Marcello Medeiros

Depois de entrevistar os vices nas chapas que concorrem ao posto máximo do governo municipal no próximo dia 15, a Diário TV iniciou nesta quarta-feira, 04, a série com os candidatos ao cargo de prefeito. O primeiro a conversar com o jornalista Marcus Wagner foi Rodrigo Koblitz, do PSOL, que norteou a entrevista com um tema que há bastante tempo preocupa o teresopolitano e ganhou proporções ainda piores com os problemas gerados pela pandemia do novo coronavírus, a criação de empregos. O tema “desenvolvimento econômico” acabou abrangendo diversas áreas, mas a condução realizada pelo candidato mostrou a possibilidade de conexão entre elas e um crescimento que pode contribuir com a organização das contas públicas e a geração de vagas empregatícias. “A gente não vai reconstruir Teresópolis tendo como base o turismo. Quem fala isso mostra que não sabe para onde ir. A sabe para onde ir e como fazer, um atalho. A construção civil é o caminho e pode mudar a vida do trabalhador e da trabalhadora. Temos um projeto para criar quatro mil empregos diretos e com o chamado ‘efeito de renda’, pular para 12 mil empregos. Cada um novo trabalho na construção gera outros dois indiretos. A pessoa gasta o dinheiro na padaria, com alguém para cuidar do seu filho, comprando material de construção, entre outros”, enfatizou Koblitz.
O candidato a prefeito pelo PSOL falou sobre a ideia de criação de cooperativas e parcerias com o poder público municipal como forma de envolver a população na administração e fazer com o que o dinheiro público seja reinvestido no município. “É preciso ensinar e incentivar o cooperativismo, aproveitando essas cooperativas em obras que precisam ser feitas pelo governo municipal e que podem receber apoio, aporte, do governo federal, por exemplo. Vamos investir nessa capacitação das pessoas”, disse Rodrigo, citando que todo recurso inicial feito pela prefeitura pode mais do que duplicar com a busca de parcerias como a da gestão federal. 
Ainda segundo ele, “o cidadão precisa de trabalho, de emprego. Não vamos só subsidiar, vamos dar emprego. Queremos parceiros de trabalho e a população vai ser parceira de nossos trabalhos. Só que esse cara tem que saber trabalhar. Não podemos simplesmente pedir que ele faça documento, que entenda a relação burocrática do município. O passo é o seguinte. Vamos ampliar o EJA, incentivar que o trabalhador tenha educação e aí também temos uma parceria. Cada um que começa a estudar, é dinheiro do Fundeb que entra”. 

Privatização da água
“Ano passado quase privatizaram a nossa água… E que bobagem seria. Essa empresa que assumiria as contas d´água consegue uma arrecadação entre R$ 25 e R$ 30 milhões. E por que não pegar esse dinheiro para uma autarquia municipal? Por que não temos pessoa pensando nisso no município? Isso pode mudar a economia local e as perspectivas de ganho. Conseguiríamos R$ 30 milhões com a água. Nossa ideia é criar a ‘Teresa’ e resolver todos os problemas do saneamento básico. Primeiro, o abastecimento da água, que a gente recebe lá do Rio Preto. Ou seja, nossa água vem de Vargem Grande, Vieira, Bonsucesso… Então, se quisermos pensar em abastecimento, precisamos pensar em agrotóxico que está sendo usado no interior e pensar em mudar a forma de agricultura. Precisamos dar apoio para o que agricultor mude esse planejamento ajudando esse pessoal. Podemos comprar diretamente com esse pessoal para ajudar nessa conversão. Eles ganham e nós ganhamos em qualidade de água. Temos R$ 20 milhões para comprar alimentos e podemos comprar diretamente com eles. E por que gastam esse dinheiro com Milano, Bem Nutritiva e não gastam com nossos produtores”?

Concurso público
Rodrigo também pontuou o modelo de contratação utilizado pelos últimos prefeitos, o de temporários, e como ele é prejudicial para a administração pública, que perde na arrecadação da contribuição previdenciária e incentivos via SUS e Fundeb, no caso da saúde e educação, por exemplo, e para o teresopolitano – visto que tais servidores acabam impedidos de se dedicar melhor na carreira e realizar trabalhos mias longos e sólidos.

Interesse dos empresários
“Não adianta culpar somente os empreiteiros, que doam para as campanhas. Estão ao lado de pessoas que dizem para não construir prédios em qualquer lugar, aí a pessoa cede à pressão do lobista. Aqui temos lobista do transporte, da construção civil… Todo dia essas pessoas estão rodando na prefeitura, tomando café, criando também intimidade grande demais… E quem perde é Teresópolis”, destacou ainda o candidato do PSOL.

Participação popular
“Precisamos olhar para o povo, para os bairros, Perpétuo, Espanhol, Quinta-Lebrão, e tantos outros… E trazer todo mundo para o centro da discussão política. Emprego não é caridade, é necessidade, é vida econômica. Não podemos deixar ninguém à margem. Todo mundo tem que participar da vida econômica, precisamos de todo mundo no sistema”.

Tereprev
“Organiza-la é a solução para o nosso município. Essa relação, melhor trabalhada, é que vai mexer com toda a estrutura pública do município”, disse Koblitz, que defende mudança no percentual de contribuição por parte do governo municipal, o que permitiria a compensação necessária para a manutenção do fundo sem a necessidade do atual aporte que acaba prejudicando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Para o servidor não mudaria nada”, destacou. “Para a prefeitura passaria para 15% e assim economizaríamos cerca de R$ 20 milhões, liberando 5% da LRF e todas essas desculpas que eles vêm dando para não dar reajustes para os funcionários”. A entrevista, na íntegra, pode ser vista na programação da Diário TV, no canal 4 do sistema RCA News, ou em nosso canal no You Tube.

DATAS ENTREVISTAS – CANDIDATOS A PREFEITO
04/11 – Rodrigo Koblitz PSOL
NESTA QUINTA-FEIRA – 05/11 – Vinícius Claussen PSC 
06/11 – Geraldo Menezes PDT
09/10 – Alex Castellar DEM
10/11 – Luiz Ribeiro PSDB
11/11 – Leandro Neves AVANTE
12/11 – Pedro Gil PATRIOTA