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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Abrir ou manter as escolas fechadas: Quem tem razão?

De um lado estão os pais que não deixarão seus filhos voltarem às aulas quando forem liberadas. Do outro, pais e alunos(as) que estão ansiosos para voltar. No meio desse sanduíche está o colégio, instituição e profissionais. Há como recriminar a atitude dos pais dos dois grupos acima descritos? Não. Ambos têm sua razão. Podemos concordar ou não com o retorno das aulas nesse momento, mas mais uma vez é necessário exercitar a empatia para entendermos o que está em jogo. E certamente não será condenando às ?latas de lixo da história? quem pensa de maneira oposta.

André Braga *

De um lado estão os pais que não deixarão seus filhos voltarem às aulas quando forem liberadas. Do outro, pais e alunos(as) que estão ansiosos para voltar. No meio desse sanduíche está o colégio, instituição e profissionais.  Há como recriminar a atitude dos pais dos dois grupos acima descritos? Não. Ambos têm sua razão. Podemos concordar ou não com o retorno das aulas nesse momento, mas mais uma vez é necessário exercitar a empatia para entendermos o que está em jogo. E certamente não será condenando às “latas de lixo da história” quem pensa de maneira oposta. 
Os contrários à reabertura, questionam como poderia ser seguro para seus filhos voltarem às aulas se em algumas regiões do país a pandemia está crescendo? Outro questionamento possível é: voltar para ter 2 dias de aula na semana (devido às novas regras higiênicas), que diferença faz? Eles têm razão. Dentro desses novos moldes higiênicos que pautarão as novas organizações escolares, ao menos durante um tempo (o novo normal), a escola deixa de cumprir um importante papel, o da socialização. Um outro papel importante é o da formação para o mundo do trabalho. E aí neste caso, me refiro aos(às) discentes que se formam este ano e se preparam para vestibulares civis e militares. Dois dias de aula na semana é irrelevante para esta preparação.
Agora o outro lado. Como questionar a boa fé de uma mãe solteira que faz das “tripas coração” para cuidar dos(as) seus(suas) filhos(as), mas que não tem como cuidar deles enquanto sua atividade profissional já voltou ao “normal”? Não dá. É a escola infantil que cumpre este papel. Da mesma maneira, como recriminar um jovem que este ano estoura sua idade para uma determinada carreira militar e vê sua preparação dificultada estudando em casa? Também não dá. 
Percebam, prezados(as) leitores, todos têm razão. As suas razões. E elas devem ser levadas em consideração sempre, pelo simples fato de serem pessoas. Sim, pessoas, que amam e odeiam, sentem raiva e fraternidade, riem e choram, que trabalham muito ou estão desempregadas, estudam muito ou não tem acesso à internet para acompanhar as atuais aulas on-line. Não importa, pagam seus impostos assim como todos, e, portanto, devem ter sua voz ouvida. Sim, você leu certo, isso não é um pleonasmo, é que em nossa sociedade, desigual como é, tem muitas vozes que não são ouvidas. Depende muito da conta bancária e do CEP de onde mora. 
No meio disso tudo está a escola, ao menos as que sobrevirem a essa catástrofe econômica. As sobreviventes terão que oferecer um modelo híbrido de ensino, contemplando o presencial e o on-line concomitantemente. Vai dar certo? Não sabemos. O horizonte parece ser de luta. Trabalhadores do ensino e seus sindicatos não defendem este retorno, os patronais, sim. Quem está com a razão? Ambos. 
A sensação que permeia a muitos é que estamos todos sozinhos nessa luta. O poder público, com raras exceções, se abstém de liderar a sociedade neste momento. Não basta cuidar apenas dos doentes (quando fazem), é preciso também cuidar das pessoas como um todo, guiar, esclarecer, orientar. É inadmissível qualquer ente federativo, depois de mais de três meses, não ter pensado em saídas para o setor da educação a partir da elaboração de vários cenários possíveis, tanto de piora quanto de melhora epidemiológica. É que talvez na pós-graduação em Gestão (de qualquer coisa) a disciplina “Educação em Tempos de Pandemia” não tenha sido oferecida aos nossos atuais dirigentes.

 

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Edição 18/04/2024
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