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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Comércio: Muitos não conseguiram retomar atividades em Teresópolis

Eletrônicas, restaurantes, confecções, lojas de roupas... Caged indica que abril fechou com déficit de 839 vagas formais

Não há números oficiais em relação à quantidade de estabelecimentos comerciais de Teresópolis que não conseguiu retomar as atividades após três meses de portas fechadas, distinguindo aqueles cujos proprietários foram obrigados a fechar as portas de vez ou os que ainda estão buscando maneiras de continuar atendendo ao público no município – e, portanto, ainda sem poder oferecer seus serviços mesmo após quase duas semanas da flexibilização do funcionamento do comércio por parte da prefeitura. Porém, basta circular pelas ruas e avenidas de Teresópolis para constatar que a fragilidade econômica do município, reflexo do país somado às tragédias naturais e políticas dos anos, gerou muitas lojas fechadas. Em várias, as placas de “aluga-se” indicam que os estabelecimentos que ali funcionavam deixaram de existir ou seus proprietários foram obrigados a procurar locais com custo mais baixo para continuar sobrevivendo.  Muito, aliás, passaram trabalhar apenas com vendas pela internet ou sistema de delivery, situações que permitem que a produção seja feita até na garagem de casa. Delfim Moreira, Lúcio Meira, Feliciano Sodré, Parque Regadas, Duque de Caxias, Calçada da Fama… Nesta sexta-feira nossa equipe de reportagem percorreu diversas vias e constatou que em todas elas há pelo menos uma loja que não pôde voltar ao atendimento após o longo período de isolamento por conta da pandemia da Covid-19.
Um dos restaurantes que anunciou a interrupção total das atividades foi o tradicional Sobradinho, na Calçada da Fama. Na página do estabelecimento na rede social Facebook, os proprietários publicaram: “Hoje não trago uma notícia boa para os amigos e clientes do Restaurante Sobradinho, mas é com muita esperança em nossos corações que eu garanto: faremos o nosso melhor para que muito em breve possamos anunciar A NOSSA VOLTA! Foram 33 anos de muita história construída, com um trabalho inesgotável, muito amor em cada alimento preparado e tudo isso não acabará aqui, tem novidade vindo por aí!”.
Tentamos também números oficiais sobre o tema com as entidades responsáveis por esse acompanhamento, sem sucesso. No sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho, atualmente os dados são “genéricos” e não esmiúçam informações sobre setores, números gerais de cada um e reduções, indicando apenas o balanço entre demissões e admissões. Mas, mesmo assim, é possível confirmar o que as portas de aço fechadas já indicam: Hoje Teresópolis tem um grande déficit de vagas de emprego formal, aquelas com a chamada “carteira assinada”. Segundo o Caged, em 2020 o número de pessoas com registro na Carteira de Trabalho no município é de 32.523. Em janeiro, na comparação entre contratados e demitidos, havia saldo de 43 vagas. Em fevereiro, esse número subiu para 192. Em março, primeiro mês de fechamento das lojas, mudança drástica no sentido contrário: – 284 vagas formais. Em abril, novo salto negativo: – 839 empregos de carteira assinada. A previsão do Ministério do Trabalho é que os números de maio sejam liberados no próximo dia 29, dados que podem indicar ainda maior retração na economia local.

Números no país
As demissões superaram as contratações com carteira assinada em 860.503 postos de trabalho, em abril. Foram 1.459.099 desligamentos e 598.596 contratações. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados mostram que o saldo de abril foi o pior da série histórica iniciada em 1992. Segundo o Ministério da Economia, os dados indicam que a queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos formais. Enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação com abril de 2019. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com saldo negativo (mais demissões do que contratações) de 260.902. O estado é seguido por Minas Gerais com 88.298 demissões (descontadas as contratações); Rio de Janeiro, 83.626, e Rio Grande do Sul, 74.686.
O secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que o resultado reflete os efeitos da pandemia na economia brasileira. “É um número duro, que reflete a realidade de pandemia que vivemos, mas que traz algo positivo. Demostra que o Brasil está conseguindo preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmos motivos de pandemia, não estamos conseguindo manter a contratação que mantínhamos outrora”, disse, acrescentando que na comparação com outros países, o Brasil está em situação melhor.

Procura por crédito
Para entender melhor os impactos nos setores de comércio e serviços, o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) realizou um levantamento com 470 empresários do estado do Rio de Janeiro.  O estudo quis ouvir dos empresários se eles pretendiam buscar crédito junto a alguma instituição financeira para o mês de junho, em função dos impactos da quarentena nos negócios. A sondagem mostrou que 38,7% dos empresários do setor pretendem buscar algum tipo de crédito. Dito de outra forma, quatro em 10 empresários do setor pretendem ir a alguma instituição financeira para tomar recursos emprestados.
Diante do percentual de empresários que não devem procurar por crédito, o IFec RJ buscou entender os motivos pelos quais não pretendem tomar essa decisão. Para 32,3% dos consultados, não faz sentido tomar dinheiro emprestado se eles não têm confiança que vão sobreviver à crise. Outros 14% precisam, mas estão inadimplentes; e 10,4% necessitam, mas acreditam que as taxas de juros são altas. Cerca de 9,1% disseram precisar, mas que não gostam de tomar dinheiro emprestado; e 7,9% veem excesso de burocracia para tomada de empréstimo. Apenas 19,5% dos pesquisados informaram não precisar de crédito, uma vez que suas empresas estão saudáveis.

 

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Edição 19/04/2024
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