no final de julho, máximo início de agosto”. Ainda de acordo com o representante do governo Luiz Fernando Pezão, está em andamento o projeto de criação de uma rotatória no trevo em frente ao acesso do bairro Ermitage, solução encontrada até a construção de um viaduto no perigoso trecho da BR-116. A medida é considerada obrigatória para a liberação do empreendimento diante dos olhos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ministério Público e Concessionária Rio-Teresópolis, responsável pela administração da rodovia.
Ainda na postagem feita em sua página pessoal e compartilhada em comunidades locais, Corrêa pede que, mesmo após seis anos de espera, os teresopolitanos sejam pacientes e não compactuem com uma ideia que vem sendo disseminada por alguns grupos, de invasão dos apartamentos. O deputado estadual falou ainda sobre outras etapas da finalização da obra, que passou a ser gerenciada pela Secretaria Estadual do Ambiente/INEA apenas no final do ano passado.
“As coisas estão caminhando bem, estamos dando os últimos retoques, o conjunto está lindo, agora todo gramado, estamos na negociação final em relação à Enel para a iluminação pública, a estação de tratamento de esgoto já pronta, aliás será o primeiro condomínio com tratamento de esgoto totalmente pronto e operado pelo Inea. A CRT aprovou o projeto alternativo, pois seria transtorno muito grande fechara aquela rua, deixando o comércio muito preocupado com isso… Então o novo projeto já está com a ANTT, tenho falando com Dr. Luiz Fernando, que está buscando agilizar. A empresa já está contratada e só aguardando para começar assim que a ANTT der o aval. Quero agradecer toda a equipe e informar que no final de julho, mais tardar início de agosto, vamos estar entregando as chaves e acabando com essa demora. Peço desculpas mais uma vez pela demora, em nome estado. De nossa parte, só agora estamos completando cinco meses que estamos tratando desse assunto”, relatou André Correa.
