Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

Covid-19: Sistema de saúde colapsado em Teresópolis

Número de pacientes sendo transferidos para outros municípios é assustador. Prefeito promete abrir mais leitos e novas medidas restritivas

Oitenta e quatro leitos, sendo 43 clínicos e 41 em UTIs. Todos ocupados. Diariamente, um grande número de ambulâncias com as sirenes ligadas e saindo em direção a outros municípios, sempre dependendo que o sistema de Regulação do governo estadual indique a direção da unidade hospitalar com possibilidade de receber mais um teresopolitano. Ainda não há um número oficial de moradores locais internados em outros municípios, mas os comboios de diários de ambulâncias saindo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) indicam que o sistema de Saúde colapsou em Teresópolis. Na semana passada, a lista de pacientes transferidos tinha 24 nomes. Até o início da noite desta segunda-feira, 15, quando a última atualização do Painel Covid-19 ainda era a do dia anterior, Teresópolis tinha 6.016 casos ativos, um novo recorde de vírus em circulação. No total, quase 22 mil ocorrências desde a pandemia, com 424 óbitos confirmados e outras mortes em investigação. A crítica situação foi parar na chamada “grande imprensa”, que começou a semana destacando o momento que vive o teresopolitano que depende do Sistema Único de Saúde. 

Nesta segunda-feira, o prefeito Vinicius Claussen se reuniu com a equipe técnica da Secretaria de Saúde e definiu novas medidas para enfrentamento à Covid-19 em Teresópolis, entre elas a promessa de abertura de novos 10 leitos UTI no Hospital das Clínicas Constantino Ottaviano (HCTO) ainda esta semana e a possibilidade de abertura nos próximos dias de até 30 novos leitos clínicos a partir da reestruturação do atendimento na UPA, no Serviço de Pronto Atendimento Eithel Abdallah (Tiro de Guerra) e na Beneficência Portuguesa. Ainda segundo divulgado pelo gestor no final da tarde, será feita a compra emergencial de novos testes do tipo antígeno, que tem resultado em 40 minutos, com maior confiabilidade e que permitirá o início imediato do tratamento e isolamento do paciente. “A previsão de chegada desses testes é ainda esta semana. A equipe também discutiu novas medidas restritivas que serão anunciadas nos próximos dias”, divulgou o prefeito. Teresópolis vacinou nesta segunda 679 idosos acima de 77 anos contra a Covid-19, ultrapassando mais de 10 mil pessoas vacinadas com a dose 1. O município aguarda novas doses para seguir ampliando a imunização da população.

Mais transparência
Nesta terça-feira, 16, será apresentado na Câmara Municipal um projeto que pede a divulgação diária de mais informações sobre os pacientes levados para outros municípios. “Se trata de uma lei de transparência das exportações de pacientes. Precisamos saber quantos são, para onde estão sendo levados e outras informações, como a idade dessas pessoas”, destaca o Presidente do Legislativo, Vereador Leonardo Vasconcellos.

A culpa é de quem?
Quando tudo parece estar indo bem, a culpa não é de ninguém. Quando o sistema para, os problemas se acumulam e a luz parece não existir nem no final do túnel, os dedos são apontados na direção dos chamados “responsáveis”. Mas, nessa nova escalada da doença, a culpa é de quem? Logicamente, o poder público municipal tem a sua – grande – parcela nessa crítica situação que estamos vivendo. Hospital de campanha? Mais leitos? Mais rigor na fiscalização? São muitas perguntas, mas, paralelo à abertura de novas vagas em unidades hospitalares ou aplicação de multas aos que insistirem em desrespeitar as regras sanitárias previstas para diminuir o número de novos casos, se a população não fizer a sua parte, todo o trabalho será em vão. Bares lotados, festas particulares, eventos desrespeitando o básico, como a utilização de máscaras, distanciamento e número reduzido de pessoas, pessoas praticando esportes em grupo, do ciclismo ao futebol, são muitos os exemplos diários de desrespeito. Mais do que aos decretos, mas de desrespeito ao próximo. Nessa história, quem precisa trabalhar para levar o alimento para casa, e consequentemente precisa se expor ao risco diário do contágio, pode acabar na mesma “fila” para conseguir um leito onde estarão dezenas de pessoas que continuam achando que “é apenas uma gripezinha”. Bom senso. Se ele existisse, não precisaríamos de decretos, de “lockdowns” ou qualquer outra ação desesperada para tentar evitar a perda de mais vidas pelo novo coronavírus. Mais de 400 teresopolitanos já perderam essa triste batalha. Quantos mais precisarão morrer para que as pessoas passem a compreender o básico?

 

Tags

Compartilhe:

Edição 28/03/2024
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

Prefeitura diz que merenda ruim é pontual e que a denúncia do SindPMT foi genérica

Adiado o pregão para compra de insumos para o hemonúcleo municipal

OAB e Unifeso promovem curso de Direito Previdenciário

Prefeitura já tem as organizações que deverão contratar trabalhadores para substituição do POT

Rua Dr. Aleixo continua interditada

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE