Paola Oliveira
Com a disseminação do novo coronavírus pelo mundo, um dos primeiros setores a ser afetado economicamente foi o do turismo. Com o medo instalado, muitas pessoas se anteciparam e buscaram possibilidades para cancelar ou adiar suas viagens já pagas para não saírem no prejuízo. “Desde o começo da pandemia foram feitas muitas remarcações e alguns cancelamentos. Mas o cancelamento está sendo um problema porque o MP do governo Federal resguardou as companhias aeras de criar uma carta de crédito. Eles não são obrigados a devolver o valor integral aos passageiros no momento e podem criar uma carta de crédito e remarcar a viagem sem multa”, declarou o consultor de viagens Fábio Costa Velho.
Com a impossibilidade de se viajar no momento, surgiram milhares de pacotes promocionais na internet para datas distantes atraindo muitas pessoas, mas Fábio faz um alerta para essas vantagens. “Eu também tenho recebido muitas promoções, não de operadoras da internet, que é uma situação muito complicada, sempre foi, você comprar virtualmente sem ter um local para você chegar e fazer sua reclamação, fazer sua consulta e tirar suas dúvidas, enfim, comprar pela internet é muito fácil, mas também tem seus perigos”, contou. “Existem muitas promoções tipo Orlando 999 reais com hotel e aéreo, não acreditem nisso. Pode até estar vendendo, porém você compra cupons. O que é isso? Você não compra a sua viagem propriamente dita, você compra cupom, e no período que você quiser ir viajar tem que fazer consulta se existe a disponibilidade tanto do hotel quanto do aéreo. Então é uma situação muito complicada. Pode ser que compre gato por lebre. Quando você for remarcar não existe essa possibilidade e começa a situação do reembolso e ter aporrinhação”, atenta. “Quando for comprar sua vagem procure uma Agência de Viagem cadastrada de preferência na Embratur. Consulte o site da Embratur e veja se é cadastrada mesmo para você ter mais segurança nas suas compras e quando tiver um problema ter onde recorrer”.
Prejuízo para hotéis
Fábio, além de consultor de viagens também é vice-presidente do Convention Bureau de Teresópolis, e declara que os hotéis e pousadas também foram afetados economicamente levando a novas medidas. “Os hotéis da cidade estão todos fechados, infelizmente. Uma crise muito grande nesse setor. Tenho conversado bastante com os hoteleiros. Temos feito algumas ações de divulgação nesse momento que está parado e também muitas lives com membros do setor para incentivar quando todos forem abrir. Porque é uma situação muito complicada, não só no setor do turismo mas para todo o turismo da cidade, algumas empresas já se fecharam”, disse Fábio.
Outras, para continuar no mercado, tiveram que abrir mão de alguns funcionários. “As demissões nesse setor têm sido grandes. Mas a maioria é por contrato. Então os contatos são suspensos. Não tem porque o hotel fechado manter um contrato em aberto. Alguns hotéis utilizaram o programa do governo, deixando os seus funcionários em casa pagando os 30% e o governo pagando os 70%. Mas é uma situação que não sabe até quando vai durar”, lamentou. “Essa é uma crise que não estamos vendo muita solução à curto prazo. Quem se preparou durante o ano e fez sua reserva vai conseguir se manter, quem trabalhou no limite realmente vai ser muito complicado sair dessa situação. Espero que todos consigam, que tudo isso passe rápido e que o dano não seja tão grande”, declarou.
