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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Depois de eleição situação da Câmara pode ser definida

Libertos pela Justiça, edis mandatários querem voltar ao trabalho, mas Casa já recebe pedido de Comissão Processante

Anderson Duarte

Logo ao término do processo eleitoral deste mês, deve ser definida pela Justiça e pela própria Câmara, a situação dos seis vereadores de Teresópolis, que foram presos por quase quatro meses por suspeita de associação criminosa, concussão e peculato, soltos no mês passado, mas ainda impedidos de voltarem ao trabalho. A indefinição está justamente nessa dúvida: eles devem voltar a atividade legislativa ou sofrerem processo de cassação em decorrência de uma Comissão Processante? Ambas as possibilidades são prováveis e vão depender de como serão defendidos os interesses dos edis, alvos da operação Ananás, do Ministério Público do Rio de Janeiro de Janeiro e da Polícia Civil. No final do mês passado a Justiça concedeu habeas corpus impetrado junto ao Superior Tribunal de Justiça com a alegação de que os políticos estariam sendo vitimas de coação ilegal, prática prevista e tutelada pelo nosso Código de Processo Penal. Neste mesmo intervalo de tempo, pedidos de abertura de Processantes contra os edis foram apresentados a Mesa Diretora, que deve definir os destinos de Dra. Claudia, Dedê da Barra, Leonardo Vasconcellos, Pastor Luciano, Rock e Ronny Carreiro.
Estão nos lugares dos seis vereadores os suplentes Hygor Faraco, que assumiu o lugar de Leonardo Vasconcelos, no PMDB; o médico Dr. Amorim, também do mesmo partido e que substitui o político Dede da Barra; Alessandro Cahet, que na suplência do PSDB assumiu a vaga da cadeira de Rock; João Miguel, do PSDC substituindo o político Pastor Luciano, ambos do PSDC; o experiente vereador Angelo Gallo, que com sua primeira suplência no PP ficou na vaga deixada pela médica Claudia Lauand e o recém-regresso ao legislativo José Carlos Estufa, que ocupava a secretaria de Agricultura do município, mas desistiu da mesma e assume novamente a cadeira de Ronny Carreiro. Os edis seguem afastados e sem direito a exercer suas funções, mas com seus vencimentos garantidos. Grande parte do inconformismo retratado pelas redes sociais tem sido o fato de nossa Lei Orgânica prevê os doze vereadores no Legislativo e estarmos consumindo dezoito salários durante os últimos meses.
Os edis afastados são suspeitos de terem se unido para exigir do ex-prefeito, Mário Tricano, a contratação irregular de empresas para serviços públicos. A alegação e as gravações que teriam baseado a acusação foram feitas pelo próprio Tricano e seus assessores e secretários. Durante sua campanha fracassada ao cargo de Deputado Estadual, Tricano praticamente só focou suas argumentações ao longo do horário gratuito de Rádio e TV no fato de ter sido o responsável por essas prisões, considerada pela STJ como abusivas durante a concessão do habeas corpus. Estre as alegações de Tricano estão a suposta indicação de empresas a serem contratadas, sem as devidas licitações, para realização dos serviços de iluminação pública municipal, serviços cemiteriais, estacionamento rotativo pago e saneamento básico no município, no processo conhecido na cidade como “pacote de terceirizações” da gestão. Ainda segundo a acusação, os seis parlamentares teriam exigido a contratação de pessoas indicadas por eles para cargos comissionados no Poder Executivo.
Uma Comissão Processante pode ser um terreno inóspito para grande parte dos munícipes brasileiros, mas não para o teresopolitano, que viu somente no governo Arlei Rosa, pelo menos quinze delas sendo apresentadas. A CP é instalada para investigar tanto prefeitos, quanto vereadores, e pode ter como objeto, por exemplo, a possível quebra de decoro por parte dos parlamentares municipais. Apesar de ter um caráter diferenciado das demais investigações, visto que já possível material comprobatório em seu teor, o processo também contempla princípios constitucionais como a ampla defesa, o contraditório e a presunção de inocência. O prazo é o mesmo que na condição contra o Chefe do Executivo, ou seja, de noventa dias para sua conclusão, passando esse prazo a correr a partir do recebimento da notificação pelo denunciado. A notificação é acompanhada da denúncia e dos documentos apresentados com ela, para que os parlamentares investigados possam elaborar a defesa com a assessoria técnica. Apesar de não confirmar data, muito menos teor da solicitação da Comissão Processante, o assunto em plenário pela admissibilidade ou não do pleito, deve surgir a tona após o processo eleitoral em segundo turno, assim como a possível definição por parte do STJ com relação a volta ou não ao trabalho dos seis edis afastados.

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Edição 23/04/2024
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