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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Casos de Depressão em Teresópolis aumentam e preocupam especialistas

Famílias, escolas e até empresas precisam estar atentas aos sinais dados por quem vive a doença, aponta psicóloga

Anderson Duarte

Sempre foi um tema delicado e pouco discutido, sobretudo pela imprensa, os casos de depressão que acabam culminando em suicídio. Recentemente, diversos casos envolvendo jovens, estudantes e até idosos acabaram despertando a necessidades de dedicarmos nossa atenção ao problema, principalmente pelo fato dos estudos apontarem para a depressão como sendo a doença mental mais incapacitante a partir do ano que vem e o prognóstico é tão ruim que hoje o Brasil já é o país que mais apresenta casos da doença em toda a América Latina. A previsão da Organização Mundial da Saúde pode parecer um retrato distante de nossa realidade, mas aspectos como o clima, a pouca perspectiva de crescimento econômico e profissional e até a escolha de muitos aposentados pela moradia em nosso município, fazem do contexto em Teresópolis extremamente preocupante. Esta semana recebemos nos estúdios da DIÁRIO TV a psicóloga Maristela Gonçalves, que além de tirar dúvidas sobre o problema ainda lançou o alerta sobre a necessidade de famílias, escolas e até empresas precisarem estar atentas aos sinais e sintomas do mal.
“Um dos pontos mais graves na incidência da depressão é que de uma forma geral, apenas menos da metade daqueles que precisam de tratamento psiquiátrico ou psicológico recebem essa ajuda. E essa falta de atendimento não se dá apenas pela falta de acesso ao tratamento, mas por preconceito, ignorância dos núcleos familiares sobre o problema, e estamos falando de uma doença considerada uma das principais causas de suicídio no mundo. Mas também é preciso dizer que hoje há uma pratica muito nociva, aliás, tão nociva quanto a falta do diagnóstico, que é atrelar a depressão toda e qualquer causa de ansiedade, angústia ou dor pessoal. Isso também é muito ruim, principalmente pela utilização demasiada dos antidepressivos, que são medicamentos perigosos”, alerta Maristela.
Com relação a essa dificuldade de se identificar o mal, Maristela aponta para pequenos, médios e até grandes sinais externados por quem passa pelo problema, e principalmente pela confusão entre a depressão e outros problemas de ordem psicológica. “Hoje, se perguntarmos por aí se as pessoas são ansiosas, a maioria vai garantir que sim. Se questionarmos com relação a alguma dor de ordem emocional, quase que com certeza teremos uma afirmativa em grande parte dos ouvidos, mas isso não significa imediatamente que o diagnóstico da depressão seja certo. Mas de uma forma geral, alguns sintomas merecem a nossa atenção tais como, sentir medo ou receio em excesso, de situações que ainda não aconteceram, alterações do sono, tensão muscular, medo de falar em público, medo de lugares fechados ou com grandes aglomerações, inquietações constantes, pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos”, explica a psicóloga.
Normalmente, segundo a própria OMS, os sintomas mais comuns da depressão são: desmotivação, tristeza sem motivo, desinteresse pela vida, alteração no apetite e sono, irritação e cansaço. Maristela ainda explica que a depressão tem mais causas e o diagnóstico é feito pelos profissionais de saúde mental, sendo indispensável que o paciente, ou seus familiares procurem o especialista, que vai efetivamente poder fechar esse quadro e dispensar os tratamentos e terapias, inclusive medicamentosas. “Automedicação é um problema sério e grave, imagine o autodiagnostico então? Esse é devastador. Nossa incidência do problema na cidade é alta, muito preocupante e os profissionais em seus consultórios tem percebido uma escalada de casos alarmante. Muito potencializados pela desinformação, pelo preconceito e pela ausência de responsabilidade das famílias. Muitas escolas estão fazendo o alerta, muitas empresas também, agora as famílias precisam estar atentas”, lembra Maristela.
Muitos ficam com medo das terapias e até de buscarem um auxilio por parte dos psicólogos. Para esse público Maristela faz um alerta. “Na terapia, as pessoas tem a oportunidade de falar mais sobre as situações que lhe causam ansiedade, sem julgamentos. Em alguns casos, o psicólogo pode recomendar que você procure um psiquiatra, que irá receitar uma medicação específica para baixar a ansiedade. É possível dizer que houve certo aumento na procura por profissionais de saúde mental, mas o preconceito ainda é evidente, mas a recuperação e reabilitação das pessoas que sofrem de doença mental precisa romper essa barreira”, alerta e acrescenta que a resistência em procurar ajuda em saúde mental pode ser explicada, em parte, pelo preconceito contra as pessoas que têm transtornos.
Já com relação ao ambiente empresarial, Maristela também faz alertas, já que situações de estresse no trabalho, insatisfação com a remuneração, ritmo acelerado e conectado todo o tempo e falta de tempo para cuidar de si mesmo são os fatores mais citados como causas do desenvolvimento de diversos transtornos mentais, como ataques de pânico, transtorno obsessivo compulsivo, fobias variadas, estresse entre outros. Além disso, a rotina extenuante, o excesso de cobrança e a escassez de recursos proporcionam condições propícias para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e demais problemas cardiovasculares. Indicadores como rotatividade e produtividade ficam também prejudicados em empresas com colaboradores esgotados e não saudáveis, o que contribui para retroalimentar as doenças desenvolvidas pelos colaboradores por conta de um clima organizacional também doente.

 

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Edição 29/03/2024
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