Marcus Wagner
Quem possui algum episódio familiar de morte súbita precisa ter um cuidado maior com a saúde e buscar um acompanhamento de um cardiologista. Essa preocupação é importante para tentar identificar previamente possíveis sinais de que a pessoa possa desenvolver alguma doença cardíaca grave. Pessoas com idade a partir dos 30 anos já devem buscar esse acompanhamento que pode ser realizado de forma semestral ou anual.
De acordo com o Doutor Pedro Tallis, chefe da cardiologia do Hospital São José, casos de morte súbita podem ocorrer com pessoas jovens e há relação com a questão hereditária, mesmo quem possui bons hábitos de vida.
“A morte súbita acontece com pessoas que não possuem histórico de doença e que subitamente sofrem perda de consciência que evolui para óbito. Essas pessoas, familiares, filhos, primos, netos, devem procurar o atendimento médico para poderem fazer a prevenção. É possível evitar esses eventos procurando o atendimento cardiológico especializado, fazendo exames de prevenção, testes ergométricos, exames de avaliação laboratorial. Com esses exames temos como detectar situações potenciais de risco. É muito importante”, explicou.
Conseguir detectar sinais de que a pessoa possui chances de desenvolver algum problema com antecedência não é simples, mas a realização dos exames específicos possibilita a base para que o acompanhamento médico seja mais eficiente. Pedro Tallis destacou que casos de mortes súbita na família envolvendo pai, mãe ou avós são motivos geram a necessidade de se preocupar em ter hábitos saudáveis, fazendo verificação da pressão arterial e exames complementares. Histórico de diabetes também é um fator a ser levado em consideração.
Realizar a prevenção contra a morte súbita se torna um desafio porque muitas vezes a pessoa não apresenta sintomas que sejam perceptíveis facilmente, porém o especialista aponta que há casos em que há indicativos de um problema: “Existem alguns sinais que podem ou não estar presentes antes desse evento, seria uma dor no peito em alguma atividade, uma dor atípica que ele não consiga entender o porquê, uma sensação de palpitação, uma batida irregular do coração porque normalmente nós não sentimos o coração bater. Também quando for fazer uma corrida de final de semana, um esforço maior e sentir certo desconforto no peito, é hora de fazer uma verificação mais detalhada desse processo”.
O cardiologista destaca que é necessário informar melhor a população sobre a importância de se preocupar com a sua saúde, pois a medicina preventiva é a que melhor tem resultados. Pedro Tallis destacou que mesmo havendo uma incidência maior de doenças cardíacas em homens, as mulheres também correm risco: “As chances de a mulher ser acometida pela proteção hormonal que ela tem, acontece de uma forma mais tardia que no homem. A mulher a partir dos 45 a 50 anos quando começa a perder a função hormonal dela”.
Dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) indicam que as arritmias cardíacas têm uma alta incidência na população brasileira, sobretudo entre idosos. Ao todo, mais de 20 milhões de pessoas possuem algum descompasso no coração que é responsável por mais de 320 mil mortes súbitas todos os anos no Brasil.
