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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Duque de Caxias flexibiliza uso de máscara contra covid-19

Cidade fluminense é a primeira do estado a dispensar o acessório

Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil* – Rio de Janeiro
O município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, é a primeira cidade do país a desobrigar a população do uso de máscara facial de proteção contra a covid-19, graças a decreto publicado ontem (5) pelo prefeito Washington Reis (MDB). Hoje (6), no primeiro dia após o decreto da administração municipal, a maior parte das pessoas, em torno de 70%, encontradas pela Agência Brasil nas ruas José Alvarenga e Capineira e na Avenida Governador Leonel Brizola, naquela cidade, estavam de máscara.

O prefeito assegura que a decisão foi tomada com toda segurança. “Nossa cidade, graças a Deus, foi a cidade em que nós garantimos, em todo o período da pandemia, 200 leitos de CTI e a maioria desses leitos serviu para cidades vizinhas, interior do estado, a própria capital e até pacientes de outros estados”.

O prefeito de Duque de Caxias  falou sobre os dados da pandemia na cidade. Caxias é, segundo ele, a 74ª cidade do estado em número de óbitos e 86ª em número de casos. “Retomamos as aulas no início do ano, em fevereiro, com aulas presenciais”. O aspecto mais importante, segundo Washington Reis, é que a vacinação foi feita de forma “meteórica”. “Nós conseguimos avançar muito a nossa vacinação. Hoje, crianças de 12 a 17 anos foram vacinadas com a Pfizer. Todas as faixas de idade estão com a primeira e a segunda doses religiosamente em dia. Também acima de 60 anos, os idosos estão recebendo o reforço”.

Reis mencionou a falta de burocracia existente em Duque de Caxias, onde “você pode escolher o tipo, a marca da vacina. Nós estamos lá, de segunda a domingo, atendendo a nossa população. Duque de Caxias não precisa usar máscara. O decreto está valendo”, concluiu. De acordo com o decreto, “fica desobrigado o uso de máscara facial no período da pandemia da covid-19, em local aberto ou fechado, em todo o território do município de Duque de Caxias”. Para pessoas que estejam infectadas ou apresentem sinais ou sintomas da doença, o uso da máscara continua a ser exigido.

Com um total de 924.624 habitantes, Duque de Caxias tem 488.964 pessoas vacinadas com a primeira dose da vacina contra a covid-19 e 254.887 com a segunda dose. Com a dose única, foram vacinados 19.167 moradores maiores de 18 anos. De acordo com o Painel Coronavírus da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES RJ), Caxias apresenta risco baixo para a transmissão de covid-19. O município registra 25.936 casos confirmados da covid-19, com 1.705 óbitos desde o início da pandemia.

Flexibilização
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o estado do Rio de Janeiro se aproxima do momento em que será possível flexibilizar o uso de máscaras de proteção. Em nota, salientou que “ainda não é possível antecipar esse cenário, uma vez que é necessário consolidar a queda do número de casos no estado e alguns indicadores assistenciais, principalmente o que diz respeito aos atendimentos em UPAs (unidades de pronto atendimento)”. A secretaria alertou também que é preciso avaliar se não haverá repique de casos em idosos por causa de queda da proteção vacinal.

“A SES vai consultar também o grupo técnico de especialistas, para então tomar uma decisão. Nas próximas semanas, com base na avaliação dos especialistas e no cenário epidemiológico, poderá tomar a decisão de flexibilizar o uso de máscara em ambiente aberto. No momento, a SES não antecipa qualquer tomada de decisão”, destaca a nota.

O infectologista Edimilson Migowski, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou à Agência Brasil que influencia na tomada de decisão de flexibilização o número de pessoas que já tiveram a enfermidade e se recuperaram, a boa estratégia de saúde da família. “Se a pessoa está sendo bem acolhida e bem atendida nesses lugares e sendo medicada, é pouco provável que ela tenha um quadro de maior gravidade. Se a cidade tem leitos de UTI disponíveis, começa a ter uma equação favorável à própria flexibilização ou abrir mão da máscara”.

Orientação
Migowski advertiu, entretanto, que esse é o momento para se orientar a população quanto à necessidade de manter-se de máscara se tiver cenário de aumento da covid-19. “A minha esperança é que Caxias comece a se comportar como o sudeste asiático se comporta há décadas. É o que se vê no metrô, em Tóquio (Japão). Você vê uma ou outra pessoa com máscara. Mas elas estão com máscara não com medo de você, mas em respeito a você, porque estão desconfiadas de alguma enfermidade infecciosa e decidiram usar a máscara para proteger outras pessoas delas”.

O infectologista opinou que quem tiver quadro sugestivo de covid-19 deve manter a máscara. Para pessoas vacinadas, que não têm nenhum sintoma e estejam em ambientes abertos, “não vejo motivo para estar utilizando a máscara”. Edimilson Migowski confessou que quando o município do Rio de Janeiro flexibilizar, ele próprio vai guardar a máscara no bolso e só usará em ambientes fechados ou que tiverem alguma pessoa com sintomas. “Mas não vou abrir mão do meu álcool 70. Vou manter a higienização das mãos, porque é importante para a prevenção de várias doenças”.

O infectologista diz acreditar que com a população bem orientada, é momento de começar a flexibilizar “e ter humildade de voltar atrás”, se houver reversão do quadro.

Repercussão
O locutor de loja Tiago Nascimento, 25 anos, que trabalha no comércio em Duque de Caxias, avaliou que a decisão do prefeito Washington Reis foi precipitada. Como locutor de porta de loja, Tiago prefere continuar usando a máscara de proteção. “É questão de conscientização. Cabe a cada um ter a sua responsabilidade. Eu acho precipitado ainda; não é o momento”, reiterou.

Opinião contrária tem Wesley Silva, 24 anos, também locutor de uma drogaria. “Não é mais obrigatório o uso de máscara, mas está valendo a consciência do povo. Usa quem quer. Ele (prefeito) não está obrigando você a não usar”. Admitiu que no interior da loja, seus amigos vendedores precisam usar máscara, porque é um local fechado, onde entram muitas pessoas para comprar medicamento. Wesley, entretanto, recebeu bem a decisão do prefeito. “Sempre me incomodei com a máscara. Acho chato”.

*Colaborou Tomaz Silva

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Edição 20/04/2024
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