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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Emoção marca despedida de Ruth de Souza, no Rio

Velório começou pela manhã, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro

Com muita emoção e homenagens, foi velado na manhã de hoje (29) o corpo da atriz Ruth de Souza, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que fica na Cinelândia, centro da cidade. Chamada de primeira dama negra do teatro brasileiro, Ruth morreu ontem, aos 98 anos, no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde estava internada no Centro de Tratamento Intensivo desde a última segunda-feira (22) para tratar de uma pneumonia.

A irmã de Ruth, Maria Pinto de Souza, de 94 anos, não conteve as lágrimas ao conversar com a imprensa. “Não tenho nem palavras. Perdi uma amiga, perdia uma irmã, perdi a metade da minha vida”.

Sobrinha da atriz, Glória Maria de Souza Bastos destacou que, apesar de não ter tido filhos, Ruth era a matriarca da família.

“Foram 98 anos muito bem vividos, ela com certeza realizou todos os sonhos que ela teve para ela e para a família. Ela sempre nos preservou muito, sempre esteve presente em todos os momentos, sempre nos ajudou bastante. Era uma matriarcona da família”.

O ator Tony Tornado lembrou que interpretou o filho de Ruth na novela Sinhá Moça, de 1986, no qual ela fez uma participação especial. Ruth integrou também o elenco do filme Sinhá Moça, de 1953, trabalho pelo qual foi a primeira brasileira indicada para um prêmio internacional, no Festival de Veneza.

Para Tornado, a atriz foi uma diva e sua partida “enfraquece o batalhão” dos atores negros brasileiros, caminho que ela ajudou a abrir para os demais trilharem.

“Enfraquece muito as nossas raízes, a nossa existência. Mas nós vamos continuar essa luta. A gente sabe que é difícil, muito difícil, mas, como ela dizia, a luta continua e a vitória é certa. Ela foi um referencial para todos nós. Aliás, a situação precursora é sempre muito difícil, porque ninguém nunca fez nada antes, ela foi a primeira. Ela é a razão de tudo isso estar acontecendo com a gente, com a raça, com a nossa profissão, principalmente”.

A jornalista e escritora Susana Maria Fernandes destaca que Ruth de Souza é um ícone para o movimento negro brasileiro. “Ela é um exemplo pra gente, porque quando ela estava no auge, havia racismo no Brasil e era muito difícil. E hoje existe racismo no Brasil e é difícil. Então, a Ruth de Souza é um exemplo de que a gente não pode fraquejar por causa de racismo ou outras coisas mais. Nós temos que ter força e a força que ela teve fica pra gente”.

Para a atriz Nathalia Timberg, Ruth de Souza foi fundamental no papel de construir o lugar nas artes cênicas brasileiras para o ator negro.

“Eu conheço a Ruth desde 1948, eu estava no teatro universitário e ela estava sendo a alma do Teatro Experimental do Negro, junto com o Abdias Nascimento. Foi quando eles começaram a batalhar para trazer o ator negro no Brasil para a posição que ele tem por direito pelo que ele é. Não pela etnia em si, mas pelo grande talento que tem e pelo muito que tem para contribuir na formação da nossa cultura”.

Ao meio-dia, foi celebrada uma missa no hall do Theatro, encerrada por volta de 12h30 com muitos aplausos em homenagem à Ruth. O enterro será 16h30, no Cemitério da Penitência, no Caju, em cerimônia fechada para a família.

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Edição 19/04/2024
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