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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Casos de automedicação aumentam entre os mais jovens e preocupam especialistas

Médico do Hospital São José explica como podemos evitar o uso indevido de remédios e como a alimentação correta ajuda nesta cultura saudável

Anderson Duarte

Usar as ferramentas de pesquisa da internet para tirar algumas dúvidas sobre sintomas de doenças, ou até que tipo de especialistas devemos procurar, até pode ser positivo e ajudar muito em casos de necessidade, o problema está no que se faz além disso com essa poderosa arma de informação. Entre os maiores perigos da má utilização da grande rede está a automedicação, já tratada por algumas nações pelo mundo como um problema de saúde pública. O médico Gastroenterologista Ricardo Vasconcellos, do Hospital São José, esteve nos estúdios da DIÁRIO TV para falar sobre o assunto e explicar os principais malefícios para a saúde de uma pessoa que resolve tomar um remédio sem antes se consultar com um médico. Segundo Dr. Ricardo, entre os jovens o problema já é grave e tem gerado muita discussão no meio acadêmico pela incidência de doenças típicas da vida adulta ou melhor idade, em jovens e até adolescentes, em razão desse abuso.
“E olha que não estamos falando de medicamentos controlados ou coisa do tipo não, mesmo um medicamento que parece inofensivo, como um comprimido para dor de cabeça, pode provocar reações sérias se não souber bem o que está sendo ingerindo, ou como o organismo poderá reagir à substância. Até Paracetamol tem doses fatais! O uso indiscriminado de remédios, sem a prescrição de um profissional da saúde, pode gerar problemas crônicos e culminar em danos permanentes para quem o faz”, alerta o médico que ainda aponta para o cunho cultural do uso de muitos medicamentos. “O que se tem muitas vezes é a medicação sendo indicada por algum amigo ou familiar, que tenha se dado bem com ela. Ou, ainda, a própria pessoa que toma a iniciativa de testar um remédio para o alívio rápido de algum desconforto. Não é porque funciona com um parente que devemos usar”, lembra Dr. Ricardo.
E aí nós nos perguntamos: quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre? É cultural, tradicional, mas aquilo que a princípio é visto como solução para o alívio imediato de alguns sintomas pode trazer consequências mais graves do que se imagina. A medicação por conta própria é um dos exemplos de uso indevido de remédios, considerado um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. “São dois problemas muito sérios a que precisam ser combatidos. É possível que o paciente desenvolva alguma resistência à substância, como no caso de antibióticos ou anti-inflamatórios, o que significa que na próxima vez que for necessário fazer o uso da mesma medicação, o remédio poderá não fazer o efeito esperado. E ainda o fato do uso do medicamentos de forma incorreta poder acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas, e pode gerar certas reações”, explica Vasconcellos.
De acordo com os especialistas, a automedicação é praticada por 80% dos brasileiros com mais de 16 anos e entre os agravantes mais apontados como sendo determinantes para este índice tão preocupante está o fácil acesso aos remédios. “Nossa luta contra esse problema é muito difícil já que qualquer pessoa pode comprar um analgésico no balcão da farmácia como se fosse um chiclete. Muitas vezes, até sem a orientação do farmacêutico”, afirma o médico que lembrou ter atendido a um paciente que fez uso de substância anti-inflamatória pelo período de um ano. “Diferentemente dos analgésicos de venda livre nas farmácias, os anti-inflamatórios devem ser vendidos com a apresentação de receita médica, mas infelizmente na prática, essa regra não costuma ser cumprida”, diz. O especialista também explica que os remédios anti-inflamatórios trazem grande melhora da dor, o que motiva o paciente a continuar recorrendo a eles. A pessoa, no entanto, não identifica o perigo, já que as complicações não aparecem imediatamente. “O uso indiscriminado de anti-inflamatórios provoca frequentemente úlceras no estômago e lesões renais”, alerta Dr. Ricardo.
Todo medicamento foi projetado para atender certa necessidade. Porém, apenas os profissionais de saúde têm o conhecimento para associá-los às doenças, de forma a promover a cura ou tratamento. “A utilização de vitaminas, por exemplo, podemos apontar como um clássico exemplo do sentimento de não necessidade da intervenção do profissional médico. Quem nunca ouviu que vitamina demais não mata? Pois é, além de serem desnecessárias na maior parte das vezes que são utilizadas desta forma, matam sim. A vitamina C tem dosagem letal”, alerta o especialista que ainda explica que o Paracetamol, a Dipirona e a Aspirina estão entre os medicamentos mais tomados sem prescrição médica.

 

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Edição 24/04/2024
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