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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Bombeiros e Defesa Civil monitoram situação da Serra dos Cavalos

Locais onde podem ocorrer deslizamentos de terra e grandes pedras estão sendo estudados

Marcello Medeiros

De acordo com o último levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 45 mil pessoas vivem em áreas de risco em Teresópolis. Mesmo não sendo detalhadas em quais comunidades a situação é pior, é facilmente perceptível que se trata de bairros que cresceram em encostas com grande inclinação ou margens de cursos d´água, como ao longo de quase todo o Paquequer. Um desses casos onde mesmo empiricamente é fácil perceber que moradores não conseguem dormir em noites de tempestades é toda a região no entorno da Serra dos Cavalos. Além da situação geográfica dessa encosta, os históricos dos bairros que a cercam – Barroso, Rosário, Pimentel, Perpétuo, Jardim Meudon e Vale da Revolta – mostram grandes problemas no período de chuvas mais fortes. Devido ao risco que vivem diariamente milhares de teresopolitanos, o 16º Grupamento de Corpo de Bombeiros e a Secretaria Municipal de Defesa Civil iniciaram novo trabalho de monitoramento naquela área, tendo ainda como parceiros líderes comunitários desses bairros. “Estamos visando e objetivando aumentar a resiliência e mitigar as vulnerabilidades das comunidades. Massas de terra e de grandes pedras em risco de deslizamento foram fotografadas por drone e serão objetos de estudos para plano de operações do CBMERJ, bem como ações de prevenção da Defesa Civil”, informou o 16º GBM em sua página em rede social.
No ano passado, em reportagem mostrando o grande número de atendimentos do Corpo de Bombeiros no município, O DIÁRIO destacou uma situação que é frequente na região da Serra dos Cavalos e que pode potencializar tragédias naturais, as queimadas. Na ocasião, o Tenente Fábio Pimentel atentou para o prejuízo com a queda da qualidade de vida e risco de mortes nas regiões onde tal situação é frequente. “Infelizmente nosso município é acometido por muitos incêndios florestais e em um local onde as principais vocações são o ecoturismo e agricultura, isso é péssimo. O incêndio acaba com a vegetação, empobrece o solo, impede que a água da chuva percola o solo e chegue aos lençóis freáticos, dando origem às nascentes de água. Então, quanto mais fogo se tem menos água para consumo próprio, agricultura, para tudo. Fora da área florestal, na área urbana onde tem vegetação próxima, podemos citar como exemplo a Serra dos Cavalos, um grande morro que no entorno tem Vale da Revolta, Jardim Meudon, Pimentel, Rosário, Barroso, Santa Cecília, Carlos Guinle e Comary. Principalmente no trecho entre Pimentel e Santa Cecília tem tido uma incidência muito grande de fogo de vegetação, que já apuramos que muitas vezes teve início queima de lixo. Esse ato é muito perigoso. Mesmo que a pessoa pense que esteja controlado não está. Um fogo que tem início de uma pilha de folhas, uma fuligem sobe com a fumaça e encontra pontos secos em área que ela não está vendo. Aí vai se propagar da mesma forma, mesmo que faça acero. Não pode se botar fogo em lixo em lugar nenhum por isso, além de ser crime ambiental”, destaca. A perda da cobertura vegetal também implica no aumento do risco em relação aos deslizamentos de terra. Para tentar diminuir esse tipo de ocorrência, os militares do 16º GBM têm feito campanhas educativas e buscando envolver as comunidades com o treinamento de grupos para atuar nos primeiros fogos e evitar o alastramento das chamas.

Parceria para mitigar desastres
O Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) e a Prefeitura de Teresópolis, através da Secretaria Municipal de Defesa Civil, fecharam uma parceria inédita para reduzir a vulnerabilidade da cidade aos desastres naturais, em especial aos decorrentes das chuvas. Chamado de “Proteger Teresópolis”, o projeto contará com a colaboração de técnicos da Defesa Civil, de professores e de estudantes dos Centros de Ciências da Saúde e de Ciência e Tecnologia, que farão o diagnóstico de risco, a preparação comunitária, a análise geotécnica e o aperfeiçoamento do sistema de monitoramento e gestão.
O processo seletivo de estudantes bolsistas já está aberto e vai até dia 28 de fevereiro. As inscrições serão feitas unicamente pelo e-mail protegerteresopolis@unifeso.edu.br. A homologação das inscrições e o calendário das entrevistas serão divulgados no site do Unifeso, no dia 12 de março de 2019. O resultado do processo sairá no dia 25 de março, também no site. O secretário de Defesa Civil, coronel Flávio Castro, lembrou que Teresópolis é uma cidade instável geologicamente e muito afetada pelas chuvas. "Temos diversos históricos de deslizamento de terra, de mortes e de alagamentos com arrastamento de casas. Por mais que a Defesa Civil se empenhe, é necessária a parceria de todos. E nada melhor do que o Unifeso para nos ajudar a trabalhar tanto na intervenção direta com a comunidade quanto na intervenção técnica, nos auxiliando na definição de protocolos para a retirada das pessoas nos momentos de chuva e na identificação das áreas mais vulneráveis", ressaltou.
O secretário também destacou que o “Proteger Teresópolis” é uma iniciativa inédita no Estado do Rio. "Nas parcerias que conhecemos, os estudantes de universidades fazem estágio dentro da Defesa Civil e aprendem protocolos. Desta vez, estamos fazendo um processo diferente, pensado desde o início sobre que tipo de intervenção precisamos, como vamos desenvolver o modelo, como faremos a abordagem, o software de gestão que usaremos, etc. Estamos falando de um processo completo. No fim de 2019, queremos ter um protocolo pronto e a ideia é replicá-lo nos próximos anos", explicou.
Para o “Proteger Teresópolis”, o Unifeso irá disponibilizar 27 bolsas para o desenvolvimento de ações de extensão e pesquisa em três áreas distintas, articuladas entre si, e regidas pelo princípio institucional da integração ensino-trabalho-cidadania. Cada área contará com, no mínimo, um professor orientador e um profissional-referência da Defesa Civil do município. As bolsas são no valor de R$ 150,00 e serão concedidas durante a duração do projeto, de abril a novembro de 2019.  "Tudo o que os nossos estudantes querem é estar em cenários reais de prática, e achamos que a parceria com a Defesa Civil Municipal era uma grande oportunidade. Pensamos, então, em um projeto que tivesse como objetivo central reduzir a vulnerabilidade de Teresópolis aos desastres naturais decorrentes das chuvas. A ideia é que consigamos chegar no verão de 2020 mais bem preparados", contou a reitora do Unifeso, professora Verônica Santos Albuquerque. Os estudantes interessados no Proteger Teresópolis podem buscar mais informações no edital do projeto que está no site do Unifeso: http://www.unifeso.edu.br/extensao.

 

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