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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Aberto highline entre Dedo de Deus e Cabeça de Peixe

Conquistado por um grupo de teresopolitanos em 08 de abril de 1912, o Dedo de Deus é considerado o marco do montanhismo nacional. A história do feito realizado por Teixeira, os irmãos Oliveira e Raul Carneiro mais de 100 anos atrás e a beleza da formação rochosa localizada na área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos atraem anualmente milhares de pessoas para os municípios do entorno, principalmente Teresópolis. A singularidade dessa montanha e a ligação com ?algo divino? fazem com que seja muito admirada e cobiçada por atletas de várias modalidades além da escalada.

Marcello Medeiros

Conquistado por um grupo de teresopolitanos em 08 de abril de 1912, o Dedo de Deus é considerado o marco do montanhismo nacional. A história do feito realizado por Teixeira, os irmãos Oliveira e Raul Carneiro mais de 100 anos atrás e a beleza da formação rochosa localizada na área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos atraem anualmente milhares de pessoas para os municípios do entorno, principalmente Teresópolis. A singularidade dessa montanha e a ligação com “algo divino” fazem com que seja muito admirada e cobiçada por atletas de várias modalidades além da escalada. Dois anos atrás, o “homem pássaro” Luigi Cani passou voando com seu wingsuit bem pertinho dela, a mais de 200km/h, e, essa semana, a Serra dos Órgãos voltou a ser destaque mundial por conta de outro feito inédito no complexo do Dedo de Deus. Uma equipe de highline, um nível avançado do mais conhecido slackline, abriu uma travessia de mais de 300 metros ligando a montanha vizinha e de altitude semelhante, a Cabeça de Peixe.
Seis atletas participam do projeto, que teve início no fim de semana e deve continuar montado até esta sexta-feira. São dois brasileiros, o petropolitano Ighor Pereira e o catarinense Rafael Bridi, dois americanos, Sven Lackinger e Ryan Robinson, e dois franceses, entre eles o recordista mundial da modalidade, Pablo Signoret – que bateu tal recorde ao percorrer um highline de 1.662 metros de extensão em uma linha montada sob o vale Cirque de Navacelles, na França.
Por aqui, a distância é bem menor, mas tão desafiadora quanto a francesa. Foi esticada uma fita de 323 metros de extensão entre Peixe e Dedo, com a utilização de um drone para levar linhas e cordeletes mais finos até que fosse colocada de ponta a ponta o material utilizado na prática do esporte, além do sistema de back-up. Proteções semelhantes às utilizadas nas vias de escalada foram fixadas nas duas extremidades, tudo com autorização do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
Além da longa distância entre as duas montanhas, deve-se levar em conta a altitude em relação ao solo, cerca de 600 metros, e as conhecidas condições climáticas da Serra dos Órgãos. O forte vento, por exemplo, impediu que a linha fosse cruzada logo nos primeiros dias previstos. A “inauguração” do trajeto aconteceu no final da tarde de terça-feira. Nas primeiras horas de ontem, o tempo permitiu novos acessos à impressionante fita. De longe, do mirante do Soberbo, ou de baixo, do Paraíso da Serra, é possível ver o material esticado.
 
É impressionante
Mesmo que não seja praticante da modalidade, quem já esteve em pelo menos em um dos dois cumes, sabe quanto deve ser desafiador atravessar a linha de highline tendo todo aquele abismo abaixo. De longe, também é impressionante imaginar alguém se equilibrando, se concentrando e buscando chegar ao outro lado sem cair. Aliás, a queda é outro detalhe importante a ser observado: Os atletas não ficam soltos, correndo o risco de “voar” caso se desequilibrem, pois utilizam a mesma “cadeirinha” e outros equipamentos de escalada para ficarem presos às fitas se não conseguirem concluir o trajeto.
Além do feito inédito na Serra dos Órgãos, a linha é considerada a maior da América Latina. Porém, não foi o primeiro highline desse complexo. Três anos atrás, Gideão Melo, o “Xaropinho”, conquistou a primeira linha do Dedo de Deus, batizada de Impressão Digital, ligando o “polegar” ao “indicador”. Referência no esporte no país, Gideão informou ter interesse em repetir a nova e mais desafiadora linha.

Mais sobre o esporte
O slackline foi criado nos anos 70 por escaladores do Parque do Yosemite, nos Estados Unidos, que buscavam opções de lazer quando as condições climáticas não eram favoráveis para a escalada. Eles esticavam suas cordas entre dois postes para se equilibrar entre elas, treinando também a concentração necessária para se escalar uma parede. Depois, vieram as fitas em substituição às cordas e novas modalidades. Quando os atletas começaram a prender seus equipamentos em lugares cada vez mais altos, surgiu o highline. Para entrar nessa modalidade, ele deve ser praticado a mais de 10 metros de altura, podendo acontecer entre formações rochosas, canyons e prédios.
Justamente por conta dessa altura bem maior, é necessário ter muito mais atenção na hora de montar o equipamento e realizar a segurança. Uma queda pode ser fatal ou pelo menos gerar ferimentos bastante graves. Dessa forma, antes de pensar em “se aventurar” em linhas com a linda aberta entre Dedo e Peixe, é necessário treinar bastante no slackline e também buscar orientação e parcerias com aqueles que já estejam mais acostumados à prática.

 

 

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Edição 26/04/2024
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