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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Educação para a vida nas escolas públicas

- Estudantes do Colégio Campos Salles se destacam em projetos artísticos e científicos

André Oliveira

A rotina de um estudante pode ir muito além dos lápis, cadernos, borrachas e livros. Quando juntamos no mesmo pote a iniciativa e a visão além dos muros, a escola abandona seu papel primário para formar homens melhores para o futuro. Atenta às oportunidades e de olho nos talentos escolares, a direção do Colégio Campos Salles, da rede estadual, colhe neste mês de dezembro os frutos dessa boa semeadura. Dessa forma, projetos sociais, científicos e até políticos se destacaram em programas externos. O aluno Daniel de Freitas Quintanilha, do 3º ano, levou o primeiro lugar na categoria Ciências Biológicas e Saúde na Feira de Ciências, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio (FECTI), com seu trabalho sobre ‘Avaliação de qualidade de vida no trabalho’. Dois estudantes que também concluíram o ensino médio em 2017, Gustavo Siqueira e Juliano Diniz, criaram um barco ecológico movido pelo telefone celular que vai ajudar a remover lixo dos rios e despoluir a água. Já o estudante Arthur Firmiano é um dos finalistas de um concurso que vai escolher a bandeira para representar o parlamento juvenil na Assembleia Legislativa do Estado. 

Incentivo docente

Uma das responsáveis pelo trabalho e sucesso alcançado pelos alunos é a professora Maria de Lourdes Medeiros, da pasta de Biologia. “Tudo isso é muito importante para a escola, especialmente pelo envolvido de todos: alunos, professores, direção e pais. Eleva nosso ensino para outros patamares com o desenvolvimento desses projetos tão importantes”, avalia. De acordo com a professora, uma parceria com o Unifeso foi o divisor de águas para o desenvolvimento dos projetos. “Nossa feira de ciências está na 17ª edição e trabalhamos para que ela cresça a cada ano. Há três anos fomos convidados para levar nossos melhores projetos para a Feira do Unifeso, onde sempre tivemos os trabalhos em destaque e selecionados para a FECTI, mas nunca fomos premiados lá. Agora o trabalho do Daniel nos trouxe essa surpresa tão bacana. Tudo isso é muito bom. Incentiva nos alunos para a participação, desenvolvimento. Fomenta a ciência e a pesquisa”, comemora. 

Prêmio

Daniel Freitas de Souza foi o aluno que alcançou a premiação mais importante. Obteve o primeiro lugar na categoria Ciências Biológicas e da Saúde com o projeto ‘Avaliação da qualidade de vida no trabalho’. “Meu projeto surgiu da observação das pessoas à minha volta e por entender a importância do tema. A partir daí eu fiz pesquisas e novas ideias foram surgindo. Criei um questionário cujo objetivo é avaliar essa qualidade de vida. Ele pode ser usado dentro de organizações ou empresas com o objetivo de fomentar novas ações que incentivem a busca pela melhoria nesse setor de trabalho”, detalha o autor. Antes de se destacar na capital, Daniel foi premiado também em Teresópolis, no Unifeso. “Foi uma surpresa. Havia trabalhos muito bons lá. A partir daí eu incrementei e depois veio a indicação para a feira no Rio. Foi fantástico. Eram quase 200 trabalhos de todo o Estado, um melhor do que o outro. Participar disso tudo foi indescritível. Fui avaliado por pessoas de vida acadêmica avançada, pessoas com doutorado. Incrível a oportunidade de ter contato com esse universo, representando minha cidade”, celebra o aluno.

Bandeira

Foi através da divulgação da escola e do incentivo dos membros do Grêmio Estudantil que Arthur Santos Firmiano ficou sabendo do concurso promovido pela Assembleia Legislativa do Rio – Alerj. Ao participar do programa ‘Parlamento Juvenil’, ele teve a oportunidade de criar a bandeira que o programa vai utilizar. A criação de Arthur concorre com outras 13 ideias de outros estudantes.  “Pra mim fui uma experiência muito boa, foi meu primeiro ano aqui na escola. Era um dia normal de aula quando os alunos do Grêmio chegaram com a proposta e eu me interessei. Busquei saber, trabalhei as ideias, conversei com amigos e me empenhei a fazer o desenho, que significa muito. Eu quis mostrar os jovens participando, se envolvendo na política e levando suas propostas. Na maioria das vezes nós não temos voz. O desenho mostra que temos essa capacidade”, justifica o aluno, que passou do 1º para o 2º ano do Ensino Médio. Arthur quer investir na carreira de criação, possivelmente buscando a formação como designer. “Gosto muito dessa área e por isso fiz o desenho. Agradeço a participação da escola, que me incentivou muito. Fiquei muito feliz em me classificar”, festeja. 

River Clean

A dupla formada pelos estudantes Gustavo Siqueira e Julian Diniz sempre mostrou interesse em criar. Ao expor uma dessas criações, se deparou com um rio sujo e poluído no Rio de Janeiro. As conversas que surgiram a seguir iniciaram um projeto que saiu da prancheta e hoje chega ao universo acadêmico. “Nós estávamos observando o rio sujo, um odor ruim e começamos a falar sobre isso. Primeiro fizemos um protótipo de isopor e agora chegamos ao barco de madeira”, detalha Gustavo. “A criação começou no ano passado, mas a feira de ciências da escola tinha um tema específico. Agora em 2017, com o tema livre, pudemos trabalhar no barco para apresentar aqui e depois no Unifeso. Trabalhamos o uso da tecnologia na despoluição dos rios”, completa Julian.

O ‘River Clean’ (Rio Limpo) é movido por duas hélices impulsionadas pelos motores de um drone. Pás laterais ajudam a recolher o lixo até um depósito, onde um braço mecânico é acionado posteriormente para a remoção do entulho. Debaixo do casco, tubos com purificadores de água ajudam na despoluição. O projeto cheio de tecnologia é feito para que o barco trabalhe sem tripulação, movido através do telefone celular de seu operador via bluetooth. Uma câmera instalada na proa permite a navegação precisa. “Não existe nada parecido, partimos do zero e estamos inovando para oferecer esse benefício para a população”, garante Gustavo. A ideia foi tão boa que foi adotada pelos cursos de Engenharia do Unifeso. A faculdade colocou técnicos para acompanhar os jovens inventores e equipamentos, como uma impressora laser, para que o projeto ganhe mais detalhes e cresça em tecnologia. Obviamente Julian e Gustavo pretendem continuar trabalhando juntos na área. Ano que vem pretendem cursar Engenharia Civil. 

 

 

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Edição 24/04/2024
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