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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Desenvolvimento Social monitora moradores de rua em Teresópolis

Caso de ataque com faca no Rio de Janeiro atenta para necessidade de olhar mais apurado

Marcello Medeiros

Teve grande repercussão em todo o país esta semana o caso do qual foram vítimas o professor Marcelo Henrique Correia Reais e engenheiro eletricista João Napoli. Eles morreram após serem vítimas de facadas desferidas pele morador de rua Plácido Correia Moura no início da tarde do último domingo (28), nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro. Com a discussão sobre a necessidade de atendimento social mais amplo a esse público, com acompanhamento psicológico quando houver necessidade, muitos teresopolitanos lembraram situações parecidas registradas no município nos últimos meses. Apesar de nenhuma ter chegado a esse extremo, há anotações de agressões e xingamentos, sendo vítimas principalmente mulheres. Para debater o tema, conversamos com o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Marcos Jaron. Segundo ele, há monitoramento frequente desse tipo de população e, apesar do histórico de algumas pessoas, a situação tem sido bastante tranquila nos últimos meses. Ainda segundo Jaron, houve grande redução desse público nas ruas do município em 2019. 
“Nunca tivemos casos tão agressivos assim, mas uma época atendemos um rapaz denunciado por agredir mulheres na rua, um jovem viciado em cola, que já foi retirado das ruas. Também houve um senhor que andava com uma faca e morava embaixo da ponte da rodoviária e inclusive estava escavando a estrutura da ponte, também acolhido e encaminhado para sua cidade de origem. De janeiro até agora atendemos a 124 pessoas, sendo que 21 permanecem no Sopão e outras 20 ainda em situação de rua, sendo destas 95% de moradores de outras cidades e estados. Realizamos atendimento social, psicológico e de saúde, buscamos uma aproximação com essas pessoas. Estamos sempre monitorando e agora estamos lançando o projeto, em parceria com a Saúde, chamado ‘Consultório de Rua’, onde vamos ampliar o atendimento médico já oferecido. Importante destacar ainda que parte dessas pessoas que está na rua é por opção, temos dados nesse sentido, de gente que tem família, moradia, mas se sente mais confortável na rua, por diversos motivos. Além disso, seguindo a própria Constituição, não podemos tirar de ninguém o direito de ir e vir, de fazer suas escolhas. Não podemos forçar ninguém a deixar a rua”, lembra o secretário de Desenvolvimento Social.
Ele destaca ainda que o trabalho nas ruas tem parceria da Guarda Municipal e Polícia Militar, permitindo buscar mais informações sobre situações ilícitas e antecedentes criminais, por exemplo. Entre os exemplos da importância das políticas públicas para esse setor, Jaron lembra um caso recente registrado em Teresópolis. “Encontramos um pedreiro profissional que passava por momento de dificuldade e, por não ter tido respeitado seu direito de receber Aluguel Social, foi parar nas ruas. Conseguimos resolver o caso dele e, pouco tempo depois, ele nos relatou que havia alugado uma casa e que levaria outras duas pessoas, que havia conhecido morando na rua, para residir com ele. Às vezes a ausência do poder público, desse acompanhamento, faz muita gente terminar nessa situação”. 
O secretário destaca ainda a solidariedade comum ao teresopolitano, sempre participativo em campanhas de arrecadação de agasalhos ou distribuição de alimentos aos necessitados. Porém, destaca que é importante a participação através da Secretaria para que essa pessoa possa receber auxílio também para deixar as ruas. “O teresopoltano tem um coração que aquece mesmo, mas é importante sempre visar que mesmo com carinho, comida, lanche, isso pode atrapalhar. É melhor pedir ajuda profissional porque acabar fazendo com que a pessoa permaneça nessas condições se tiver muita facilidade, prejudicando assim alguém que de repente pode se reerguer e retomar sua vida”, pontua.
Situações envolvendo moradores podem ser comunicadas diretamente no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), na Rua Carmela Dutra, próximo ao novo prédio da redação do jornal O Diário, ou pelos telefones 2742-8722 e 3642-8299. O segundo funciona inclusive no período noturno e finais de semana, graças a parceria com a secretaria municipal de Segurança Pública. 

Witzel diz que fará convênio
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que está acertando um convênio com a prefeitura do Rio para assumir o ordenamento urbano da capital fluminense. O governador disse que pretende levar moradores de rua para abrigos e clínicas de recuperação de viciados em drogas. “Morador de rua é uma questão municipal, mas eu não quero saber. Eu vou agir. Já falei com o prefeito [Marcelo] Crivella. Nós somos parceiros e eu vou agir. Vai começar imediatamente. Estamos fazendo o convênio com o município”, disse, no Palácio Guanabara, após se reunir com prefeitos do estado. Para Witzel, a pessoa só tem capacidade de se autodeterminar quando está em condições normais. “Se ela não pode tomar uma decisão sozinha, quem tem de tomar é o Estado. Na rua é que eles não podem ficar”.
O governador disse que a polícia vai identificar os moradores de rua e recolher as armas brancas que, porventura, sejam encontradas. “Não é uma limpeza. É um perigo para a sociedade. Tem muita gente na rua. Não pode ficar do jeito que está”, disse. Witzel disse que o problema da desordem urbano é antigo e que havia encomendado uma proposta para a Secretaria de Desenvolvimento Social. Entretanto, o governador não soube dizer de onde sairão os recursos para esta operação urbana. “Tirar dinheiro de qualquer lugar para fazer um programa social é sempre complicado”, explicando que poderá recorrer à iniciativa privada, ao governo federal ou a emendas parlamentares.

 

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Edição 19/04/2024
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